sexta-feira, 11 de maio de 2012

Trabalho

Opiniões sobre trabalho divergem. Para alguns o trabalho dignifica o homem. Se levarmos ao pé da letra os ensinamentos da Bíblia trabalho é uma punição.
A história é de conhecimento de cristãos e judeus. Cerca de dois terços da população do planeta residem no oriente e seguem religiões que não tem a Bíblia com fonte de informação. Provavelmente os seguidores destas religiões orientais não conhecem o que prega o cristianismo e judaísmo.
Adão e Eva viviam no jardim do Éden. No Paraíso tinha de tudo. Não era necessário trabalhar plantando árvores frutíferas, porque existia um pomar nativo. O casal de humanos e os demais animais viviam em perfeita harmonia. Cada um respeitava os direitos dos outros. Mesmo assim o Senhor estabeleceu uma norma. Adão e Eva não podiam comer os frutos da macieira.
Talvez pela sedução que as mulheres exercem sobre os homens, Adão foi convencido a comer a famigerada maçã. E o Senhor Deus, só por causa desta desobediência, expulsou Adão e sua mulher do Paraíso e disse que ele deveria cultivar a terra para o seu sustento. Trabalho é punição.
Do ponto de vista da Física trabalho é o deslocamento de um corpo que recebe uma força. Se você empurrar uma geladeira de um canto da cozinha para outro, você realizou um trabalho. Entretanto, se você ficar parado segurando uma mala, você ficará cansado, mas não realizou trabalho, porque não houve deslocamento do corpo com a força aplicada. Você se cansou, mas não trabalhou.
A sociedade gosta de celebrar datas. Aniversário de nascimento é a data social mais celebrada. Casamento nem tanto. Dia oito de maio comemora-se o dia da vitória dos aliados sobre os nazistas. Dia nove de julho os paulistas celebram o início de uma derrocada em nome de uma suposta democracia. Celebram-se datas cívicas e de fatos históricos. Dia da Independência, Dia de Tiradentes, Dia de Natal e Dia do Trabalho.
Comemora-se o Dia do Trabalho deste 1895, mas só em 1925 tornou-se uma data oficial através de um decreto do presidente Artur Bernardes. Esta semana que se finda tivemos as celebrações do Dia do Trabalho. Foi então que percebemos um fato que estava passando despercebido. A República Federativa do Brasil estava há meses sem Ministro do Trabalho. Se o ministério estava acéfalo e ninguém percebeu, é porque esta repartição não devia existir com o status de ministério. O cargo de ministro, neste caso, é o mesmo que segurar uma mala. Não realiza trabalho. Deveria ser um departamento cuja chefia deveria ser de um funcionário de carreira e não um político. Menos custo e menos politicagem.
A Presidente, que se autointitula de “presidenta”, acatando sugestão do ex-presidente Luiz Inácio, nomeou um político do Partido Democrático Trabalhista. O que chamou a atenção não foi a responsabilidade que o novo ministro deveria ter com o Trabalho e sim em unificar o Partido. Assim disse a Presidente.
Existe tanto entulho na Consolidação das Leis Trabalhistas que atrapalhou e continua atrapalhando a relação entre empregado e patrão. O ponto de partida para um novo relacionamento entre estas partes deveria ser um ministro, já que ninguém vai ter coragem de extinguir este desnecessário ministério, que promovesse mudanças na legislação trabalhista de modo a desonerar a folha de pagamento e outros tributos sem desobrigar as empresas dos compromissos sociais com os empregados.
O maniqueísmo continua sendo a balança que equilibra as tensões sociais, trabalhistas e empresariais. A paz e a harmonia não são braços desta balança. A Justiça por sua vez é cega.