quarta-feira, 25 de maio de 2011

Aforismo

O ministro da Justiça disse que, não há o que duvidar do ministro chefe da Casa Civil. Disse também que, a Polícia Federal não irá investigar a veracidade do aumento do patrimônio em tão curto tempo.

Será que o ministro da Justiça quer inocentar o chefe da Casa Civil antes de ser acusado formalmente? Quem inocenta é o Poder Judiciário e não o ministro da Justiça, que tem a obrigação de apurar os fatos.

Dá a impressão que são membros de um mesmo bando se protegendo. A evidência fica maior quando o Luiz Inácio e Franklin Martins são chamados ao Planalto Central para obstruir e limpar a cena do que poderia ser um crime.

domingo, 22 de maio de 2011

Mercado

Desde a antiguidade mercado de pessoas sempre foi um excelente negócio. Mercadores vendiam pessoas para trabalhar em troca da alimentação, vestimentas e cuidados para com a saúde. Se é que havia este tipo de cuidados.

No Brasil colonial os bandeirantes aprisionavam índios e os vendiam para trabalhar. Não deu certo. Os habitantes natos do Brasil não tinham o hábito de trabalhar. Viviam do que a natureza lhes ofereciam. Há rumores que o Marques de Pombal aboliu a escravidão indígena por não ter bom relacionamento com os Jesuítas. A solução foi buscar pessoas na África.

Cerca de cem anos após, alguém descobriu que pagar salário a um empregado era menos oneroso do que manter uma senzala. Novamente os mercadores entraram em ação. Foram para a Europa buscar pessoas para o trabalho. Inicialmente só para a agricultura. Depois se estabeleceram no comércio e na indústria. Os imigrantes junto com os portugueses coroaram a luta dos rebeldes vicentinos, que fazia da Capitania de São Vicente a diferença na colônia de Portugal, tornando São Paulo o Estado mais desenvolvido do Brasil.

Quando se fala em pão e circo logo nos lembramos dos gladiadores de Roma. Quem mais se lembra das arenas romanas são as pessoas que tiveram o privilégio de assistir as grandes produções do cinema americano da década de sessenta.

Nas atuais arenas de Roma não existem gladiadores se mutilando. Quem faz o povo se regozijar são os jogadores de futebol, pessoas que são vendidas como se vende mercadoria. Leva quem der o melhor preço. Da mesma forma que os fazendeiros compravam os escravos, verificando os dentes e o porte físico. Quando um escravo ou um atleta não dá conta de sua tarefa é descartado. Qualquer semelhança com atletas que voltaram da Europa para jogar em equipe do Brasil é mera coincidência. Voltaram por não ter mais condições físicas ou por mau comportamento.

O mercado de pessoas não acabou com o fim da escravidão. Algumas mulheres continuam escravas de seu próprio corpo. Algumas por necessidade de sobrevivência. Outras para complementar a renda familiar, acumular capital ou enriquecer.

O tráfego se inverteu. Mulheres são levadas para a Europa para trabalhar. Trabalham como camareiras, garçonete ou modelos. Outras se ocupam no mercado do sexo. Por livre vontade ou por escravidão.

Da antiguidade até nossos dias as pessoas são mercadorias que se vende como se vende porco ou raposa. E neste seguimento do mercado surgiu um novo produto: Ex-ministro da República Federativa do Brasil. Este produto vale muito no mercado. Assim disse e talvez seja o que pensa o ministro chefe da Casa Civil tentando justificar o aumento de seu patrimônio. Como é de conhecimento público sua empresa presta assessoria. Alguém sabe que tipo de assessoria? Tudo indica que prestar serviço de assessoria é a melhor opção no mercado. Neste caso transparece que o produto comprado não é a assessoria e sim o assessor.

Não falta ao ministro da Casa Civil acusação de se envolver em corrupção. Por ter se envolvido no mensalão o presidente Luiz Inácio o demitiu do Ministério da Fazenda. Mesmo assim faz parte do governo da presidente Dilma.

O pessoal que cuidou da blindagem do presidente Luiz Inácio está preocupado. Ele faz palestra e cobra. O mais grave: alguém contrata e paga. A preocupação: como justificar o aumento do patrimônio da família Silva?

