Quando
o espetáculo acaba, as luzes do palco se apagam. O palhaço tira sua maquiagem,
troca a fantasia pelo pijama e sua vida continua no anonimato. Não é mais o
centro das atenções no picadeiro. Assim deveria ser o político quando deixa o
cargo.
Parece
contraditório, mas é no passado que se alicerça o futuro. As luzes se acenderam
no século que se seguiu à idade das trevas. A Idade Média cedeu lugar ao Século
das Luzes. Ninguém pode negar que o Iluminismo, como o próprio nome define,
iluminou o pensamento de grandes escritores, políticos e filósofos. Uma
revolução intelectual que motivou mudanças na política, na economia e na
sociedade.
No
Brasil, as luzes influenciaram a Inconfidência Mineira. Foi neste período que
surgiu uma expressão tipicamente mineira: UAI. Segundo historiadores mineiros,
boa parte dos inconfidentes eram maçons. Como se diz por aí, eles têm seus
segredos. As reuniões dos inconfidentes também eram secretas. Para entrar no
recinto combinado, o inconfidente batia na porta de certa maneira. Do lado de
dentro perguntava-se: Quem vem lá? A resposta deveria ser UAI, que era a senha.
UAI são as iniciais de União, Amor e Independência.
Nas
colônias britânicas, o maior acontecimento sob a influência das luzes foi a
independência dos Estados Unidos da América.
Foi
na França que a luzes marcaram sua real presença culminando com a Revolução
Francesa, cujo lema era Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Frase do iluminista
Jean-Jacques Rousseau. Embora a revolução tenha aniquilado o absolutismo monárquico,
tornou-se, posteriormente, um flagelo para a sociedade francesa.
Para
os iluministas, o homem é naturalmente bom, mas é corrompido pela sociedade com
o passar do tempo. O mesmo acontece com pessoas que assumem o poder. Assim foi
com os revolucionários. Derrubaram o absolutismo, criaram a Declaração dos
Direitos do Homem e mergulharam, em seguida, a França numa ditadura sangrenta.
Voltaire
era monarquista e deísta. Ele afirmava que para chegar a Deus não era preciso
passar pela Igreja e sim usar a razão. Deísta é a pessoa que considera a razão
como a única via capaz de nos assegurar da existência de Deus. Evidentemente
rejeita qualquer religião. Como nem todos são iluministas, melhor seguir uma
religião.
Pouco
importava aos iluministas se a pessoa era monarquista ou republicana. O que
importava era tornar o mundo melhor. Também não admitiam falta de cultura entre
os dirigentes públicos. Razão porque alguns deles se mantiveram monarquistas,
pois os monarcas eram educados para exercer o cargo. Na república não precisa
estudar e nem ter cultura.
O
governo está veiculando uma propaganda onde tentam incutir na mente dos
brasileiros sem cultura, que o Brasil é uma pátria educadora. Como pode ser
educadora se prega o protecionismo. Protege algumas pessoas por causa de sua
raça. Esquecendo que todos são brasileiros iguais e têm os mesmos direitos. As
cotas raciais se opõem à meritocracia. Estudantes que estudam, são obrigados a
ceder seus lugares na faculdade a alguém que não tem o mérito de ocupá-lo.
Não
bastasse o acordo ortográfico, que foi assinado por políticos e não por
acadêmicos, o governo está propondo algumas alterações no ensino das
disciplinas Língua Portuguesa e História. Nesta proposta não estudaremos mais
literatura portuguesa. Tudo indica que faz parte do populismo do atual governo
agir de forma ideológica, ao querer privilegiar a cultura indígena, por
exemplo, tentando nos fazer esquecer a cultura europeia, que nos colonizou.
Duas
frases de Voltaire que continuam atuais: Posso não concordar com uma só palavra
sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la. A outra: É difícil
liberar os tolos das correntes que eles veneram.