sábado, 4 de junho de 2011

Estado

Do estado político e econômico que nosso país está, poderá ficar pior. Está faltando em quase todos os municípios vagas nas creches, leitos nos hospitais, atendimento médico e no cenário nacional o mais grave: está faltando vagas para políticos.

Não se trata de sarcasmo e nem piada de mau gosto. Políticos querem criar novos Estados. Criar unidades da federação é aumentar o número de deputados federais e novos estaduais. Junto com estes deputados um número inimaginável de assessores e funcionários para as novas Assembléias Legislativas.

Não se aplica à coisa pública as mesmas atitudes da iniciativa privada. Como é preciso dar um basta nos governantes e parlamentares, vale lembrar o que faz as grandes empresas. Para reduzir despesas e competitividade no mercado elas se unificam. Na contra mão da razão estão os políticos. Ao invés de unificar, dividem.

Aqui na nossa região temos dois exemplos: Araçatuba e Coroados. Aracanguá se separou de Araçatuba e Brejo Alegre de Coroados. Quem ganhou? Os dois prefeitos que recebem uma boa remuneração e não sei quantos vereadores que também recebem pelo exercício do cargo. Sem falar que existe a máquina administrativa.

O que será que melhorou nestas duas cidades depois da emancipação. Os novos prefeitos construíram hospitais, creches, escolas? Existem nestas cidades Delegado de Polícia, Promotor e Juiz? A esperança é que tenham melhorado a vida social e econômica da população. Infelizmente a estatística diz que nada muda quando um município se emancipa. Outra infelicidade é a mediocridade do povo. Optam pela emancipação sem saber o porquê, pois são freqüentemente ludibriados pelos ideais pronunciados nos palanque.

Por incrível que possa parecer este é o caminho. Dividir. Municipalizar tudo. Mover ações para impedir a criação dos Estados Carajás e Tapajós, bem como todos os projetos para criação de outros Estados. Há dezoito projetos em andamento e outros foram arquivados. Políticos gostariam de dividir o Estado de São Paulo em três. Ficaria São Paulo, São Paulo do Oeste, cuja capital seria Ribeirão Preto e São Paulo do Sul. Mato Grosso ficaria assim dividido: Mato Grosso, Mato Grosso do Norte e Araguaia. Minas Gerais e Minas Gerais do Norte. A cidade do Rio de Janeiro voltaria ser o Estado da Guanabara. Além de impedir a criação deveria extinguir os atuais. As Capitanias Hereditárias foram substituídas por sete províncias. Hoje são vinte e seis Estados e o Distrito Federal.

Orestes Quercia participava de um movimento municipalista. Na verdade, um curral eleitoral. De concreto, a imprensa nunca publicou nenhuma proposta que pudesse modificar a vida das prefeituras. Fortalecer o prefeito politicamente não resolve. As prefeituras precisam de recursos para ser aplicados em obras para a população e de prefeitos honestos.

Se extinguir os atuais impostos e implantar o imposto único é provável que houvesse melhora. Não haveria sonegação e todos pagariam impostos. Os recursos arrecadados seriam repartidos diretamente para os municípios através de índices. O prefeito que é a autoridade mais próxima da população teria os recursos necessários para o bem estar das famílias.

Se o prefeito cria uma secretaria, tenha certeza, ela é desnecessária, porém muito necessária para abrigar apadrinhados. No âmbito nacional há número elevado de ministérios e agências controladoras. O exemplo mais bizarro é a ANAC que substituiu o Departamento de Aviação Civil. No DAC trabalhavam técnico. Na ANAC políticos.

Às vezes dá vontade de desanimar. Os políticos reinam e o povo paga a conta.