sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fariseu

Ser fariseu é bom ou ruim? Depende do lado que se está. Para os judeus, os fariseus eram um grupo de estudiosos que não se misturavam com o povo. Como não eram tão modestos apareciam mais na foto. Se na época tivesse. Por serem estudiosos, seguiam fielmente as escrituras. Divergiam dos saduceus porque estes só aceitavam seguir as escrituras escritas, já os fariseus aceitavam a transmissão oral dos ensinamentos, e participavam das lideranças das sinagogas. De uma maneira simplista esta é uma explicação de quem eram os fariseus. Não eram falsos. Arrogantes talvez.

Como todo mundo sabe Jesus não era católico. Ele era ligado às tradições judaicas. Há uma passagem no evangelho onde os fariseus aconselharam Jesus a sair da cidade, porque Herodes pretendia matá-lo.

Com o surgimento do cristianismo os fariseus se tornam opositores desta nova doutrina. Os cristãos criaram a imagem de que fariseu é orgulhoso, hipócrita e outros adjetivos. Conseguiram rotular o fariseu como a pessoas que diz uma coisa e faz outra. Tudo porque o judaísmo não aceita Jesus como Messias.

O presidente Luiz Inácio conseguiu trazer Judas Iscariote à cena política. Uma música do grupo “Paralamas do Sucesso” diz que o deputado Luiz Inácio disse que em Brasília tem mais de 300 deputados picaretas. Em algumas regiões do Brasil picaretas é um trabalhador autônomo. Corretor, por exemplo. Mas acredito que ele quis dizer que eram pessoas de má fama. Falou uma coisa e hoje faz outra.

Este negócio de falar uma coisa e fazer outra faz lembrar campanhas políticas. Vale tudo para denegrir a imagem do adversário. Promete-se tudo o que é possível e o impossível também. Depois de eleitos rasgam as promessas e administram da melhor maneira que lhes aprouver. Desde que favoreça os interesses de si ou do grupo.

O candidato Fernando Collor para derrubar o Luiz Inácio mostrou para o Brasil e ao mundo a filha do candidato adversário que não era conhecida. Ganhou a eleição.

Durante uma das campanhas o candidato Luiz Inácio disse que a família Sarney era dona do Maranhão. Dona no sentido pejorativo.

Em Birigui está havendo uma Comissão Especial de Inquérito sobre a qualidade do asfalto. Numa oitiva um vereador disse em depoimento que o prefeito sabia das irregularidades. O vereador esqueceu-se de decorar a cartilha do PT. A cartilha diz que o chefe nunca sabe de nada. De certa forma comprometeu o prefeito. No Planalto Central o prefeito não saberia.

Dos escândalos que ocorreram em Brasília nenhum respingou no Presidente da República. Ele não sabia. E ninguém entregou. Quando começou a vir à tona os escândalos do Senado colocando o senador Sarney na berlinda, Luiz Inácio e Fernando Collor se uniram para defendê-lo. Falaram uma coisa e agiram de outra forma.

Com a frase: “Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido político qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”. Da mesma forma que o vereador entregou os atos do prefeito, esta frase entregou os atos que o presidente dizia não conhecer. O mensalão foi uma forma de coalizão com a total certeza de que todo e qualquer projeto passaria se fosse de interesse do Palácio do Planalto.

Nas atuais fotos do presidente Luiz Inácio, ele aparece sorrindo. Talvez por efeito da seguinte frase: “Não existe ninguém “neste país” com mais moral e ética do que eu”.A traição de Judas Iscariote só matou um. A traição da política no Brasil para com o povo mata muitas pessoas por falta de assistência médica. Coisa de fariseu.

domingo, 25 de outubro de 2009

Daninha

Não tive tempo de procurar a origem etimológica da palavra daninha. Talvez tenha a ver alguma coisa com danada. Porque daninha associada a erva só causa dano. Erva daninha é aquela praga que nasce no meio da cultura de arroz, feijão, na grama de nossos jardins ou qualquer plantação sem que alguém tenha plantado. Parece político.

Existe um sentido figurado também. Pessoa que macula, que desonra, que mancha, que conspurca. Pessoas que causam danos a alguém ou à sociedade.

Faz algumas semanas a Câmara de Vereadores de Araçatuba rejeitou um veto do prefeito. Sabem quando esta hipótese aconteceria na atual Câmara de Vereadores de Birigui? Nunca. A razão é simples e notória. A Câmara é composta por um grupo de vereadores e por um bando de vereadores.

