sábado, 12 de janeiro de 2013

Praga


Antes dos judeus pregarem a existência de apenas um Deus, havia um deus para cada necessidade. Para conseguir uma namorada, bastava conversar com Eros, deus do amor dos gregos e tudo se resolviam. Se havia escassez de alimento, bastava fazer suas preces a Diana, deusa da caça dos romanos. A doutrina judaica se espalhou pelo ocidente e tudo ficou concentrado em um só Deus.
Nem todo mundo tem fé o suficiente para conversar com Deus. Melhor seria se todos tivessem a mesma intimidade que Moisés tinha com Javé, como está relatado em Êxodo. O Faraó não queria dar liberdade aos judeus. Moisés mandou dez pragas contra o povo egípcio com a ajuda de Javé. Conseguiu a liberdade.
Toda moeda tem dois lados. A história também. No Livro Sagrado conhecemos a versão dos judeus, onde Moisés é um herói. Existe um livro, psicografado, que conta a história do ponto de vista dos egípcios. Evidentemente, neste livro chamado “O Faraó Menerphetha”, Moisés não é herói. Está mais para vilão, embora não haja esta conotação.
O livro diz que Moisés não é filho de uma judia. O pai era judeu. A mãe era a filha do Faraó. Ela se afastou do palácio durante a gravidez. Foi para um dos palácios à beira do Rio Nilo. Quando o filho nasceu ela voltou com suas criadas para junto da corte do Faraó e contou a história que todos conhecem: encontrou o bebê descendo rio abaixo dentro de uma cesta.
Moisés foi criado como príncipe e tinha a pretensão de ser Faraó, mas o trono estava reservado para outro príncipe. Daí sua revolta e querer sair do Egito com o povo de seu pai.
Nos tempos atuais não é tão fácil falar com Deus. Arranjar uma namorada, às vezes, Santo Antônio ajuda, mas conseguir alimento só trabalhando mesmo. Não existem mais deuses da caça e também não cai mais Maná. Será que Javé nos abandou?
Não cai maná dos céus, mas o governo federal subtrai do tesouro recursos para dar a pessoas que não trabalham para viverem. Não deixa de ser um tipo de maná. Uma família só prospera se todos os membros trabalharem. Esmola não faz ninguém prosperar.
Trabalhar é muito importante e necessário. Mesmo que seja enxugar gelo. Será que enxugar gelo é um novo tipo de praga rogada a pessoas sensatas que ganham a vida trabalhando? É o que transparece aos policiais. Prendem um bandido de manhã e tarde já estão soltos. Prendem novamente e em seguida são libertados. A praga maior: os policiais estão subordinados a políticos que estiverem no poder. Eu disse estão e não são subordinados. Quem sabe um dia a Polícia deixa de estar subordinadas ao pode que estes políticos de plantão têm.
Qual será a reação da população quando vir os policiais, que atenderam a um acidente com vítima, ficarem de braços cruzados esperando os médicos chegarem para socorrer a vítima estendida no chão? Certamente tecerão comentário desabonador à Polícia e não ao político que criou a norma proibindo o policial socorrer a vítima.
A Presidência da República, a Secretaria dos Direitos Humanos e o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, baixou a Resolução n˚ 8 abolindo alguns termos nos Boletins de Ocorrências, nos inquéritos policiais e notícias sobre crimes.
Esta resolução proíbe os policiais e a imprensa utilizarem a expressão “resistência seguida de morte”. Deverão escrever: homicídio decorrente de intervenção policial. Tem mais. Se o policial, no exercício de seu dever de proteger a população, atirar em um bandido e este infame morrer, será aberto um inquérito policial para investigação de homicídio.
Roberto Carlos não é o cara. O cara é Moisés. Rogou praga e libertou o povo. Quem sabe Moisés ouça nossas preces e volta para rogar pragas e nos libertar dos políticos.