quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Politicamente



Muitas necessidades são resolvidas politicamente. Outras ficam pendentes pelo mesmo motivo. E se você fosse prefeito eleito, seria um prefeito politicamente correto ou um prefeito correto? Quem inventou esta história de Politicamente Correto? Pouco importa.
E se você fosse o próximo prefeito, como resolveria este flagelo, que é a falta de água? Abrir poços, sejam artesianos ou profundos, é bom para quem? Talvez para a empresa que os perfura e para as empresas que darão manutenção. Como o Brasil é a república da propina, talvez alguém seria beneficiado.
Toda a água dos córregos Parpinelli, Jôfer, Vendrame, Nunes e BTC, que fazem parte da bacia do Córrego Biriguizinho é perdida. Tanto as águas das nascentes como as águas pluviais.
Por que perfurar poços se temos água de superfície em abundância? Na noite do dia 8 de dezembro ocorreu uma forte chuva. Boa parte das ruas da cidade ficaram alagadas. Em pouco tempo esta água pluvial escorreu para a Bacia do Biriguizinho e se perdeu. Por que não recolhê-las em cisternas? E depois usá-las, tanto no abastecimento como na limpeza pública.
Se você fosse o prefeito eleito, por que você não construiria um reservatório das águas da Bacia do Biriguizinho em sua foz? Lá tem um terreno enorme que é usado para acumular entulho e toda sorte de materiais descartados. Com bom senso este reservatório poderia ser usado para abastecimento e lazer.
O local mais adequado para construir a nova estação de tratamento é onde está instalado o sindicato e parte da administração municipal. Fica uma pergunta: por que o sindicado, que uma entidade privada, funciona nas instalações da prefeitura? Ou será que não é mais da prefeitura?
Se você fosse o novo prefeito, você modificaria o atual sistema viário? Acredito que sim, pois o atual é semicaótico. Semáforos de três tempos maus programados, tornando o trânsito lento e retardando a ida e vinda das pessoas. Algumas ruas são preferencias, sem terem maior fluxo de veículos. Exemplo? Qualquer transversal da Rua Egídio Navarro no trecho da Vila Bandeirantes. Todas são preferenciais. A Rua Egídio Navarro não. Mão de direção em sentido que mais parece favorecer algum morador do que o fluxo de trânsito, e que na verdade atrapalha a população.
Se você fosse um prefeito correto, certamente não pavimentaria as ruas secundárias com o que usualmente é chamado de asfalto. Custa mais barato, mas requer manutenção, que é cara. As ruas que tem pouco trânsito deveriam ser pavimentadas com lajotas. Lajotas do tamanho de um tijolo. Seria um pavimento para sempre. Zero custo de manutenção.
De onde será que tiraram a ideias de que a pavimentação das ruas tem que ser côncava? Consequência desta ideia: as águas pluviais correm para a sarjeta. Se a chuva for forte invade as calçadas, as casas e os estabelecimento comerciais. Sobretudo porque encontram os carros estacionados, provocando represamento e desvio da água. Em consequência da curvatura côncava, surgem as valetas nos cruzamentos. Alguns cruzamentos são intransponíveis, quando a chuva é forte.
Certamente, se você fosse o novo prefeito, faria a pavimentação das ruas com a curvatura convexa. As águas pluviais correriam pelo centro da rua. Não invadiria casas e nem as lojas. Seria o fim das perturbadoras valetas nos cruzamentos, que provoca danos aos automóveis.
Se você fosse o novo prefeito, certamente estabeleceria um plano de cargos e salários justos para os servidores. E para evitar discussões nos dissídios, indexar ao salário mínimo. Regulamentar também o próprio salário. Por que não dez salários mínimos?
Por que a remuneração dos vereadores é tão alta? E para quê assessores?

domingo, 11 de dezembro de 2016

Hipocrisia



Em química, o prefixo “hipo” significa que o ácido tem menos oxigênio do que outro da mesma família, se é que podemos dizer que ácidos têm família. Por exemplo: ácido hipocloroso tem um átomo de oxigênio a menos do que o ácido cloroso.

Hipocrisia não tem nada a ver com química, mas dá a entender que falta alguma coisa. É uma característica de quem é hipócrita. É o caráter de pessoa que carece de sinceridade. É aquela pessoa que demonstra uma coisa, enquanto pensa em outra, que dissimula sua verdadeira personalidade, quase sempre por motivos interesseiros ou por medo de assumir sua verdadeira natureza. Assim se define o hipócrita.

Em política a hipocrisia reina. Olga Benário era uma alemã. Veio para o Brasil a serviço do Partido Comunista Soviético para derrubar o governo e implantar o regime comunista no Brasil. O governo Getúlio Vargas prendeu os comunistas. Entre eles estava Luiz Carlos Prestes e sua mulher Olga Benário. A pedido de Adolfo Hitler, Olga foi deportada para a Alemanha Nazista.
Passado algum tempo, Getúlio precisou do apoio dos comunistas. Já em liberdade, Prestes deixou de lado o que ocorreu com sua mulher e fez acordo com Getúlio, apoiando as propostas do governo. Em política, nada é impossível.

Os políticos se perpetuam no poder mostrando ao povo uma cara que eles não têm. Compram votos de diversas maneiras, sem mostrar o seu verdadeiro caráter. Por definição isto é hipocrisia. É hora de começarmos a desmascará-los. A Eleição chegou.

Contrato é um compromisso entre duas ou mais partes. Estas partes podem ser pessoas, empresas e até mesmo o governo. Contrato Social é um documento que pactua as normas de constituição de uma sociedade. Pode ser uma sociedade civil ou mercantil.

Não sei qual contato social apareceu primeiro: o contrato mercantil das pessoas jurídicas ou o Contrato Social de Jean Jacques Rousseau escrito em 1762. Thomas Hobbes e John Locke também escreveram sobre esta teoria que tenta, até nos dias atuais, explicar a origem dos governos. As obrigações dos governantes e dos governados.

Parece contraditório, mas não é. Segundo Rousseau, os homens nascem livres e iguais, entretanto, para continuarem livres são obrigados a se subjugarem às leis impostas pelo Estado. As leis deveriam ser feitas pelo povo. O povo não sabe fazer leis. Daí surgiu a figura do legislador.

As Eleições não deixa de ser um Contrato Social, cujas partes são os eleitores e os candidatos. O eleitor, que é o povo, não sabe fazer leis, nem administrar a coisa pública. Na Eleição o eleitor pactua através do voto um contrato com o candidato, para que em seu nome execute as funções que o cargo exige. Seja este cargo de vereador ou de prefeito.

Quando uma pessoa está doente, procura um médico com boas referências profissionais. Da mesma forma se precisar de um advogado, engenheiro ou qualquer outro profissional. Sempre procura-se o que mais se destaca na sociedade. Assim deveria ser na escolha do candidato.

Atualmente, para ser candidato a cargos eletivos basta ser alfabetizado. Não precisa ter qualificação alguma. Conta-se que, para ser candidato a vereador na cidade de São Paulo nos primeiros anos de sua fundação, era preciso ter posses. Não precisava ser rico. Precisava ter uma plantação de mandioca e uma pocilga com um número significativo de porcos. Qual a razão desta condição? A razão é para que só pessoas com uma certa experiência pudesse representar os interesses do povo.

A Eleição passou. O eleitor assinou um Contrato Social com o candidato. Será que se eleito ele vai honrar o pacto? Pense bem. Votou certo. Hipócritas não falta na política partidária.