O grupo é composto por vereadores que têm opinião própria e estão a serviço dos propósitos a que foram eleitos. Dos propósitos que mais está se evidenciando é a fiscalização dos atos do Poder Executivo e defender os direitos da população.

O bando, por sua vez, é composto por vereadores que tem a mesma opinião do prefeito. Não estão a serviço dos propósitos a que foram eleitos. O propósito principal é blindar a figura do chefe do Poder Executivo e de todo o secretariado.

Na última sessão da Câmara de Vereadores de Birigui houveram tantos requerimentos rejeitados que perdi a conta de quantos foram. Não importa qual o motivo. Basta que o assunto respingue na figura do alcaide que será rejeitado.

Os funcionários que estão a serviço destes programas que fomentam as campanhas publicitárias do governo federal são transportados em peruas e carros. Todos pintados nas cores da atual administração. São tantos veículos que não sei como a prefeitura os comprou, pois é dito que não há recursos. Estes veículos circulam pela cidade o dia inteiro. Dá a impressão que estão trabalhando.

Os funcionários que realmente trabalham são transportados na carroceria dos veículos. Não como gado, pois o transporte de gado tem a carroceria própria. Os funcionários da prefeitura não têm gaiola própria para eles. Nem pau de arara eles são.

Por causa destes fatos, um vereador solicitou explicações através de um requerimento. Evidentemente o bando rejeitou o requerimento. O Edil-Mor, usando a palavra, tentando defender o indefensável, disse que em Araçatuba o transporte dos funcionários da Prefeitura é muito pior. Se for para copiar algo de Araçatuba seria melhor nos espelharmos naquele índice que o radialista Aladim Martins publicou em seu blog. Araçatuba está entre as cem melhores cidades para se viver. Birigui ocupa a posição quatrocentos e não sei quanto. Para uma cidade industrial é muita diferença.

Beethoven era um homem privilegiado. Ficou surdo, mas conseguia ouvir suas composições. Paradoxo? Não. Lendo a partitura ele sabia o que estava sendo executado pela orquestra. Não é o caso da maioria de nós mortais, visto que Beethoven é um imortal. Para nós é melhor ouvir besteira do que ser surdo. Assim diz o dito popular.

Do que está escrito acima você não ouviu. Leu. Eu não gostaria ter o privilégio de Beethoven. Ouvir suas músicas sendo surdo. Ouvir todas as músicas através da leitura das partituras, mas sem saber o que se passa às suas costas.

O povo é um Beethoven. Vê a orquestra composta por políticos tocando, mas o maestro não fornece a partitura. Vemos o movimento, mas não sabemos qual é a música.

Político pode fazer parte de um grupo ou de um bando. E pode trocar de lado. Por convicção ou por suborno.

domingo, 18 de outubro de 2009

Pesadelo

Sonho é a maneira de se realizar desejos. Nos sonhos tudo é possível. Quantas vezes nos sentamos numa roda de amigos para bater papo. Conversa fiada que não leva a nada. Durante a conversa criamos empresas. Esta empresa prospera. Progride a olhos vistos. Em poucas horas temos uma fortuna incalculável. Sonho é assim. Não paga imposto e nem direitos autorais.

Pesadelo também é sonho. A diferença é que, se criar uma empresa ela não cresce. Em vez de progredir ela vai à falência. Em poucos minutos o sonho acaba. Ninguém sobrevive à onirodinia. Diante de um pesadelo os amigos reunidos mudam o rumo do bate papo.

Charles Chaplin escreveu muitas frases. Quase todas para realizar, possivelmente, seus sonhos. Levar alegria e entretenimento ao público. Sua principal personagem foi “Carlitos”. O pobre, em dinheiro, porém rico em pureza de espírito, vivia o tempo todo em apuros. Não sei se vivia sonhos ou pesadelos. Uma frase muito interessante de Chaplin é a seguinte: “O mundo está nas mãos daqueles que têm a coragem de sonhar e de correr o risco de viver seus sonhos”.

Dá para estremecer o corpo e a alma quando se lê esta frase. Sobretudo se fizermos uma reflexão sobre o seu conteúdo. Pode ser um sonho para si e este sonho pode ser pesadelo para as outras pessoas. Algumas pessoas extrapolam em seus sonhos. Sonhos que deixam a fantasia para se tornarem realidade a qualquer custo.

No cinema ou na literatura o pesadelo não dói. “O Grande Ditador” é um filme que retrata a vida de um ditador. Este filme não deixa marcas de crueldade das perseguições aos judeus. Talvez porque Chaplin tivesse a habilidade de transformar pesadelos em sonhos aflitivos isentos de sensação opressiva.

