segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Royalty

Royalty escrito no singular pode passar despercebido. Royalties, no plural, nós nos lembramos de dinheiro entrando no bolso. Em inglês é royalty. Em português é dividendo. Em bom português significa dividir algo com alguém.

Royalty ou dividendo é receber lucro, vantagem. Nem sempre em questões financeiras. As pessoas gostam de receber royalties de negociações, alianças. Tirar proveito de tudo que for possível. Muito comum em política partidária.

Alguém acreditou na pantomima sobre a invasão das favelas do Rio de Janeiro para acabar com o tráfico de drogas? Pantomima na Roma antiga era uma representação dramática. Pantomima nos dias atuais é uma mentira astuciosa, manhosa e enganadora.

Enquanto os Estados Unidos propõem a proibição de bebidas energéticas com cafeínas, que misturadas com álcool podem favorecer a propensão ao alcoolismo, o Governador do Rio de Janeiro quer legalizar o uso de drogas não só em seu Estado, mas em todo o mundo. Que royalties o governador que tirar desta proposta?

Quem usa droga fomenta o crime. O governador, entretanto, vê de outra forma. Para ele, a repressão às drogas mata pessoas inocentes. Dinheiro que poderia ser aplicado em outras áreas.

Além da proposta de legalizar o uso de drogas, tudo indica que ele quer liberar o aborto também. Esta semana ele perguntou a um grupo de empresários de São Paulo: Quem não teve namoradinha que já fez aborto? O governador deve viver em Sodoma. Orgia e droga.

A televisão tem sido o maior exemplo de desserviço para a sociedade. A Bíblia deveria ser fonte de inspiração de novelas e não o Decálogo de Lênin. Os dez mandamentos foram postos em práticas nas últimas três décadas.

Primeiro mandamento de Lênin: Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual. O governo fornece gratuitamente tudo que a juventude precisa para a satisfação pessoal e sexual. Escola pública onde não é preciso estudar nem respeitar os professores. Preservativo ou pílula do dia seguinte. Terceiro mandamento: Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais. A novela Malhação da Rede Globo está pondo em discussão assuntos que levam as pessoas a tomar posições umas contra as outras. Os dois principais assuntos foram: Menor infrator vai para a cadeia, diminuindo a idade penal e homossexualidade. Quarto mandamento: Destrua a confiança do povo em seus líderes. Os deputados federais reajustaram seus vencimentos em 61,8%. O Presidente da República teve um aumento em seus vencimentos de 133,9%. Sétimo mandamento: Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País. Em época de festas de final de ano os funcionários de empresas aéreas e aeroportos pretendem entrar em greve. Décimo mandamento: Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa. Algumas pessoas se sentem honradas por terem trabalhado pelo desarmamento.

O Rio de Janeiro é o Estado que vem plantando há décadas um a um os mandamentos que desestrutura a sociedade. A começar pela organização das quadrilhas, que se aquartelaram nos morros. O povo que sempre deu apoio aos usuários de drogas. Basta ver o Jornal Nacional da década de setenta. Artistas, intelectuais e jornalistas não escondiam que usavam cocaína.

Toda cidade tem o seu royalty político. Quem tem recebido maior dividendo? O povo, políticos, usuários de drogas ou traficantes? Traficantes que podem ter políticos em suas folhas de pagamento.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Alienista

Simão Bacamarte é o alienista do conto de Machado de Assis. Para acabar com os loucos da cidade ele foi mandando para o hospício todos que ele julgava ser alienado. Quase toda a cidade foi trancafiada na Casa Verde. Este era o nome do hospício. Ele chegou a conclusão de que o louco era ele e não o povo. Como alienista que era prescreveu sua própria internação.

Alienista sim. Alienado nem pensar. Mais de 43 milhões de pessoas transparece a impressão de que não são alienados. Certeza? Não dá para tê-la. Por definição “alienado é a pessoa que vive sem conhecer ou compreender os fatores sociais, políticos e culturais que a condicionam e os impulsos íntimos que a levam a agir da maneira que age.”

Esta multidão com mais de 43 milhões compõem 43% dos eleitores que votaram contra o terceiro mandato de Luiz Inácio. 43% está muito próximo de 50%, isto significa que quase metade dos eleitores não queria o continuísmo. Embora tenham votado contra, torciam para que seu candidato não obtivesse a vitória, pois teria pagar um preço muito alto. Teria que fazer uma faxina política e sanear as contas.

Economia não é uma ciência exata. Embora seja toda estruturada em números existe o fator humano nas parcelas desta matemática. É possível mascarar as contas ludibriando o povo. Felizmente o Tribunal de Contas tem um pente fino, mas pouco resolve.

Em 2003, quando começou o governo Luiz Inácio, a dívida interna do Brasil era de aproximadamente 892 bilhões de reais. Em 2009 a dívida atingiu o montante de 1,4 trilhões de reais. A estimativa do próprio governo é que dívida pode atingir 1,73 trilhões de reais em 2010. Em oito anos de governo Luiz Inácio o crescimento da dívida foi de 94%.

Como se diz popularmente, o governo está nas mãos dos bancos. Isto porque a Constituição proíbe a emissão de dinheiro para custear despesas. A única alternativa é pegar dinheiro emprestado.

Toda vez que a receita for menor que a despesa gera-se um déficit. Se tiver dinheiro na poupança, deve-se utilizá-lo para não contrair dívida, pois os juros são altos. O Brasil não tem poupança. Não pode emitir moeda. A única alternativa é emprestar dinheiro dos bancos.

Atualmente as despesas típicas de governo, tais como saúde, educação, segurança e investimentos de infraestrutura, são maiores que a arrecadação. Duas outras despesas estimulam o crescimento da dívida. São os juros da dívida e a política monetária e cambial.

Talvez para ganhar as eleições ou para se perpetuar no poder o governo Luiz Inácio parece aquele pai de família que pega dinheiro emprestado para fazer festa. Terminada a festa fica a dívida e sujeira a ser retirada. Empréstimo dever ser feito para investimento. Financiar uma casa, por exemplo. No final do prazo extingui-se a dívida e fica o imóvel.

Existe um fato que maquia as contas do governo. Algumas despesas das empresas estatais não eram contabilizadas, pois o governo entendia que investimento não é despesa. Celso Ming fez um comentário sobre investimento em petróleo. Para ele investimento em petróleo é despesa e citou o caso da Paulipetro. Paulo Maluf dizia que era investimento. Celso Ming termina o argumento se é despesa ou investimento usando da terminologia do metalúrgico presidente: a gente sabe que a Paulipetro foi uma maracutaia. E a Petrobrás não fica muito longe.

A presidente eleita terá que tomar medidas drásticas para conter o aumento das dívidas. Que não é mais só interna. O Brasil voltou a ter dívida externa. Se medidas não forem tomadas a presidente eleita deverá seguir o exemplo de Simão Bacamarte. Internar-se. Ou se interditar.