Não pense que é uma prerrogativa da esquerda burra se envolver em corrupção. Os políticos de esquerda são facilmente surpreendidos com a boca na botija por inexperiência. Os outros estão no mercado há mais tempo.

Você leu o poema de Manuel Bandeira “Pneumotórax”? Não? Então saiba que a única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

sábado, 7 de maio de 2011

Insegurança

Em todos os sentidos a sociedade pensa em segurança. Protegida dos bandidos. Assistência médica e hospitalar. Garantia da preservação dos bens patrimoniais. Ninguém pensa na insegurança. Ela existe. Pode ser falta de proteção ou falta de confiança em suas próprias qualidades. O que é insegurança?

Os americanos foram à lua? Nenhuma pessoa ligada à ciência tem coragem de negar. O líder da Al Qaeda morreu? Notícias fabricadas podem trazer auto-estima coletiva. Pode gerar insegurança, ou promover as atitudes dos que estão no poder do Estado.

Ficção científica é coisa de escritor, mas são os cientistas que desenvolvem estas idéias inexistentes pelos escritores criadas. Júlio Verne mandou o homem à Lua com um tiro de canhão. Werner Von Braun construiu as bombas V1 e V2. A intenção era destruir Londres. Terminada a guerra foi para os Estados Unidos e na NASA criou os foguetes Saturno, que diz a história mandou os americanos para a Lua.

Se num texto estiver escrito “Grande Irmão”, poucos saberão do que se trata. Se estiver escrito “Big Brother” a maioria pensará que se trata de um programa de televisão. Mas quem leu George Orwell sabe quem o Grande Irmão. No livro o Partido controlava tudo através de câmeras instaladas em todos os recintos. As pessoas eram observadas o tempo todo. Segurança para o Estado. Insegurança para o indivíduo.

Nos países de língua inglesa existe uma frase para inibir a atitude de pessoas preste a cometer um ato não muito lícito: o Grande Irmão está te observando. Outra frase tem conotação de propaganda: o Grande Irmão zela por ti. Sendo o Brasil o país dos impostos, existe outra frase: o Leão está de olho em você. O leão da Receita Federal observa a todos. O governo federal zela concedendo bolsa família ao povo e veta reajuste digno nas aposentadorias de quem contribuiu para tê-las.

No atual governo federal existe mais de vinte ministérios. Nos governos estaduais e municipais a farra é a mesma. Na história de George Orwell havia somente quatro.

Ministério da Verdade. Sua principal função era falsificar documentos de modo que nunca os podres do partido viessem a público. Algo semelhante a blindar o presidente ou o prefeito.

Ministério da Paz. Este ministério era responsável pela guerra. O propósito era deixar o povo sempre pronto para uma guerra. De certa forma é uma maneira de subjugar o povo, deixando-o sempre sob as ordens do Partido.

Ministério da Fartura. Este ministério tratava da economia. A principal função era divulgar a produção fazendo a população acreditar que o país estava bem. Entretanto havia fome nas camadas mais baixas da sociedade.

Ministério do Amor. A responsabilidade principal era a espionagem e controle do povo. Sexo só para procriação. Já no Brasil o governo oferece preservativo, pílula do dia seguinte e tudo que for possível para que se faça amor. Mas não ensina o que é amor.

Tal qual na Oceania, reino fictício da obra de Orwell, no Brasil está se alastrando a febre das câmeras de segurança. Aqui não é o Estado controlando as pessoas. É a sociedade procurando alternativas para se proteger, visto que o governo nada faz para inibir roubo, furto, assalto, seqüestro. Para conter uma força só outra de intensidade maior e de sentido contrário. A Polícia é esta força. Só é preciso deixá-la trabalhar.

O que é um dispositivo para segurança, vai se tornar uma insegurança. As câmeras estarão nos vigiando todos os nossos instantes. Os controladores destas câmeras terão conhecimentos de nossos hábitos. A intimidade das famílias poderão se tornar pública.

Insegurança é isto. Sem proteção sem confiança.