sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Olímpico

O barão Pierre de Coubertin trouxe os Jogos Olímpicos da antigüidade para nossos tempos tendo como princípio fundamental o Ideal Olímpico. O Ideal Olímpico é competir independentemente do resultado, mas nunca desistir antes do final da prova. O maior exemplo dos últimos jogos foi aquela atleta da maratona. Foi uma vitoriosa. A vitória dela não foi chegar em primeiro lugar, mas chegar. Este é o Ideal Olímpico.

Os atletas de jogos olímpicos são eternos. Param de competir, mas jamais serão esquecidos para as pessoas que sempre acompanharam as competições. Jogos Noroestinos, Jogos Abertos do Interior e Troféu Bandeirantes deram muitas medalhas a atletas de nossa região.

Anúbis Ferraz é uma atleta que parou, mas não foi esquecido. Foi recordista sul-americano dos 110 metros com barreira. Tive o privilégio de treinar nos dourados anos sessenta no estádio Adhemar de Barros, sob os olhos do nosso treinador. Sr Franz. A última vez que treinamos juntos foi aqui na pista de atletismo de Birigui. Desta vez sob os olhos de outro treinador. Sr Esequías.

Outro atleta inesquecível é Porfírio Orenha. Este ainda não parou. É um máster do atletismo. Basta se inscrever. Uma medalha certamente será sua. Dois nomes inesquecíveis que foram e continuarão sendo o exemplo do Ideal Olímpico.

O Ideal Olímpico não existe mais. Os atletas se drogam para atingir os índices e pouco importa se forem desclassificados por doping. O que importa para os atletas é o contrato. O quanto vão ganhar para competir. Aos patrocinadores o que importa é vender seus produtos.

A escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos foi uma vitória ou uma cama de gato? Tudo indica que foi uma cama de gato muito bem armada e o Brasil deitou. Mas não foi o Brasil que optou em deitar-se nesta cama. Foram os dirigentes. Tanto políticos como desportivos e de quebra a imprensa que tirará proveito disto. Será que 32 bilhões de reais serão suficientes?

Houve irregularidades nos Jogos Regionais realizados em Birigui. Só foram apontadas. Nada mais. Guardadas as devidas proporções, houve irregularidades nos Jogos Pan-americanos. Também só foram apontadas. O prejuízo foi de R$ 2.740.000,00. A conta ainda não foi fechada. Este valor já foi pelo ralo. Os 32 bilhões de reais ainda não. Se não houver golpe de Estado vamos perder este dinheiro. E muito mais.

Em conversa com jornalistas o presidente disse que o povo saberá fiscalizar o uso do dinheiro. O povo não sabe votar, como vai fiscalizar? Sobretudo porque o povo elege pessoas para executar estes serviços. O povo elegeu cabrita para tomar conta da horta. A BBC Brasil perguntou ao presidente Luiz Inácio como pretende dar transparência nos gastos das obras. Ele respondeu: “Garantindo. Primeiro com o simples pressuposto de que as pessoas são honestas até que provem o contrário”. Ele disse isto porque não sabe nada do mensalão. A segunda garantia seria a fiscalização do Comitê Olímpico Internacional, do nacional e do TCU. Comitê Olímpico fiscaliza instalação. Não fiscaliza obra. O TCU apontou irregularidades nos Jogos Pan-americamos e até ontem ninguém pagou o prejuízo. O prejuízo foi pago, não por quem desviou os recursos, mas com recursos públicos. Dinheiro que poderia ter ido para a saúde e por que não despoluir a baia da Guanabara?

Jogos Olímpicos são importantes? Os jogos sim. O negócio não. E deveria ser bancado por quem vai ter o lucro com o evento. Não pelo erário público que é arrecadado para o bem estar do povo.