quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cumplicidade


Povo que elege político corrupto não é vítima de seus atos. É cúmplice. Aos olhos das pessoas com pouco esclarecimento, o panorama que veem é de bonança. Um mar calmo e tranquilo para os navegantes. Um céu de brigadeiros para os pilotos. Em solo firme há ondas e muita turbulência.
Para manter a aparente calmaria, os governantes tomam medidas paliativas. Atitudes que são verdadeiras cortinas de fumaça. Pano de fundo dando a impressão que o cenário é verdadeiro.
Enquanto não terminar o julgamento dos réus da Ação Penal 470, fica difícil deixar de tocar no assunto, tanto no âmbito municipal quanto em qualquer outro seguimento governamental. Parece incrível, mas não é. O julgamento continua e a compra de votos também. Os políticos não temem a Justiça.
Comprar votos não precisa, necessariamente, ser da forma que a cúpula do partido que está no poder fez durante o governo Luiz Inácio, usando dinheiro vivo. Compra-se voto loteando os ministérios, secretarias e prefeituras. Inchando a folha de pagamento, cuja receita sai do pagamento de impostos, que o povo, religiosamente, paga.
Os políticos não temem a Justiça. Antônio Palocci está frequentando reuniões em escritórios da Presidência da República. Como é de conhecimento público, o ex-ministro saiu pelas portas do fundo do governo da Dona Presidente e de Luiz Inácio. O S T F só não abriu um processo contra Antônio Palocci, à época dos escândalos que envolveram seu nome, por diferença de um voto. Quatro ministros votaram a favor de abertura de um processo e cinco contra.
Vale lembrar que o ex-ministro multiplicou seu patrimônio por vinte entre os anos 2006 e 2010. E, também é bom lembrar que, o referido político, foi o coordenador da campanha de Dilma à Presidência. O último escândalo envolvendo seu nome foi a compra de um apartamento no valor de sete milhões de reais.
Se a Dona Presidente e o Senhor Luiz Inácio absolveram o ex-ministro, que está renascendo das cinzas da corrupção, certamente os réus da Ação Penal 470, os mensaleiros, também serão absolvidos pelos dirigentes do Poder Executivo. Aos políticos pouco importa a sentença do Poder Judiciário.
O povo também não se importa com as sentenças promulgadas pela Justiça. Além de não se importar, o povo também não respeita a Justiça, ignorando-a por completo. Elegem e reelegem deputados e prefeitos acusados por corrupção e condenados por improbidades administrativas.
Há duas frases de conteúdo semelhantes ditas por dois grandes homens. O polêmico Nélson Rodrigues disse: O mundo seria salvo se os homens de bem tivessem a mesma ousadia dos canalhas. A outra frase é de Albert Einstein: O mundo seria melhor se os homens de bem tivesse a ousadia dos canalhas.
O Paraguai é um país de mercado livre. Produtos autênticos e falsos são vendidos sem nenhum controle. Entretanto, nosso país vizinho não aceitou a urna eletrônica para apurar os votos em suas eleições. O Brasil é o único país do mundo que adota tal equipamento. Se houver fraude eleitoral não tem como contestar.

Pelas pesquisas de opinião, o povo brasileiro orgulha-se de ter tido um Presidente sindicalista, de uma Presidente que foi terrorista e ser o único país que tem a apuração dos votos com uma caixa preta. Ninguém sabe o que tem dentro.
Estas pessoas acima citadas participaram do governo que promoveu os Jogos Pan-americanos gastando uma fortuna na sua organização, pretendem realizar a Copa do Mundo da FIFA em 2014 e a Olimpíada em 2016.
Policiais estão sendo mortos. Assistência médica é precária para a maioria dos brasileiros. O ensino é de péssima qualidade. E de sobra criaram as cotas raciais.
Povo que elege político corrupto não é vítima dos seus atos. É cúmplice.

