sábado, 13 de julho de 2013

Solução


Solução existe, mas não rende votos. Logo não vai mudar nada. Qualquer ato demagógico dos governantes e parlamentares é suficiente para que tudo volte a ser como antes destes movimentos de rua.
A Dona Presidente é tão ruim de discurso, que só foi eleita porque o povo que trabalha não contesta o programa “dito social” do governo. Sem o Programa Bolsa Família jamais teria sido eleita. Num discurso demagógico anunciou um pacote de medidas para a saúde. Medidas que não passam de placebos.
Não há falta de médicos. O que falta é condições para os médicos trabalharem. Santas Casas de Misericórdias e hospitais sucateados e com dívidas. Anunciou a Dona Presidente, que trará médicos estrangeiros. A remuneração dos médicos do serviço público está em torno de R$ 4.000,00. Os médicos estrangeiros receberão salário de R$ 10.000,00 e uma ajuda de custo de até R$ 30.000,00. Por que não oferecem estas condições aos médicos brasileiros? Porque o propósito é aparelhar a saúde com os companheiros que estudam em Cuba. São considerados companheiros os simpatizantes do socialismo, do MST, dos sem teto e outras organizações, que estão à margem da lei, por não terem CNPJ, nem endereço fixo.
Alguns cartazes destes movimentos de rua refletem a real situação das instalações hospitalares. Um deles dizia: “Dilma saia do Sírio-Libanês e venha para o Hospital de Base. Tem uma maca no corredor esperando por você.” Usando um pouquinho de ironia, o SUS deveria agendar com a doença, o dia que ela poderia se apresentar ao paciente pobre. O paciente vai a um posto do SUS e se uma tomografia for necessária, o exame será agendado para seis ou sete meses após. Enquanto espera, o paciente pode morrer. A família arca com o funeral, mas o Estado não é responsabilizado pela falta de atendimento médico. No Hospital Sírio-Libanês isto não acontece.
Milton de Arruda Martins é professor titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP e fez uma análise, para a Folha de São Paulo, do programa “Mais médicos para o Brasil”. Disse que não se faz saúde só com médicos, mas com condições adequadas. Salientou que, não há saúde sem médicos, mas também não há saúde só com médicos. A solução mais adequada é a criação de carreiras profissionais na saúde, como as carreiras de promotores e juízes.
O Conselho Federal de Medicina, que tem a responsabilidade legal de controlar a medicina, não foi consultado. Da mesma forma a Associação Brasileira de Educação Médica também não foi consultada sobre as mudanças propostas para os cursos de medicina. Para finalizar o assunto saúde: a Dona Presidente não gosta de médicos, pois agora é oficial: os enfermeiros poderão diagnosticar alguns tipos de doenças.
Solução existe, mas não rende votos. Quem cura o doente é o médico. Até o médico, quando está doente, não se trata, procura outro médico. O Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e as Câmaras de Vereados estão enfermos. A prescrição para este diagnóstico é uma reforma política. A reforma política não pode ser realizada por políticos. Porque eles são os enfermos. Os juristas deveriam ser os médicos responsáveis pela cura, não só do Poder Legislativo, mas também dos Poderes Executivo e Judiciário.
Não é o caso, nivelar os políticos pela base imunda e corrupta que conhecemos. Entretanto, é difícil imaginar que proporiam reformas que lhes tirassem regalias e privilégios. Altos salários, assessores, passagens aéreas e foro privilegiado. Tudo isto tem custo e o pagamento não sai dos bolsos deles e sim do povo. Por estas infecções todas, o político por mais honesto que seja não poder ser o médico a extirpar sua enfermidade.
Intervenção militar não é golpe. É direito constitucional para manter a ordem e ser o corpo clínico a promover esta cura que a sociedade tanto espera.