A terra tremeu. O
epicentro foi em alto mar. Imaginava-se que um tsunami varreria as praias,
dizimando tudo que na orla estivesse. Quando a gigantesca onda começou a
quebrar na praia, não passava de uma marola. Marola é o oposto de tsunami.
Quem pensava que o Supremo
Tribunal Federal fosse pôr na cadeia todos os quadrilheiros do Palácio do
Planalto se equivocaram. Ninguém vai ser preso. Foram condenados, mas ficar
atrás das grades é um conto de fadas. Verdadeira utopia, utopia que se espera
que aconteça.
O Ministro da Justiça
disse a alguns dias que preferiria morrer a ficar preso nos presídios do
Brasil. Comparou os nossos presídios aos tempos medievais. Destas palavras duas
vertentes alimenta nossa imaginação. Quais providências poderão ser tomadas: o
governo vai melhorar as condições de hotelaria das penitenciárias ou vai acabar
com as prisões? Se os bandidos do Planalto forem presos, as prisões passarão a
ter algumas estrelas. No mínimo hotel três estrelas, pela classificação do
Ministério do Turismo.
Quem conversa com o
povo sabe qual é a opinião da maioria. Lugar de bandido não é na prisão. É no
cemitério. A razão deste pensamento universal é o temor que há no seio da
população. O crime organizado abate policiais todos os dias. O governo nada
faz. O clima é de guerra civil. O governo com sua conduta de politicamente
correta permite que policiais sejam mortos. O povo, ignorante que é não sabe o
que fazer. Como sempre referencia nas urnas o candidato das bravatas.
Não seria hora de se
determinar um Estado de Sítio? Por que o povo tem que ficar refém dos
acontecimentos de agressão dos bandidos contra a sociedade? Policiais fazem
parte do povo. Governo não. O governante tem fórum privilegiado. Nunca é
julgado. O policial no exercício de sua função não pode abater um bandido,
porque os direitos humanos defendem os bandidos, mas nunca defendem os
funcionários que arriscam suas vidas para proteger a população. É hora de
mudança. O ambiente de trabalho dos policiais não é numa pizzaria. Tão pouco
numa floricultura. É no pior lugar que se possa imaginar. É no limite entre o
bem e o mal.
Se a Polícia fosse
independente, como é o Ministério Público, tudo seria diferente. Os ladrões de
galinhas ficariam em segundo ou terceiro plano nas ações da Polícia. As raposas
trabalham nos gabinetes dos governos. As prefeituras são surrupiadas pelos
grupos que a administram. Da mesma forma nas demais estâncias do Poder.
De que adiantou juntar
provas sobre o maior escândalo na história da República do Brasil? A proposta era
retirar os acusados da lama que estavam chafurdando no Palácio do Planalto e
mandá-los para uma prisão. Foram condenados, mas prisão não. Prisão é para
ladrão de galinhas. Eles não roubaram galinhas. Roubaram o povo brasileiro. Um
povo sem caráter. Por outro lado, povo sem caráter não merece respeito.
Neste julgamento, tido
como o maior escândalo de todos os tempos, o epicentro não foi localizado.
Entretanto, o protagonista que sempre ficou sentado no trono está apavorado. Todos
os GPS indicam a direção do Chefe. Haverá realmente justiça?