sexta-feira, 22 de junho de 2018

Brasiliano


Você é brasileiro ou brasiliano? Desde o descobrimento contaram-nos mentiras e esconderam dados importantes sobre o Brasil. Sempre ouvimos dizer que éramos brasileiros e que deveríamos cumprir nossas obrigações, isto é, pagar devidamente os impostos. E assim fizemos até aos dias atuais.

Não sei se foram os políticos, os historiadores ou os professores de português que esconderam todo esse tempo o fato de que o termos brasileiro não é sinônimo de cidadania. Brasileiro é uma profissão.
Português é o nosso idioma, um pouco diferente do português de Portugal, e são as terminações que determinam a naturalidade ou nacionalidade das pessoas. Terminação “ino”: argentino, nordestino. Terminação “ense”: israelense, paranaense. Terminação “ês”: inglês, português. Terminação “ano”: americano, curitibano.

Já a terminação “eiro” é usada para adjetivos ou substantivos que designam profissões, tais como: mineiro, carpinteiro, ferreiro, relojoeiro, etc. Assim o termo “brasileiro” passou a ser uma exceção, e por ter se originado da profissão de brasileiro, comerciante de pau-brasil. O mesmo aconteceu com o Estado de Minas Gerais, cujo gentílico é “mineiro”.

Brasileiro era a profissão daqueles portugueses que viajavam para o Brasil, ficavam alguns meses comprando ouro, prata e pau-brasil, tiravam o que podiam sem nada aqui deixar. Os brasileiros não viam o Brasil como uma nação e sim uma terra sem dono. Para eles investir aqui era uma burrice.

Será que esses brasileiros não viraram os bandidos e salafrários de hoje? Há pessoas que tentam tirar vantagem de tudo, tanto na política partidária como nos negócios. A diferença é que existe os brasilianos. Pessoas como você. Brasiliano não é profissão, mas uma identificação com um cidadania. Rima com italiano, americano, puritano, que em seus países ou aqui criaram um mundo melhor, uma família e uma nação. O brasiliano planta e colhe o fruto de seu trabalho. Constrói escolas para a educação de seus filhos.

Foram os brasilianos que construíram esta nação chamada Brasil. Entre os brasilianos estão os índios, negros e todos os imigrantes italianos, espanhóis, japoneses, poloneses, alemães que criaram raízes aqui.

Brasilianos investem na Bolsa de Valores de São Paulo. Brasileiros investem em offshores nas Ilhas Cayman ou vivem seis meses na Europa ou algum outro lugar do mundo para não pagar impostos no Brasil. Brasileiro gosta do ócio. Brasiliano gosta do trabalho. Delfin Neto, quando era ministro, disse uma frase que resume tudo: “o sonho de todo brasileiro é mamar nas tetas de alguém.”.

Infelizmente não existe estatística para saber quantos brasileiros existem e quantos brasilianos existem. E o mais importante, saber qual grupo está aumentando e qual está diminuindo.
Após a chegada oficial dos portugueses no Brasil era uma ofensa chamar alguém de brasileiro. Entretanto, o termo acabou se consolidando. Afinal, onde estão e quem são os verdadeiros brasileiros? Estariam em Brasília e nas administrações públicas federais, estaduais, municipais, nas empresas privadas, institucionalizando a maior corrupção da história do Brasil?

Doze milhões de brasilianos estão desempregados, sem segurança pública e com educação precária. Empresários corretos e honestos continuam produzindo, estes são brasilianos. Brasilianos constroem a pátria onde nasceram. Brasileiros destroem nossa pátria.

Infelizmente quem está destruindo o Brasil são os brasileiros e os brasilianos nada estão fazendo para interromper este processo de destruição. Nem votando na pessoa correta estão.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Misericóridia




Pequenos fatos podem significar muito. Trocar nome de rua ou de aeroporto significa alguma coisa? Talvez sim. Por outro lado pouco importa, mas o fato é que se perde um pouco da memória. Fica uma lacuna na história.

A Rua da Misericórdia deveria ser a rua da Santa Casa de Misericórdia. Para que ninguém esqueça, que naquele local existe misericórdia para com pessoas que precisam de ajuda médica. Em Birigui a Rua da Misericórdia existia. Não era a da frente. Ficava no fundo da Santa Casa, dando a impressão, que misericórdia fosse algo, que causasse dó ou vergonha. Algum político trocou o nome da rua. A memória se perdeu.

A primeira Santa Casa de Misericórdia foi criada em Lisboa pela rainha Dona Leonor, no ano de 1498. O propósito não era somente o tratamento de enfermos. Cuidava dos idosos, órfãos e dos enjeitados. Alimentava os miseráveis e enterrava os mortos sem família. O que hoje podemos chamar de moradores de rua.

Miserável é uma palavra tão forte, que quando a pronunciamos nos faz lembrar do romance de Victor Hugo. A miséria não é só enredo de romance. Ela existe. Talvez ela não seja encontrada, tão acentuadamente, em Birigui, porque nossos enfermos desprovidos de recursos são encaminhados para outros hospitais da região. Misericórdia é um ato de solidariedade.

Não há registro na história e nem nos documentos a data de fundação da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Acredita-se que tenha sido em 1560. São Paulo cresceu e a Santa Casa também. Em 1884 ela foi instalada no atual prédio e hoje é a maior do mundo.

A Santa Casa de Misericórdia de Birigui também foi criada nos mesmos moldes que a de São Paulo. Foi construída pelo esforço da Irmandade e do povo. Birigui cresceu, mas a Santa Casa não. A administração foi subtraída da Irmandade e concedida a especuladores políticos. E neste status permaneceu por décadas.

