domingo, 21 de julho de 2013

Saúde


É provável que tudo que exista tem o seu motivo de existir. As abelhas polinizam as flores e nos dão mel. Não sei qual é a função da formiga. Coitada das formigas. Não há quem não queiram exterminá-las. Basta aparecer um caminho de formigas, de imediato, alguém põe veneno para acabar com a passeata.
Duas ou três décadas antes das passeatas dos anos sessenta e setenta contra a política do governo havia um lema: ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil. Também tinha outro lema: muita saúva e pouca saúde os males do Brasil são. Quem leu “Macunaíma” sabe do que estou falando. Excelente obra de Mário de Andrade, que relata as histórias de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Para quem não leu, Macunaíma é um índio que representa o povo brasileiro. A todo instante Macunaíma dizia uma palavra na língua indígena: aique, que significa “Ai que preguiça”.
Em 1928 a agricultura era a principal atividade econômica do Brasil, por isto o propósito era acabar com as formigas. Entretanto, a formiga é o símbolo de trabalho na fábula de Esopo. Esta fábula ficou mundialmente conhecida pela versão de Jean de La Fontaine: “A Cigarra e a Formiga”. Existe outra versão pouco conhecida e muito boa do poeta português Manuel Maria Barbosa Du Bocage.
Esopo era escravo. Se fosse filho de carpinteiro iria mais longe.
A cigarra sabia viver a vida. Passou todo o verão cantando. Não fez poupança. Não reservou alimentação para as horas de escassez. Não pagou a previdência e nem plano de saúde. E ela não morava no Brasil.
A formiga não sabia viver a vida. Levantava cedo e de imediato seguia para a jornada de trabalho. Cada grupo social, da sociedade das formigas, cumpria sua tarefa e seu turno de trabalho. Enchia os silos até às telhas, para não faltar alimento nas horas de escassez. Pagavam impostos, mas não tinham necessidade de pagar previdência social. Também não pagavam plano de saúde. A sociedade das formigas é organizada. O Governo delas ampara todos os indivíduos do nascimento até os últimos dias. Por uma única razão: as formigas pagam impostos. Na sociedade humana também é assim.
Notaram que existe um número significativo de pessoas que vivem cantarolando façanhas. Criaram o décimo terceiro salário, o FGTS, seguro desemprego, bolsa família e tantas canções para o repertório das cigarras brasileiras.
Quanto ganha um vereador por uma jornada de três sessões mensais? Alguns vereadores não cantam, porque não sabem o tom da melodia. Entretanto, sabem fazer coro quando o maestro bate a batuta e dá o tom. Na orquestra do município o alcaide é maestro.
O Alcaide da administração municipal anterior a esta, fez sua campanha propondo mudança. Realmente fez. Mudou o Pronto Socorro, que era anexo à Santa Casa de Misericórdia, para o centro da cidade. A título de informação registro apenas um óbito.
Por iniciativa de um movimento chamado Passe Livre, o povo, medíocre que é, foi para as ruas protestar. Protestar o quê? Ninguém aqui em Birigui protestou a saída de nosso município do Consórcio Intermunicipal de Saúde.
O prefeito que saiu privou o povo sofrido de Birigui a ter atendimento médico especializado. Provavelmente, sob influência do então secretário da saúde, que como todo militante do partido que está no poder em Brasília, aparelha o Estado e os municípios, provocou a saída do Consórcio e contratou uma empresa do Rio Grande do Sul. Lembram?
O que o povo de Birigui não sabe. Na Av. Governador Pedro de Toledo existe uma estrutura médica para atender paciente com o mais alto padrão. Tudo a disposição das pessoas das cidades de nossa região. Menos para quem mora em Birigui. É provável que tudo que exista tem o seu motivo.
Não houve mudança em Birigui nos últimos oito anos, chega-se a conclusão que o atual prefeito é um “Laranja”. Manipulado pelos tentáculos do ex-prefeito.

sábado, 13 de julho de 2013

Solução


Solução existe, mas não rende votos. Logo não vai mudar nada. Qualquer ato demagógico dos governantes e parlamentares é suficiente para que tudo volte a ser como antes destes movimentos de rua.
A Dona Presidente é tão ruim de discurso, que só foi eleita porque o povo que trabalha não contesta o programa “dito social” do governo. Sem o Programa Bolsa Família jamais teria sido eleita. Num discurso demagógico anunciou um pacote de medidas para a saúde. Medidas que não passam de placebos.
Não há falta de médicos. O que falta é condições para os médicos trabalharem. Santas Casas de Misericórdias e hospitais sucateados e com dívidas. Anunciou a Dona Presidente, que trará médicos estrangeiros. A remuneração dos médicos do serviço público está em torno de R$ 4.000,00. Os médicos estrangeiros receberão salário de R$ 10.000,00 e uma ajuda de custo de até R$ 30.000,00. Por que não oferecem estas condições aos médicos brasileiros? Porque o propósito é aparelhar a saúde com os companheiros que estudam em Cuba. São considerados companheiros os simpatizantes do socialismo, do MST, dos sem teto e outras organizações, que estão à margem da lei, por não terem CNPJ, nem endereço fixo.
Alguns cartazes destes movimentos de rua refletem a real situação das instalações hospitalares. Um deles dizia: “Dilma saia do Sírio-Libanês e venha para o Hospital de Base. Tem uma maca no corredor esperando por você.” Usando um pouquinho de ironia, o SUS deveria agendar com a doença, o dia que ela poderia se apresentar ao paciente pobre. O paciente vai a um posto do SUS e se uma tomografia for necessária, o exame será agendado para seis ou sete meses após. Enquanto espera, o paciente pode morrer. A família arca com o funeral, mas o Estado não é responsabilizado pela falta de atendimento médico. No Hospital Sírio-Libanês isto não acontece.
Milton de Arruda Martins é professor titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP e fez uma análise, para a Folha de São Paulo, do programa “Mais médicos para o Brasil”. Disse que não se faz saúde só com médicos, mas com condições adequadas. Salientou que, não há saúde sem médicos, mas também não há saúde só com médicos. A solução mais adequada é a criação de carreiras profissionais na saúde, como as carreiras de promotores e juízes.
O Conselho Federal de Medicina, que tem a responsabilidade legal de controlar a medicina, não foi consultado. Da mesma forma a Associação Brasileira de Educação Médica também não foi consultada sobre as mudanças propostas para os cursos de medicina. Para finalizar o assunto saúde: a Dona Presidente não gosta de médicos, pois agora é oficial: os enfermeiros poderão diagnosticar alguns tipos de doenças.
Solução existe, mas não rende votos. Quem cura o doente é o médico. Até o médico, quando está doente, não se trata, procura outro médico. O Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e as Câmaras de Vereados estão enfermos. A prescrição para este diagnóstico é uma reforma política. A reforma política não pode ser realizada por políticos. Porque eles são os enfermos. Os juristas deveriam ser os médicos responsáveis pela cura, não só do Poder Legislativo, mas também dos Poderes Executivo e Judiciário.
Não é o caso, nivelar os políticos pela base imunda e corrupta que conhecemos. Entretanto, é difícil imaginar que proporiam reformas que lhes tirassem regalias e privilégios. Altos salários, assessores, passagens aéreas e foro privilegiado. Tudo isto tem custo e o pagamento não sai dos bolsos deles e sim do povo. Por estas infecções todas, o político por mais honesto que seja não poder ser o médico a extirpar sua enfermidade.
Intervenção militar não é golpe. É direito constitucional para manter a ordem e ser o corpo clínico a promover esta cura que a sociedade tanto espera.