Quem foi bem educado
pelos pais deve se lembrar do olhar que o pai dava para o filho logo após a uma
arte ou ter feito algo de errado. Na segunda vez o olhar de repreensão era
substituído por uma advertência seguido de um castigo. Na terceira vez o
arteiro levava umas palmadas ou uma surra com a cinta dobrada. Foi repreendido
com um olhar, castigo e uma surra porque mereceu. Ninguém daquela época ficou
traumatizado.
A educação recebida dos
pais era severa. Esta educação era refletida na conduta dos alunos nas escolas
respeitando e obedecendo aos professores. A severidade não excluía o carinho
dos pais. Garotos travessos existiam. Delinquente juvenil só como personagens
de filmes americanos que eram mandados para se recuperarem nos Reformatórios
Juvenis. Moleques de rua, como eram chamados, aprontavam suas arruaças, mas
temiam a Polícia.
O fato dos alunos serem
educados e respeitar os professores não os caracterizavam como alienados.
Alienado no sentido de alheio aos acontecimentos políticos ou sociais. Cada um
seguia seu próprio rumo. Tanto na vida acadêmica quanto na profissional. Não
havia protecionismo.
Na selva não existe
proteção. A seleção natural existe e é mais evidenciada entre os animais
selvagens. O animal fraco é presa fácil para seu predador. Animal franco não
terá cria. Só os fortes continuam e procriam.
Na sociedade humana os
predadores são vírus, bactérias, colesterol e outros males que felizmente a
medicina faz de tudo para preservar a vida. Há também outro predador. O bandido
que assalta, rouba e mata. Entretanto, nesta sociedade quase selvagem existe
uma seleção também quase natural. Vence quem tem mérito.
Na Olimpíada só ganha a
medalha de ouro quem chega primeiro. Na faculdade o aluno só passa para o ano
letivo seguinte se tirar nota de avaliação suficiente. Para chegar à faculdade
o aluno passou pelos cursos de base. Se não passa pelas provas do vestibular é
porque o aluno não aprendeu o suficiente nos cursos fundamental e médio. Neste
ponto aparece a seleção natural. O aluno não entra na faculdade e muito menos
na universidade. Aluno de faculdade tem uma cultura. Aluno de universidade tem
outra.
Parece que tem tudo a
ver com racismo combinado com aristocratismo reservar cotas para ingressar nas
universidades alunos negros, pardos e alunos de escolas públicas. A função da
universidade é fornecer conhecimento acadêmico ao aluno e não acabar com as
desigualdades sociais. Para entrar na universidade tem que ter pré-requisito,
isto é, conhecimento. A seleção é natural. Só entra os primeiros classificados.
Tal qual na Olimpíada. É preciso ter índice olímpico para competir.
Conhecimento é o índice para ingresso na universidade e conhecimento não tem
nada a ver com cor da pele e saldo bancário.
Um dos fatores que
contribuirão para o ingresso na universidade é o Coeficiente de Rendimento.
Numa escola onde o diretor e os professores são relapsos o Coeficiente de
Rendimento do aluno poderá ser alto. Já em outra escola onde o diretor e os
professores são exigentes o Coeficiente de Rendimento poderá ser baixo. O aluno
da escola relapsa terá vantagem. O conhecimento do bom aluno não foi avaliado.
Isto não é ter mérito. Isto é protecionismo.
Finalizando, a
probabilidade de alunos de escolas públicas ruins ingressarem nas universidades
federais é maior do que a dos alunos de boas escolas públicas. Entretanto, se
os professores das universidades forem sérios, jamais um aluno oriundo destas
bases se graduará. Por uma razão óbvia. Não tem conhecimento para acompanhar as
aulas. Assim se espera. Porque da Dona Presidente não pode se esperar que ela
vete esta aberração chamada Cotas.