Os propósitos da Irmandade eram uma verdadeira missão. Prover recursos para a prática da caridade e da misericórdia. Socorrer doentes, inválidos e desamparados. Uma parte desta missão os políticos ainda não tocaram. Ainda resta solidariedade ao Recanto do Vovô, Abrigo Vó Tereza e outras entidades. Entretanto, não aos moldes e princípios da Santa Casa de Misericórdia, criada pela rainha, implantada em todo o reino de Portugal e que permanece até nossos dias.

O povo que é tido como ignorante e sem cultura, que certamente não vai ler este artigo, não fazem distinção entre Irmandade e Funcionários. A missão da Irmandade é prover recursos para o funcionamento da Santa Casa. Médicos, enfermeiras e demais funcionários não são missionários. São profissionais que salvam vidas e para tal recebem salários, nem sempre justos.

Santa Casa de Misericórdia não foi criada para enriquecer seus proprietários, sobretudo porque ela não tem dono. A Prefeitura suspendeu a intervenção. Não importa quem está à frente desta nova administração. Por fora está ficando uma bela viola. No saguão lê-se: Santa Casa de Birigui e abaixo Organização Social de Saúde. Será que os propósitos, que Dona Leonor criou para amparar os necessitados, não serão observados nesta nova Santa Casa? Certamente a misericórdia será mantida através do plano de saúde, que o governo, precariamente, mantém.

É uma pena. O povo paga devidamente os impostos, mas não recebe os benefícios, que estes impostos deveriam retornar em forma de bons hospitais, bons colégios e segurança. Em razão disto, a Santa Casa de Misericórdia precisa continuar a existir.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Tribunal



Quando se fala em Tribunal, de pronto se imagina um salão sobriamente decorado. Um magistrado de preto a decidir o futuro de alguém ou a julgar um processo qualquer. Pitágoras tem uma frase muito interessante, que talvez justifique a existência de Tribunais: Enquanto as leis forem necessárias, os homens não estão capacitados para a liberdade.

Em nosso país pode faltar tudo. Tribunal é o que não falta. Tribunal do Júri, Tribunal de Contas, Tribunal do Trabalho, Tribunal Desportivo e Supremo Tribunal Federal entre outros tantos. Nunca fui a um Tribunal Desportivo. Imagino que o Tribunal de Justiça Desportiva do futebol deva ser um salão faraônico, porque dinheiro não falta nas federações. Parafraseando Karl Marx: O futebol é o ópio do povo.

O Tribunal é o oposto do Templo. No Templo recebemos as luzes que iluminarão nossos caminhos, para nunca adentrarmos num Tribunal. E estas luzes ficam mais intensas, quando conseguimos construir o nosso próprio Templo. Templo que tem o contorno de nosso corpo e como magistrado nossa mente que, retém os ensinamentos de nossos pais e de Moisés. Da mesma forma que construímos um Templo, devemos construir um Tribunal. Neste Tribunal ter a sabedoria de usar a espada, como Salomão usou, para extirpar o mal.

A organização do Estado está alicerçada em três castelos de areia: os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Poderiam ser os três portos seguros, mas a nau que conduz os princípios fundamentais de honra e razão passou ao largo.

Tendo dentro de nós um Templo e um Tribunal estaremos à beira da perfeição. Estando nesta condição, teremos toda a consciência e o discernimento de nunca usar a espada de Salomão para promover a justiça.

A sociedade não constrói Templos. Constrói Tribunais, prisões e fantasias. Até onde há verdade ou fantasia nos temas de filmes e novelas? Até onde há verdade ou fantasia na novela “A Força do Querer”?

Quando o Sr. Luiz Inácio perdeu sua primeira eleição para presidente, ele criou um governo paralelo. Não servia para nada. O crime organizado, por outro lado, criou um tribunal paralelo. Não existe código de processo penal e nem código de processo civil. Existe o código de honra. Honra deles.
A sociedade civil organizada não tem tribunal próprio. Está submetida ao Tribunal que, está abrigado num castelo de areia do Estado. A imprensa noticiou há algum tempo uma série de reportagens sobre uma certa facção criminosa de São Paulo. Nestas reportagem foram expostas duas visões sobre o mesmo fato.

Se um adolescente cometer um estupro, ele será preso? Se for preso, quanto tempo será necessário para que o adolescente seja julgado e condenado? Qual será sua pena? Três anos na FEBEM? Recuso-me a chamar de CASA esta fábrica de bandidos. Quanto a garota, ela já está condenada pelos tormentos sofridos no ato. No tribunal paralelo da facção, o adolescente seria julgado, condenado e executado em uma semana. Está certo ou está errado?

Antes de se decidir pelo certo ou pelo errado, é preciso olhar para o interior de nosso Templo. No Templo só há virtudes. Salomão ao usar sua espada no Tribunal, para saber quem era a verdadeira mãe, tinha passado pelo Templo de Jerusalém. Se houver Templo, não haverá necessidade de Tribunal.

Devemos observar e refletir: “Enquanto as leis forem necessárias, os homens não estarão capacitados para a liberdade”. Um exemplo prático e que está aos olhos de todos: No trânsito existe as lombadas para reduzir a velocidade. Por que tê-las? Se há placas informando o limite de velocidade. A placa é o Templo. Forneceu informação. A lombada é o Tribunal. Vai punir por ultrapassar a velocidade.
Então o Tribunal não pode ser descartado, posto que o Templo é ignorado.