Buraco!
Jogo de cartas gostoso e que entretém. Imprescindível para quem vai à praia,
pois não há férias na praia, que não chova.
Bom
seria se buraco fosse apenas um jogo. Há mais buracos na vida que o jogo. São
os buracos das ruas. É agradável transitar por ruas bem pavimentadas. Desagradável,
irritante, desconfortante é transitar por ruas más conservadas.
Um
fato tem passado despercebido pela mídia. Faz um bom tempo, a Justiça condenou
a Prefeitura de Sorocaba a pagar uma indenização de 200 salários mínimos e uma
remuneração mensal até o fim da vida dos pais de um rapaz morto em um acidente
de moto.
Como
aconteceu? Um buraco tirou a vida de um motoqueiro. Só sei se era motociclista.
Um buraco no meio da rua. Fico, então, pensando. Livre-nos Deus de uma tragédia
semelhante.
Buracos
não nos faltam. Também não nos faltam motoqueiros apressados e pouco
observadores das normas de trânsito. Entretanto, não são somente os motoqueiros,
que não observam as regras de trânsito. Os motoristas têm lá suas culpas. Os
ciclistas estão sempre onde não deveriam estar. Se não estão à esquerda, estão
na contramão. E os pedestres? Os pedestres têm o hábito de caminhar no leito
das ruas, deixando de caminhar na calçada.
Pode
ser que os pedestres não usem as calçadas, porque em boa parte de sua extensão
estejam obstruídas, em péssimo estado de conservação. O que pensam os
deficientes físicos dos proprietários de calçadas nestas condições?
Voltemos
aos buracos e as transgressões das regras de trânsito. Se ocorrer um acidente
com um motoqueiro, culpa-se quem? Responsabiliza-se quem? O buraco? O
motoqueiro? A Prefeitura?
Se
um pedestre for atropelado caminhando no meio da rua, culpa-se quem?
Responsabiliza-se quem? O pedestre ou o condutor?
Se
ocorrer um acidente responsabiliza-se quem? O buraco? O motoqueiro? A
Prefeitura? O pedestre? O ciclista? O motorista? Ou será que a responsabilidade
é de alguma autoridade omissa?