domingo, 20 de fevereiro de 2011

Futuro

Li esta frase numa página do Facebook: O problema é que as pessoas sempre vêem o passado melhor do que ele foi. Não sei quem é o autor.

Tudo depende do enfoque. Num dos artigos eu foquei o passado como alicerce do futuro. Por si só o futuro é incerto. Imagine quem não tem passado para planejar o futuro.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Corte

Língua morta é aquele idioma que não é mais falado. Embora exista e seja utilizado. O latim é um exemplo. Não se ensina mais latim nas escolas. Quem perde é a cultura. Até mesmo os novos advogados não estão usando frases em latim em seus argumentos. A razão é falta de conhecimento. Locutores e repórteres de rádio e TV pecam por não terem estudado latim. Pronunciam o nome do mosquito que transmite a dengue da forma que está escrito. Quem perde é a cultura.

Língua viva é a que um povo fala. Viva porque palavras morrem e palavras são criadas. Por incrível que possa parecer a maioria das palavras criadas não tem como criador os estudiosos do idioma. Uma grande fonte destas criações é a gíria.

Se houvesse um plebiscito para aprovar ou não a atual reforma ortográfica, meu voto seria contra. Provavelmente já é minoria o número de pessoas que foram alfabetizadas segundo a ortografia anterior à reforma de 1971.

Esta reforma extinguiu dois acentos. O acento grave para palavra que recebesse um sufixo. O vocábulo “só” quando recebia o sufixo “mente” perdia o acento tônico e recebia o átono, que ficava assim grafado: sòmente. O outro acento foi o diferencial. Palavras homógrafas, mas não homófonas recebiam um acento para diferenciá-las. A letra “ele” era escrita como é hoje. O pronome “ele” tinha acento circunflexo: êle.

Com acento tônico, corte é o efeito que um facão faz em uma superfície. Corte na carne, significa diminuir despesas. Corte com o som fechado é o conjunto de pessoas que convive com um soberano.

A reforma ortografia de 1971 favoreceu o título deste artigo. Não precisei optar por “Côrte” ou “Corte”. Visto que o assunto é o corte que a corte fez no orçamento. Alguém acredita que a Soberana Presidente vai atirar no próprio pé? Todo remédio tem o seu efeito colateral.

Estas medidas tomadas são para tentar recuperar o estrago administrativo do governo anterior que gastou o que quis para vencer as eleições. A dívida do governo tornou-se astronômica, e este corte, segundo notas da imprensa, não é suficiente para atingir os objetivos. Quais objetivos? Exceto frear a possível infração, não foram mencionados quais setores sofrerão cortes.

Durante a campanha eleitoral, a então candidata disse que não haveria necessidade de ajuste fiscal, visto que o governo estava gastando o dinheiro que o povo paga aos cofres públicos nas obras do PAC e nas obras de assistencialismo. Tudo visando vitória nas eleições.

Bastou um pequeno aumento na inflação no mês de janeiro, e temendo a sua volta a Soberana Presidente esqueceu as promessas de campanha e optou pelo corte no orçamento. Um efeito colateral desastroso: o alvo do corte são as emendas dos parlamentares. Não haverá corte na própria carne e sim dos parlamentares. A decisão é sábia. Qual será a reação dos parlamentares? Para obter sucesso nas negociações no Congresso Nacional, o governo anterior optou pelo mensalão.

Um erro primário do ex-presidente Fernando Collor foi não pagar mensalão. Tendo ganhado as eleições julgou que podia mandar sozinho. Por muito menos erros que o último governo foi deposto.

Corte, com som fechado, não é só residência de soberanos. É sinônimo de curral. São as divisões de uma pocilga. O povo não reside nas cercanias do poder. O povo vive com os pés no chão.

O governo não cortou sua própria carne, porque tem a carne do povo à sua disposição. É mais fácil deixar o povo sem tratamento médico do que reduzir o número de ministérios. O governo federal mantém vinte e sete ministérios.

A Corte trata a saúde do séqüito no Hospital Sírio-libanês. O povo na Santa Casa.