Antes dos judeus
pregarem a existência de apenas um Deus, havia um deus para cada necessidade. Para
conseguir uma namorada, bastava conversar com Eros, deus do amor dos gregos e
tudo se resolviam. Se havia escassez de alimento, bastava fazer suas preces a
Diana, deusa da caça dos romanos. A doutrina judaica se espalhou pelo ocidente
e tudo ficou concentrado em um só Deus.
Nem todo mundo tem fé o
suficiente para conversar com Deus. Melhor seria se todos tivessem a mesma
intimidade que Moisés tinha com Javé, como está relatado em Êxodo. O Faraó não
queria dar liberdade aos judeus. Moisés mandou dez pragas contra o povo egípcio
com a ajuda de Javé. Conseguiu a liberdade.
Toda moeda tem dois
lados. A história também. No Livro Sagrado conhecemos a versão dos judeus, onde
Moisés é um herói. Existe um livro, psicografado, que conta a história do ponto
de vista dos egípcios. Evidentemente, neste livro chamado “O Faraó
Menerphetha”, Moisés não é herói. Está mais para vilão, embora não haja esta
conotação.
O livro diz que Moisés
não é filho de uma judia. O pai era judeu. A mãe era a filha do Faraó. Ela se
afastou do palácio durante a gravidez. Foi para um dos palácios à beira do Rio
Nilo. Quando o filho nasceu ela voltou com suas criadas para junto da corte do
Faraó e contou a história que todos conhecem: encontrou o bebê descendo rio
abaixo dentro de uma cesta.
Moisés foi criado como
príncipe e tinha a pretensão de ser Faraó, mas o trono estava reservado para outro
príncipe. Daí sua revolta e querer sair do Egito com o povo de seu pai.
Nos tempos atuais não é
tão fácil falar com Deus. Arranjar uma namorada, às vezes, Santo Antônio ajuda,
mas conseguir alimento só trabalhando mesmo. Não existem mais deuses da caça e
também não cai mais Maná. Será que Javé nos abandou?
Não cai maná dos céus,
mas o governo federal subtrai do tesouro recursos para dar a pessoas que não
trabalham para viverem. Não deixa de ser um tipo de maná. Uma família só
prospera se todos os membros trabalharem. Esmola não faz ninguém prosperar.
Trabalhar é muito
importante e necessário. Mesmo que seja enxugar gelo. Será que enxugar gelo é
um novo tipo de praga rogada a pessoas sensatas que ganham a vida trabalhando?
É o que transparece aos policiais. Prendem um bandido de manhã e tarde já estão
soltos. Prendem novamente e em seguida são libertados. A praga maior: os
policiais estão subordinados a políticos que estiverem no poder. Eu disse estão
e não são subordinados. Quem sabe um dia a Polícia deixa de estar subordinadas
ao pode que estes políticos de plantão têm.
Qual será a reação da
população quando vir os policiais, que atenderam a um acidente com vítima,
ficarem de braços cruzados esperando os médicos chegarem para socorrer a vítima
estendida no chão? Certamente tecerão comentário desabonador à Polícia e não ao
político que criou a norma proibindo o policial socorrer a vítima.
A Presidência da
República, a Secretaria dos Direitos Humanos e o Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana, baixou a Resolução n˚ 8 abolindo alguns termos nos
Boletins de Ocorrências, nos inquéritos policiais e notícias sobre crimes.
Esta resolução proíbe
os policiais e a imprensa utilizarem a expressão “resistência seguida de
morte”. Deverão escrever: homicídio decorrente de intervenção policial. Tem
mais. Se o policial, no exercício de seu dever de proteger a população, atirar
em um bandido e este infame morrer, será aberto um inquérito policial para
investigação de homicídio.
Roberto Carlos não é o
cara. O cara é Moisés. Rogou praga e libertou o povo. Quem sabe Moisés ouça
nossas preces e volta para rogar pragas e nos libertar dos políticos.