sexta-feira, 17 de junho de 2011

Água

Laboratório de química tem aquele típico cheiro de produtos químicos. Se alguém lhe oferecesse um copo de óxido de diidrogênio para beber você aceitaria? Com este nome num laboratório de química, nem pensar. Mas se você estiver com sede, pode beber. É água.

Quando alguém vai comprar um sítio uma pergunta sempre surge. A aguada é boa? A cidade de Birigui é privilegiada. Tem uma grande quantidade de nascentes no setor urbano do município. No centro da cidade o córrego do antigo BTC (Birigüi Tênis Clube) continua firme. Até quando vai jorrar água? As condições ambientais adequadas para uma nascente já não mais existem. Sua nascente está blindada por asfalto e concreto.

Um bueiro é a nascente do córrego, mau cuidado, que corre no centro da Avenida João Cernack. Mais uma nascente fora das normas ambientais.

No Parque das Paineiras há uma nascente. Suas águas não são utilizadas para nada. Outrora o Sr. Nicolau da Silva Nunes utilizava para criar peixes. Será que estão pensando em preservar a nascente e utilizá-la. Pequenas cachoeiras, fontes luminosas, enfim, utilizar a beleza da água para entreter. Até peixes ornamentais poderiam ser ali criados.

Na mesma região, mas do outro lado da rodovia existem muitas fontes. Uma delas tem autorização do Ministério das Minas e Energia para ser explorada como fonte de água mineral. Tudo na superfície de nossa cidade.

Inúmeras regiões de nosso planeta sofrem do flagelo da seca. Falta água na superfície. Em algumas regiões a alternativa foi perfurar poços. Retirar água do subsolo causa algum problema na superfície? Estudos revelaram que a capital do México está afundando em conseqüência de escavação de poços e a exploração desordenada rebaixou o lençol freático. A Catedral está abaixo do nível da rua. Outros estudiosos acreditam que a cidade está afundando por ter sido construída sobre aterro. O problema não é nosso, mas deve ser considerado. Em nossa região existe voçoroca. O problema pode não ser somente do prefeito da Cidade do México.

A então União Soviética desviou dois rios que desaguavam no mar de Aral. Ele está secando. Desde 1847 que se fala em desviar as águas do rio São Francisco e Tocantins para acabar com a seca do nordeste. A natureza não manda recados. Ela age.

Ibirá é uma cidade de águas medicinais. Algumas de suas fontes não jorram mais água. Dizem que a mina secou porque o lençol freático baixou. Será que a causa são os inúmeros poços abertos sem a real necessidade? Os problemas dos outros estão ficando perto de nossa cidade.

Nossa cidade tem dois poços profundos e uma infinidade de poços semi-artesianos. Alguns legalizados. Outros clandestinos. Não é permitido abrir poços sem autorização da autoridade competente.

Com tanta água de superfície gratuita, por que comprar água salobra dos poços profundos? Eles devem existir, mas somente para suprir uma emergência. Não para uso diário. A prefeitura de nossa cidade vizinha foi mais perspicaz. Foi buscar água de superfície no Rio Tietê. Por enquanto a captação é de graça. Dos dois poços um é graça o outro não. Pagamos pelo produto. A prefeitura compra e depois revende para nós.

Algumas empresas têm poços para uso próprio. Em épocas passadas elas permitiam que a população se servisse desta água. Atualmente a maioria das empresas não permite. O segmento da sociedade que não pode comprar água para beber fica sem saber os eventuais motivos da suspensão do fornecimento gratuito por parte das empresas.

Se o motivo foi a preservação do lençol freático, muito bem. E se não foi? Nunca foi publicado pela imprensa um relatório sobre a análise em laboratório da água que usamos.