terça-feira, 21 de junho de 2011

Valores

Já escrevi sobre a administração pública no período em que os presidentes eram militares. Neste período tive o privilégio de ocupar cargo no terceiro escalão estadual da Caixa Econômica Federal, mesmo sendo declaradamente simpatizante do comunismo. Atualmente tenho aversão e faço severas críticas ao socialismo e ao comunismo. Arrependimento não mata, mas é como marca de ferro no couro de boi.

Evolução é assim. É preciso ler e estudar para aprender. Ou empiricamente ver os fatos acontecerem. Os dedos das mãos não são iguais.

Procurem ler sobre o crescimento da fortuna dos ex-presidentes militares e a dos presidentes civis e de seus ministros.

O texto abaixo não é meu. É de uma colega da Caixa Federal. Mary Madureira a quem pedi autorização para transcrever.



“ASSIM SÃO ESTES ESTRANHOS MILICOS!

Falavam horrores de Mário Andreazza. Que estaria riquíssimo, que teria ganhado de presente das empreiteiras um edifício na beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, que não tinha mais onde enfiar dinheiro.

Não sei se Amália Lucy Geisel, filha de Ernesto Geisel, ainda está viva. Pouco mais velha do que nós, tinha alguns problemas de saúde. Pois bem, era professora do Colégio Dom Pedro II e mesmo quando o pai era Presidente da República, ia de casa ao trabalho de ônibus. Cansei de encontrá-la neles, ela e eu a caminho do centro do Rio de Janeiro.

Meu pai chamava isso de os três D dos milicos: decência, decoro e discrição.

Primeiro morreu o coronel Mário Andreazza. Quando Ministro dos Transportes foi responsável pela construção da ponte Rio-Niterói. Obra que teve empréstimo inglês de dois bilhões de dólares. Os seus trinta e sete colegas de turma tiveram que fazer uma vaquinha para que o corpo pudesse ser transladado para o Rio Grande do Sul.

Em 2000, Dona Lucy Markus Geisel viúva do presidente Ernesto Geisel, pobre e discreta, morreu em acidente de carro na Lagoa Rodrigo de Freitas.

A morte de Dona Dulce Figueiredo.

Agora foi a vez de Dona Dulce Figueiredo, que ficou viúva do último presidente militar João Batista Figueiredo em 1999. Em 2001, devido a problemas financeiros, organizou um leilão para vender objetos pessoais do marido.

Sem comentários e façam suas comparações e conclusões.

Os tempos são outros...naquela época ninguém amealhava fortuna de 20 milhões de reais em dois anos. Nem a vida toda.

Decência, decoro, respeito são palavras que não constam nos dicionários atuais... e se dos dicionários constam, não são entendidos na forma de agir e de pensar. Quem sabe um dia teremos motivos para nos orgulhar da classe política que hoje abriga o que de mais adjeto representa o povo brasileiro.”.

sábado, 18 de junho de 2011

Vereadores

Algumas pessoas ficaram indignadas com a Câmara de Vereadores de Birigui. Foi aprovado o projeto que aumentou o número de cadeiras de onze para dezessete. O orçamento é fixado em lei. É o mesmo para onze ou dezessete vereadores. O povo ficou indignado? Ora o povo. O povo pensa o que pensa os formadores de opinião.

É um equívoco se posicionar contra o aumento do número de vereadores sem ter argumentos justificáveis. E este é o ponto. Estas pessoas indignadas não têm argumentos.

É de conhecimento público que, quando o atual prefeito se elegeu para o seu primeiro mandato, recebeu somente um terço dos votos. Conseqüentemente dois terços não o queriam na prefeitura. A ratificação desta vontade se refletiu no número de vereadores eleitos. Dos onze vereadores somente dois pertenciam ao partido do prefeito. Os outros nove eleitos faziam parte dos partidos de oposição. Isto é representatividade. Esta oposição só perdurou da proclamação do resultado até a posse, porque no dia seguinte o quadro se inverteu. O resultado daquela eleição prova que o processo eleitoral em nosso país é um engodo, posto que os políticos são venais e o preço não é tão caro.

Os vereadores que trocaram de lado se esqueceram que foram eleitos pelo povo e representavam dois terços contrários ao prefeito. Certamente esta troca de lado foi motivada por algum tipo de mimo. Talvez um aperto de mão. Um forte abraço. Naquela época o lúmpen-mor do Brasil (Luiz Inácio) dava o exemplo de como harmonizar a oposição com o mensalão. Aqui pode ter ocorrido o mensalinho.