sábado, 6 de outubro de 2012

Polêmico


Ninguém tropeça em uma pedra grande. É aquela pedrinha minúscula no meio do caminho que, põe no chão quem a subestimou. A pequena pedra no meio do caminho é um obstáculo não percebido. No caminho de nossa vida existem tais obstáculos. Pequenos, mas muitas vezes intransponíveis.
Assuntos polêmicos podem se tornar em gigantescos obstáculos. Sobretudo se propor reformas ou mudanças significativas em um segmento da sociedade, nas empresas e na administração pública.
Muitas entidades proíbem falar ou discutir sobre política, futebol e religião. Tudo para evitar discussão entre os associados ou membros. Sábia resolução, pois discutir sobre política, futebol e religião não leva a nada e nem melhora a vida de ninguém. Pelo contrário, causa inimizade. É necessário o fórum adequado.
Este período do ano é típico para ouvir as maiores asneiras. É possível não ouvi-las. É só desligar o rádio e a televisão. O povo é obrigado a receber em seus lares, por ordem de uma lei eleitoral, a propaganda obrigatória.
O assunto é polêmico. Acabar ou não com este entulho, dito democrático, que nos obriga a ouvir propostas inexequíveis, seja por não ser da competência do cargo pretendido pelo candidato ou por ser totalmente fora de propósito.
Será que existe mesmo algum mal necessário? Os maniqueístas acreditam que sim. Maniqueísmo é a luta do bem contra ou mal. Os maniqueístas mais conhecidos são os políticos e os sindicalistas.
Qual a utilidade da existência de sindicatos? A resposta firme e que está sempre na ponta da língua do sindicalista de plantão é que o sindicato defende os direitos do trabalhador. Todo mundo pensa e tem certeza que a lei defende a todos. Não precisa nem ser trabalhador. Basta ser uma pessoa que trabalha. É impressionante como no Brasil as pessoas sem cultura modifica o sentido das palavras. Trabalhador virou sinônimo de empregado. Até parece que os empresários não trabalham.
Não estaria chegando o momento de rever leis frutos de entulhos de ditaduras do passado. Leis que foram de muito valia no período em que foram sancionadas. Um funcionário não tem o direito de negociar com o patrão o valor de seu salário. Só o sindicato.
Birigui é uma cidade industrial. As indústrias de Birigui sobrevivem sem o amparo da administração pública municipal, mas estão subjugadas ao poder maniqueísta dos sindicatos. Num destes anos que se passaram, no dissídio ficou estabelecido que, a correção dos salários seria efetuada em três parcelas, aplicado nos meses subsequentes. Um empresário decidiu aplicar o reajuste de uma única vez no primeiro mês. O contador o alertou que ele estaria descumprindo um acordo com o sindicato. Consequência: os empregados foram prejudicados.
A eleição é um processo justo de escolha dos dirigentes públicos? A sociedade deveria abrir discussão para modificar este tipo de eleição que permite a pessoas despreparadas assumir o poder e se chafurdar nele por absoluta falta de conhecimento e cultura.
O chafurdado Luiz Inácio não quer que S T F escreva o último capítulo de sua biografia condenando os mensaleiros do seu governo. Os réus pretendem denunciar o Brasil à Corte Interamericana de Direitos Humanos, argumentando que o STF não respeitou o direito de defesa e agiu sob motivação política.
O voto livre deve ser mantido. Devemos pensar em extinguir partidos, sindicatos, rever a Constituição, ter de volta os comissários de menor, conceder autoridade ao professor em sua sala de aula e tantas outras necessidades da população.
O assunto é polêmico e é uma pedrinha, mas é o momento.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Peculiaridades


Quando algo se destaca em uma pessoa ou ao comportamento coletivo de uma sociedade, seja para engrandecimento de seus valores sociais ou para nivelar aos atos mais baixos de uma sociedade, próprios da ralé, chamamos de atos peculiares.
Toda cidade tem suas peculiaridades. Escrevi há tempos sobre algo peculiar em nossa cidade. Um Prefeito construiu um viaduto torto sobre a ferrovia. No mandato seguinte o novo Prefeito construiu duas pontes tortas sobre o Córrego Biriguizinho. Será que existe alguma cidade com tais peculiaridades?
Todo prefeito tem as suas peculiaridades. Se não fosse pleonasmo, diria peculiaridades próprias. Existiu um prefeito muito conhecido, que gostava de fazer grandes obras. Até um lema foi criado em torno de seu nome: rouba, mas faz.
Outros prefeitos fazem obras, mas não têm a habilidade do “rouba, mas faz”. Tem como peculiaridade em seu mandato acumular e responder inúmeros processos por improbidade administrativa. Além de ameaçar e perseguir pessoas que têm outro ponto de vista sobre a administração pública.
Como diz o ditado, jornalista descansa carregando pedras. Passeando pelo novo bairro da cidade, o muito bem planejado Alto do Silvares, talvez para matar a saudade da pista onze do antigo campo de pouso do Aeroclube de Birigui, que deu lugar a uma ampla avenida, vi uma máquina compactando um aterro. Achei estranho, pois ali era uma pista de pouso de aeronaves. O terreno é praticamente plano. Pouco importa o aterro. O que aterroriza é que naquela área será construída a Prefeitura de Birigui. Não é peculiar? Construir a sede do município na periferia.
Birigui era a única cidade da América Latina que tinha uma fonte luminosa artificial suspensa. A Prefeitura destruiu esta obra impar. O centro da cidade perdeu este obelisco. Entretanto, Birigui será, talvez, o único município da América Latina ou do mundo a não ter sua sede no centro da cidade.
Por outro lado é a única cidade do mundo, que se tem conhecimento, que o almoxarifado, garagem de máquinas e veículos diversos ficam no centro da cidade. A Prefeitura tem uma imensa área, ociosa, que abriga os serviços de água, esgoto e obras. Não seria mais racional transferir o almoxarifado, a garagem para a parte ociosa do terreno e construir uma sede digna para Birigui no centro da cidade? Sem precisar comprar um terreno na periferia?
Governante progressista e democrático não administra suas próprias vontades. Administra as necessidades da maioria. “As necessidades da maioria superam as necessidades da minoria ou as de um indivíduo.”. Frase de uma personagem de um filme de ficção científica, mas o conteúdo desta frase serve para o mundo real.
Dentro destas necessidades da maioria há um ato surreal. Há quase cem anos a Rua Silvares é a principal rua que liga o centro da cidade com os bairros. Além de ser principal, tem um fluxo maior de veículos do que as ruas que a cruza. A Prefeitura a desqualificou como uma via preferencial. É provável que o motivo seja a ciclovia, que só é usada das sete horas às doze horas dos domingos. Uma maioria de carros e motos para, aguardando a passagem de uma minoria de veículos que trafegam pela avenida que a cruza. Tudo se repete na Rua Capitão José Cordeiro.
No trânsito das outras cidades do mundo a rua que tem maior número de veículos transitando, recebe a condição de preferencial. A administração pública de Birigui quebrou este preceito universal. Para pessoas sensatas é um ato de constrangimento ter prioridade de cruzar esta rua, enquanto vários veículos esperam a passagem de apenas um.
Política é a arte de administrar as necessidades da maioria e não as de um indivíduo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Arrependimento


