Solução existe, mas não
rende votos. Logo não vai mudar nada. Qualquer ato demagógico dos governantes e
parlamentares é suficiente para que tudo volte a ser como antes destes
movimentos de rua.
A Dona Presidente é tão
ruim de discurso, que só foi eleita porque o povo que trabalha não contesta o
programa “dito social” do governo. Sem o Programa Bolsa Família jamais teria
sido eleita. Num discurso demagógico anunciou um pacote de medidas para a
saúde. Medidas que não passam de placebos.
Não há falta de
médicos. O que falta é condições para os médicos trabalharem. Santas Casas de
Misericórdias e hospitais sucateados e com dívidas. Anunciou a Dona Presidente,
que trará médicos estrangeiros. A remuneração dos médicos do serviço público
está em torno de R$ 4.000,00. Os médicos estrangeiros receberão salário de R$
10.000,00 e uma ajuda de custo de até R$ 30.000,00. Por que não oferecem estas
condições aos médicos brasileiros? Porque o propósito é aparelhar a saúde com
os companheiros que estudam em Cuba. São considerados companheiros os simpatizantes
do socialismo, do MST, dos sem teto e outras organizações, que estão à margem
da lei, por não terem CNPJ, nem endereço fixo.
Alguns cartazes destes
movimentos de rua refletem a real situação das instalações hospitalares. Um
deles dizia: “Dilma saia do Sírio-Libanês e venha para o Hospital de Base. Tem
uma maca no corredor esperando por você.” Usando um pouquinho de ironia, o SUS
deveria agendar com a doença, o dia que ela poderia se apresentar ao paciente
pobre. O paciente vai a um posto do SUS e se uma tomografia for necessária, o
exame será agendado para seis ou sete meses após. Enquanto espera, o paciente
pode morrer. A família arca com o funeral, mas o Estado não é responsabilizado
pela falta de atendimento médico. No Hospital Sírio-Libanês isto não acontece.
Milton de Arruda
Martins é professor titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP e
fez uma análise, para a Folha de São Paulo, do programa “Mais médicos para o
Brasil”. Disse que não se faz saúde só com médicos, mas com condições
adequadas. Salientou que, não há saúde sem médicos, mas também não há saúde só
com médicos. A solução mais adequada é a criação de carreiras profissionais na
saúde, como as carreiras de promotores e juízes.
O Conselho Federal de
Medicina, que tem a responsabilidade legal de controlar a medicina, não foi
consultado. Da mesma forma a Associação Brasileira de Educação Médica também
não foi consultada sobre as mudanças propostas para os cursos de medicina. Para
finalizar o assunto saúde: a Dona Presidente não gosta de médicos, pois agora é
oficial: os enfermeiros poderão diagnosticar alguns tipos de doenças.
Solução existe, mas não
rende votos. Quem cura o doente é o médico. Até o médico, quando está doente,
não se trata, procura outro médico. O Congresso Nacional, as Assembleias
Estaduais e as Câmaras de Vereados estão enfermos. A prescrição para este
diagnóstico é uma reforma política. A reforma política não pode ser realizada
por políticos. Porque eles são os enfermos. Os juristas deveriam ser os médicos
responsáveis pela cura, não só do Poder Legislativo, mas também dos Poderes
Executivo e Judiciário.
Não é o caso, nivelar
os políticos pela base imunda e corrupta que conhecemos. Entretanto, é difícil
imaginar que proporiam reformas que lhes tirassem regalias e privilégios. Altos
salários, assessores, passagens aéreas e foro privilegiado. Tudo isto tem custo
e o pagamento não sai dos bolsos deles e sim do povo. Por estas infecções todas,
o político por mais honesto que seja não poder ser o médico a extirpar sua
enfermidade.
Intervenção militar não
é golpe. É direito constitucional para manter a ordem e ser o corpo clínico a promover
esta cura que a sociedade tanto espera.