Se a Câmara tivesse naquela época dezessete vereadores, haveria mais seis para serem convencidos a mudar de lado. Se o convencimento tivesse sido produto de um diálogo franco, sem propinas ou troca de favores políticos, seria saudável. Aqui paira a dúvida.

As pessoas precisam entender que, quanto maior for o número de vereadores fiscalizando, menor a possibilidade de fraude e corrupção. Com o aumento da representatividade mais pessoas de conduta ilibada poderiam ser eleitas.

Para quem pensa em cifrão dezessete é muito. Quem pensa em representatividade e conduta ilibada dezessete é pouco. O orçamento da Câmara é fixado em lei e não depende do número de vereadores. Corresponde a uma porcentagem da receita do município.

A Sessão é a vitrine de venda dos produtos que os vereadores produzem, talvez seja este o ponto que causa indignação. São três sessões por mês. Recebem mais de três mil reais. O povo trabalha oito horas por dia e recebe menos de mil reais por um mês de trabalho. Outra avaliação equivocada. O trabalho do legislador não se atém às sessões que a mídia mostra. A jornada é de vinte e quatro horas por dia. Evidentemente há exceções.

A imagem que passa e revolta é esta. Três sessões travadas pelo regimento interno, onde há pouco espaço para discutir assuntos sérios. Um espaço imenso para moções de congratulações de morte de alguém, discorrer sobre biografias sem conteúdo de pessoas cujos nomes serão patronas de ruas e discursos infundados para blindar o prefeito e apartes inúteis.

A Câmara aprovou dezessete vereadores. Está na lei. Por que não pensarmos em inovar e evoluir? Acrescentar outros dezessete, não eleitos, indicados pela sociedade civil organizada. Dividir o poder. Metade para os políticos e a outra metade para segmentos da sociedade que produz a riqueza da nação.

Dia quatorze de julho comemora-se a Queda da Bastilha. Fim da tirania. Pessoas despreparadas para governar assumiram o poder. Ficou pior. Qualquer semelhança é mera coincidência.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Água

Laboratório de química tem aquele típico cheiro de produtos químicos. Se alguém lhe oferecesse um copo de óxido de diidrogênio para beber você aceitaria? Com este nome num laboratório de química, nem pensar. Mas se você estiver com sede, pode beber. É água.

Quando alguém vai comprar um sítio uma pergunta sempre surge. A aguada é boa? A cidade de Birigui é privilegiada. Tem uma grande quantidade de nascentes no setor urbano do município. No centro da cidade o córrego do antigo BTC (Birigüi Tênis Clube) continua firme. Até quando vai jorrar água? As condições ambientais adequadas para uma nascente já não mais existem. Sua nascente está blindada por asfalto e concreto.

Um bueiro é a nascente do córrego, mau cuidado, que corre no centro da Avenida João Cernack. Mais uma nascente fora das normas ambientais.

No Parque das Paineiras há uma nascente. Suas águas não são utilizadas para nada. Outrora o Sr. Nicolau da Silva Nunes utilizava para criar peixes. Será que estão pensando em preservar a nascente e utilizá-la. Pequenas cachoeiras, fontes luminosas, enfim, utilizar a beleza da água para entreter. Até peixes ornamentais poderiam ser ali criados.

Na mesma região, mas do outro lado da rodovia existem muitas fontes. Uma delas tem autorização do Ministério das Minas e Energia para ser explorada como fonte de água mineral. Tudo na superfície de nossa cidade.

Inúmeras regiões de nosso planeta sofrem do flagelo da seca. Falta água na superfície. Em algumas regiões a alternativa foi perfurar poços. Retirar água do subsolo causa algum problema na superfície? Estudos revelaram que a capital do México está afundando em conseqüência de escavação de poços e a exploração desordenada rebaixou o lençol freático. A Catedral está abaixo do nível da rua. Outros estudiosos acreditam que a cidade está afundando por ter sido construída sobre aterro. O problema não é nosso, mas deve ser considerado. Em nossa região existe voçoroca. O problema pode não ser somente do prefeito da Cidade do México.

A então União Soviética desviou dois rios que desaguavam no mar de Aral. Ele está secando. Desde 1847 que se fala em desviar as águas do rio São Francisco e Tocantins para acabar com a seca do nordeste. A natureza não manda recados. Ela age.