Arrependimento não mata, mas causa um estrago nos sentimentos de quem se arrependeu de alguma asneira que fez ou pactuou no passado.
As pessoas maduras são mais cautelosas. Os jovens preferem satisfazer suas vontades. Tatuagem é uma destas atitudes modistas. Tem gente que acha bonito ter uma tatuagem. Estava na sala de espera de uma empresa aguardando a fatura de acetato para ser retirado na expedição, quando ouvi uma conversa entre duas moças. Uma era casada a outra não. Ambas jovens. Fiquei surpreso com o que ouvi. A jovem casada acabara de fazer uma tatuagem. Fazer tatuagem não é atitude que causa surpresa a ninguém. A surpresa não foi a tatuagem, mas o que ela fez antes de se tatuar. Antes de fazer a tatuagem ela foi a um cirurgião plástico e fez um orçamento de quanto custaria para removê-la, se no futuro se arrependesse.
Está crescendo o número de pessoas que estão procurando dermatologistas e cirurgiões plásticos para remoção de tatuagens. Segundo matéria da Revista Veja, foram realizados 96.500 procedimentos para remover tatuagens, no ano de 2011 nos Estados Unidos. No Brasil não há estatística semelhante à dos americanos, mas os médicos daqui disseram que a procura vem crescendo de ano para ano.
O que foi um gosto no passado, hoje se tornou um pesadelo para os arrependidos. Os tatuadores cobram duzentos reais por um desenho de cinco centímetros. Os médicos cobram três mil reais para removê-lo. Além do custo, dói mais para remover do que para fazer. Arrependimento pode não matar, mas custa caro.
Nem sempre a tatuagem gravada na pele marca mais do que certos acontecimentos na vida dos indivíduos. Brincadeiras de mau gosto no colégio ficam gravadas e são difíceis de serem removidas.
Na política também existe marcas. Uma marca que não está tatuada na pele é a deixada por quem foi simpatizante das doutrinas de esquerda. Ninguém esquece as pessoas que foram comunistas ou socialistas. Há pessoas que se orgulhavam de pertencerem a estes partidos. O tempo faz as pessoas amadurecerem e estas doutrinas, normalmente, não fazem parte de quem modificou seus conceitos de política partidária, tendo como fonte de instrução os escândalos e desmandos dos políticos de esquerda ou de déspotas que assumem cargos eletivos.
Arrependimento não mata, mas causa um rombo no bolso de políticos que foram acusados e condenados por improbidade administrativa. Entretanto, ser acusado e condenado não marca a vida de um político. Não é uma marca que fica na sua alma e nem é uma tatuagem que pode ser vista. Simplesmente um episódio. Nada mais. Quando morrem recebe honras fúnebres e discursos falando de suas boas ações, mas ninguém comenta o passado escuro de sua vida como corrupto.
Será que vale a pena gastar dinheiro para se eleger prefeito, apenas para ter sua foto na galeria de ex-prefeitos? Mais vale um gosto do que um tostão no bolso, diz o ditado. Erro pode ser um acidente de percurso. Quem erra tem que pagar pelo erro. Quem suja tem que limpar. Assim é a regra. Errar uma vez pode ser um acidente, mas erros sucessivos podem transparecer falta de planejamento ou má intenção.
Em nossa região alguns prefeitos foram condenados, mas continuam no cargo. Parece que não se arrependeram de nada, pois estão em plena campanha para eleger seus pares ou se reeleger. Parece que não acreditam na punição, esquecendo que o Supremo Tribunal Federal está condenando os corruptos do mensalão.
Arrependimento não mata, mas custa caro.