segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Meritocracia


Quem foi bem educado pelos pais deve se lembrar do olhar que o pai dava para o filho logo após a uma arte ou ter feito algo de errado. Na segunda vez o olhar de repreensão era substituído por uma advertência seguido de um castigo. Na terceira vez o arteiro levava umas palmadas ou uma surra com a cinta dobrada. Foi repreendido com um olhar, castigo e uma surra porque mereceu. Ninguém daquela época ficou traumatizado.
A educação recebida dos pais era severa. Esta educação era refletida na conduta dos alunos nas escolas respeitando e obedecendo aos professores. A severidade não excluía o carinho dos pais. Garotos travessos existiam. Delinquente juvenil só como personagens de filmes americanos que eram mandados para se recuperarem nos Reformatórios Juvenis. Moleques de rua, como eram chamados, aprontavam suas arruaças, mas temiam a Polícia.
O fato dos alunos serem educados e respeitar os professores não os caracterizavam como alienados. Alienado no sentido de alheio aos acontecimentos políticos ou sociais. Cada um seguia seu próprio rumo. Tanto na vida acadêmica quanto na profissional. Não havia protecionismo.
Na selva não existe proteção. A seleção natural existe e é mais evidenciada entre os animais selvagens. O animal fraco é presa fácil para seu predador. Animal franco não terá cria. Só os fortes continuam e procriam.
Na sociedade humana os predadores são vírus, bactérias, colesterol e outros males que felizmente a medicina faz de tudo para preservar a vida. Há também outro predador. O bandido que assalta, rouba e mata. Entretanto, nesta sociedade quase selvagem existe uma seleção também quase natural. Vence quem tem mérito.
Na Olimpíada só ganha a medalha de ouro quem chega primeiro. Na faculdade o aluno só passa para o ano letivo seguinte se tirar nota de avaliação suficiente. Para chegar à faculdade o aluno passou pelos cursos de base. Se não passa pelas provas do vestibular é porque o aluno não aprendeu o suficiente nos cursos fundamental e médio. Neste ponto aparece a seleção natural. O aluno não entra na faculdade e muito menos na universidade. Aluno de faculdade tem uma cultura. Aluno de universidade tem outra.
Parece que tem tudo a ver com racismo combinado com aristocratismo reservar cotas para ingressar nas universidades alunos negros, pardos e alunos de escolas públicas. A função da universidade é fornecer conhecimento acadêmico ao aluno e não acabar com as desigualdades sociais. Para entrar na universidade tem que ter pré-requisito, isto é, conhecimento. A seleção é natural. Só entra os primeiros classificados. Tal qual na Olimpíada. É preciso ter índice olímpico para competir. Conhecimento é o índice para ingresso na universidade e conhecimento não tem nada a ver com cor da pele e saldo bancário.
Um dos fatores que contribuirão para o ingresso na universidade é o Coeficiente de Rendimento. Numa escola onde o diretor e os professores são relapsos o Coeficiente de Rendimento do aluno poderá ser alto. Já em outra escola onde o diretor e os professores são exigentes o Coeficiente de Rendimento poderá ser baixo. O aluno da escola relapsa terá vantagem. O conhecimento do bom aluno não foi avaliado. Isto não é ter mérito. Isto é protecionismo.
Finalizando, a probabilidade de alunos de escolas públicas ruins ingressarem nas universidades federais é maior do que a dos alunos de boas escolas públicas. Entretanto, se os professores das universidades forem sérios, jamais um aluno oriundo destas bases se graduará. Por uma razão óbvia. Não tem conhecimento para acompanhar as aulas. Assim se espera. Porque da Dona Presidente não pode se esperar que ela vete esta aberração chamada Cotas.