Ibirá é uma cidade de águas medicinais. Algumas de suas fontes não jorram mais água. Dizem que a mina secou porque o lençol freático baixou. Será que a causa são os inúmeros poços abertos sem a real necessidade? Os problemas dos outros estão ficando perto de nossa cidade.

Nossa cidade tem dois poços profundos e uma infinidade de poços semi-artesianos. Alguns legalizados. Outros clandestinos. Não é permitido abrir poços sem autorização da autoridade competente.

Com tanta água de superfície gratuita, por que comprar água salobra dos poços profundos? Eles devem existir, mas somente para suprir uma emergência. Não para uso diário. A prefeitura de nossa cidade vizinha foi mais perspicaz. Foi buscar água de superfície no Rio Tietê. Por enquanto a captação é de graça. Dos dois poços um é graça o outro não. Pagamos pelo produto. A prefeitura compra e depois revende para nós.

Algumas empresas têm poços para uso próprio. Em épocas passadas elas permitiam que a população se servisse desta água. Atualmente a maioria das empresas não permite. O segmento da sociedade que não pode comprar água para beber fica sem saber os eventuais motivos da suspensão do fornecimento gratuito por parte das empresas.

Se o motivo foi a preservação do lençol freático, muito bem. E se não foi? Nunca foi publicado pela imprensa um relatório sobre a análise em laboratório da água que usamos.

Cíclico

Acontecimentos são cíclicos. A moda é um verdadeiro vai e vem. Fatos cíclicos sãos as revoluções e guerras. Parece até uma opção para expurgo de pessoas indesejáveis.

Golpe de Estado no Brasil é um acontecimento cíclico. Independência foi um golpe contra Portugal. República foi um golpe contra o Império do Brasil. Dentro da república Getúlio Vargas assumiu o poder através de um golpe. Os militares deram o último golpe em 1964. Sempre com a intenção de melhorar.

É preciso uma intervenção celeste ou um novo golpe para acabar com a farra.

O Planalto Central aprovou uma norma com o seguinte título: Regime Diferenciado de Contratações. Este Regime autoriza contratações sem licitações para as obras da Copa do Mundo e Olimpíada. Vai facilitar e legalizar o desvio de recursos públicos.

A Presidência da República transgrediu a lei não acatando o parecer do STF mandando soltar o terrorista italiano Battisti.

O STF autorizou os maconheiros a fazer apologia ao crime fomentando o uso de droga, fazendo passeata e proibindo a polícia de intervir. E para completar o pacote estuda a liberação em cultos.

Os heterossexuais não podem se expressar em público contra às idéias dos homossexuais.

Os brancos são discriminados com a adoção das cotas para os não brancos. Xingar uma pessoa de branco não é crime.

Em algumas regiões da Terra a natureza dá sinais de que algo está mudando. Terremotos, tsunami, vulcões, frio intenso e outras adversidades.

Aqui às vezes ocorrem deslizamentos de encosta. Outras vezes seca intensa. Se um é sinal divino eu não sei. Então seria melhor um novo golpe dos militares e acabar com a farra no Planalto Central.





sexta-feira, 10 de junho de 2011

Escola

A escola serve para quê? A pergunta é pertinente. Há quem pensa que a escola deve ministrar o conteúdo e ensinar boas maneiras. Outros acreditam que boas maneiras é responsabilidade da família e não da escola.

Outra discussão voltou à tona. A escola de ensinar o conteúdo da grade que o Estado estabelece ou deve simplesmente treinar o aluno para prestar vestibular?

Como o Brasil é o país do clientelismo, inventaram o ENEM. Teoricamente é bom. Surgiu um fato inesperado que pode ser um tiro pela culatra.

Uma garota de Campo Grande MS, que cursa o 2˚ ano do ensino médio, prestou o exame do ENEM e conseguiu pontuação necessária para ingressar na faculdade de medicina da UFMS.

Como ela não tinha pré-requisito, a matrícula foi rejeitada. Uma ação na justiça lhe garantiu a matrícula e ela está cursando medicina aos 16 anos de idade. À imprensa ela disse que fez um curso específico para prestar o exame do ENEM.

Então qual a resposta que mais se aproxima da realidade: ela sabe a matéria ou sabe responder teste?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Trânsito

Para não dizer que a totalidade, pode-se dizer afirmar que quase todos os pilotos obedecem às normas do tráfego aéreo.

Já o mesmo não se pode afirmar dos motoristas. Hoje em torno das dez horas, em Birigui, deu um vendaval e chuva. O vendaval passou, mas a chuva permaneceu o dia todo.