Alguns sonhos se tornam pesadelos. A administração da União Soviética era de cima para baixo. Povo era um detalhe que compõe o Estado. Como os socialistas queriam incrementar a agricultura, fomentando a irrigação, eles desviaram o curso de rios que desembocavam no mar de Aral. A conseqüência foi drástica. A natureza não perdoa. O mar quase secou causando danos ambientais irreparáveis.

Dilma Rousseff e José Dirceu tentaram chegar ao poder pelas armas, mas não conseguiram. Colocaram um laranja como candidato e hoje estão no poder. O sonho já está realizado. Só está faltando à entronização. O Zé ficou como boi de piranha. Mas não morreu.

Levar água para o nordeste foi sonho de Dom Pedro II. Consciente que era não realizou o projeto. Talvez o Império do Brasil não tivesse recurso suficiente. Talvez o projeto fosse inexeqüível.

Rui Barbosa foi candidato à presidente da República. Não ganhou. Se disputasse com o atual presidente também perderia as eleições. Rui Barbosa era jurista e só falava verdade. O povo não acredita em verdade. A população acredita e quer promessas dos candidatos para sonhar com um Brasil justo onde todos recebem cesta básica e não precisam trabalhar 44 horas semanais.

O que a população acredita e quer não importa. O que importa é o sonho de Rui Barbosa que era muito mais do transpor as águas do cansado rio São Francisco. Seu projeto era interligar as três bacias, tornando possível a navegação fluvial em todo o país. Amazonas, São Francisco e Paraná. O sonho não foi realizado.

Transpor águas do rio São Francisco não é um sonho para irrigar e acabar com a seca. É um projeto sem consistência para realizar os sonhos da guerrilha. Poderá ser um pesadelo. Como o mar de Aral.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Olímpico

O barão Pierre de Coubertin trouxe os Jogos Olímpicos da antigüidade para nossos tempos tendo como princípio fundamental o Ideal Olímpico. O Ideal Olímpico é competir independentemente do resultado, mas nunca desistir antes do final da prova. O maior exemplo dos últimos jogos foi aquela atleta da maratona. Foi uma vitoriosa. A vitória dela não foi chegar em primeiro lugar, mas chegar. Este é o Ideal Olímpico.

Os atletas de jogos olímpicos são eternos. Param de competir, mas jamais serão esquecidos para as pessoas que sempre acompanharam as competições. Jogos Noroestinos, Jogos Abertos do Interior e Troféu Bandeirantes deram muitas medalhas a atletas de nossa região.

Anúbis Ferraz é uma atleta que parou, mas não foi esquecido. Foi recordista sul-americano dos 110 metros com barreira. Tive o privilégio de treinar nos dourados anos sessenta no estádio Adhemar de Barros, sob os olhos do nosso treinador. Sr Franz. A última vez que treinamos juntos foi aqui na pista de atletismo de Birigui. Desta vez sob os olhos de outro treinador. Sr Esequías.

Outro atleta inesquecível é Porfírio Orenha. Este ainda não parou. É um máster do atletismo. Basta se inscrever. Uma medalha certamente será sua. Dois nomes inesquecíveis que foram e continuarão sendo o exemplo do Ideal Olímpico.

O Ideal Olímpico não existe mais. Os atletas se drogam para atingir os índices e pouco importa se forem desclassificados por doping. O que importa para os atletas é o contrato. O quanto vão ganhar para competir. Aos patrocinadores o que importa é vender seus produtos.

A escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos foi uma vitória ou uma cama de gato? Tudo indica que foi uma cama de gato muito bem armada e o Brasil deitou. Mas não foi o Brasil que optou em deitar-se nesta cama. Foram os dirigentes. Tanto políticos como desportivos e de quebra a imprensa que tirará proveito disto. Será que 32 bilhões de reais serão suficientes?

Houve irregularidades nos Jogos Regionais realizados em Birigui. Só foram apontadas. Nada mais. Guardadas as devidas proporções, houve irregularidades nos Jogos Pan-americanos. Também só foram apontadas. O prejuízo foi de R$ 2.740.000,00. A conta ainda não foi fechada. Este valor já foi pelo ralo. Os 32 bilhões de reais ainda não. Se não houver golpe de Estado vamos perder este dinheiro. E muito mais.