Das dez até o final do dia um número reduzido de motoristas trafegava com os faróis baixo aceso. Outros só com as lanternas (que não é recomendado). A grande maioria com os faróis apagados.

O motivo de transitar com os faróis baixo apagados sob chuva ou neblina é ignorância ou esquecimento?

Os pilotos obedecem às normas de trafego aéreo porque a aviação não machuca. Mata.

Se os motoristas obedecessem às normas de trânsito, talvez não houvesse tantas mortes.

“À noite, sob chuva ou neblina use farol baixo. Você enxerga melhor, é visto e respeita a lei.”.

Este slogan é da Rádio Bandeirantes. Mesmo sendo veiculado por uma grande emissora não motiva os motorista a se tornarem responsáveis.

O Estado por sua vez se omite na fiscalização.



sábado, 4 de junho de 2011

Estado

Do estado político e econômico que nosso país está, poderá ficar pior. Está faltando em quase todos os municípios vagas nas creches, leitos nos hospitais, atendimento médico e no cenário nacional o mais grave: está faltando vagas para políticos.

Não se trata de sarcasmo e nem piada de mau gosto. Políticos querem criar novos Estados. Criar unidades da federação é aumentar o número de deputados federais e novos estaduais. Junto com estes deputados um número inimaginável de assessores e funcionários para as novas Assembléias Legislativas.

Não se aplica à coisa pública as mesmas atitudes da iniciativa privada. Como é preciso dar um basta nos governantes e parlamentares, vale lembrar o que faz as grandes empresas. Para reduzir despesas e competitividade no mercado elas se unificam. Na contra mão da razão estão os políticos. Ao invés de unificar, dividem.

Aqui na nossa região temos dois exemplos: Araçatuba e Coroados. Aracanguá se separou de Araçatuba e Brejo Alegre de Coroados. Quem ganhou? Os dois prefeitos que recebem uma boa remuneração e não sei quantos vereadores que também recebem pelo exercício do cargo. Sem falar que existe a máquina administrativa.

O que será que melhorou nestas duas cidades depois da emancipação. Os novos prefeitos construíram hospitais, creches, escolas? Existem nestas cidades Delegado de Polícia, Promotor e Juiz? A esperança é que tenham melhorado a vida social e econômica da população. Infelizmente a estatística diz que nada muda quando um município se emancipa. Outra infelicidade é a mediocridade do povo. Optam pela emancipação sem saber o porquê, pois são freqüentemente ludibriados pelos ideais pronunciados nos palanque.

Por incrível que possa parecer este é o caminho. Dividir. Municipalizar tudo. Mover ações para impedir a criação dos Estados Carajás e Tapajós, bem como todos os projetos para criação de outros Estados. Há dezoito projetos em andamento e outros foram arquivados. Políticos gostariam de dividir o Estado de São Paulo em três. Ficaria São Paulo, São Paulo do Oeste, cuja capital seria Ribeirão Preto e São Paulo do Sul. Mato Grosso ficaria assim dividido: Mato Grosso, Mato Grosso do Norte e Araguaia. Minas Gerais e Minas Gerais do Norte. A cidade do Rio de Janeiro voltaria ser o Estado da Guanabara. Além de impedir a criação deveria extinguir os atuais. As Capitanias Hereditárias foram substituídas por sete províncias. Hoje são vinte e seis Estados e o Distrito Federal.

Orestes Quercia participava de um movimento municipalista. Na verdade, um curral eleitoral. De concreto, a imprensa nunca publicou nenhuma proposta que pudesse modificar a vida das prefeituras. Fortalecer o prefeito politicamente não resolve. As prefeituras precisam de recursos para ser aplicados em obras para a população e de prefeitos honestos.

Se extinguir os atuais impostos e implantar o imposto único é provável que houvesse melhora. Não haveria sonegação e todos pagariam impostos. Os recursos arrecadados seriam repartidos diretamente para os municípios através de índices. O prefeito que é a autoridade mais próxima da população teria os recursos necessários para o bem estar das famílias.

Se o prefeito cria uma secretaria, tenha certeza, ela é desnecessária, porém muito necessária para abrigar apadrinhados. No âmbito nacional há número elevado de ministérios e agências controladoras. O exemplo mais bizarro é a ANAC que substituiu o Departamento de Aviação Civil. No DAC trabalhavam técnico. Na ANAC políticos.

Às vezes dá vontade de desanimar. Os políticos reinam e o povo paga a conta.