Em conversa com jornalistas o presidente disse que o povo saberá fiscalizar o uso do dinheiro. O povo não sabe votar, como vai fiscalizar? Sobretudo porque o povo elege pessoas para executar estes serviços. O povo elegeu cabrita para tomar conta da horta. A BBC Brasil perguntou ao presidente Luiz Inácio como pretende dar transparência nos gastos das obras. Ele respondeu: “Garantindo. Primeiro com o simples pressuposto de que as pessoas são honestas até que provem o contrário”. Ele disse isto porque não sabe nada do mensalão. A segunda garantia seria a fiscalização do Comitê Olímpico Internacional, do nacional e do TCU. Comitê Olímpico fiscaliza instalação. Não fiscaliza obra. O TCU apontou irregularidades nos Jogos Pan-americamos e até ontem ninguém pagou o prejuízo. O prejuízo foi pago, não por quem desviou os recursos, mas com recursos públicos. Dinheiro que poderia ter ido para a saúde e por que não despoluir a baia da Guanabara?

Jogos Olímpicos são importantes? Os jogos sim. O negócio não. E deveria ser bancado por quem vai ter o lucro com o evento. Não pelo erário público que é arrecadado para o bem estar do povo.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Capital

A maioria das pessoas vive sem capital. A origem etimológica vem do latim. Caput em latim. Cabeça em português. Embora todos tenham cabeça muitos não tem capital. Sem capital não é possível viver? Se a maioria vive sem capital, como se vive?

Capital Inicial parece nome de banda de rock. E é. Por que será que se chama Capital Inicial? Talvez por ter iniciado a carreira em Brasília. A capital do Brasil. Nem tudo que vem de Brasília é bom. A banda Capital Inicial é. É para quem gosta de rock.

Capital inicial em economia é a quantidade de dinheiro necessário para abrir uma empresa. Muitas empresas iniciam suas atividades sem o capital devido. Este é um fato que marca a quantidade de empresas, que não conseguem sobreviver no mercado. A competência profissional é esmagada pela falta de capital.

Reforma agrária é um grande engano. De todas as propostas apresentada a menos ruim foi a que o governo Castello Branco ofereceu. Felizmente não saiu do papel. É um engano porque todos deveriam ter o mesmo direito. Por que doar terra para quem não tem? Quem não tem dinheiro para comprar terra certamente não terá capital para plantar roça. Sem capital não dá para viver muito menos sobreviver no mundo agro-pecuário.

Infelizmente os movimentos sociais são conduzidos por cabeças que têm interesses ou não tem emprego. Ser dirigente de ONG não é mais ideal. É profissão. O mais lamentável é que algumas estas organizações sobrevivem à custa do erário público.

Karl Marx é complicado. Para ele capital é tudo que não gera mais-valia. Este tudo são as máquinas, equipamentos e estoque de matéria prima, mas pode influenciar no preço do produto. Complicado mesmo.

A vida das empresas poderia ser menos complicada. A capacidade intelectual dos empresários é tolhida por falta de capital. Um exemplo a ser citado é o segmento de calçados de Birigui. É significativo o número de empresários do ramo que não conseguem desenvolver seus produtos porque não há uma política econômica para assistir as pequenas empresas. Muitas destas fábricas encerram suas atividades e o proprietário volta a ser funcionário. Freqüentemente endividados. Para ser empresário é preciso ter capacidade para produzir e ter o fundamental: o capital. Para ganhar terra não precisa nada. Apenas invadir uma fazenda.

Capital do calçado infantil. Por que será as pessoas gostam de dar títulos a quem se destaca. Como fator publicitário é bom, mas para o lado social nem tanto. Dá a impressão que tudo está bem em Birigui. Capital como vem de cabeça está no topo. Estaria a economia de nossa cidade no topo?

Nosso espírito mora dentro do corpo, mas a cabeça é quem comanda tudo. Na empresa o administrador é a cabeça que comanda. A escala social também funciona assim. A pirâmide social é organizada pela quantidade de capital que cada pessoa tem. Um profissional graduado, com mestrado e doutorado, inúmeras pós-graduações se não tiver riqueza acumulada fará parte da ralé. Ralé não é um grupo de bandidos ou favelados. Ralé é a base da pirâmide, onde estão as pessoas, que podem serem ricas em conhecimentos, mas pobres em capital.

A banda Capital Inicial veio da capital do Brasil para trazer alegria para quem gosta de rock. O Programa de Aceleração do Crescimento veio para trazer alegria às cabeças que estão no topo do governo do Brasil. O TCU sugeriu que 15 obras do PAC sejam paralisadas. Há indícios de irregularidades. É o capital de todos os brasileiros sendo dilacerados por um programa para eleger a terrorista.