sábado, 19 de maio de 2012

Cochoeira


Êxodo rural tem ciclos. O mais recente foi com Juscelino Kubitscheck. São Paulo e a região metropolitana receberam as indústrias automobilísticas e outras indústrias internacionais.
Araçatuba e Birigui, por outros motivos, também tiveram crescimento urbano motivado pelo êxodo rural. Com o distanciamento da roça e da lida com o gado a vida rural só é vista nas novelas e poucos sabem o que uma cocheira. Entretanto, se perguntar o que é uma estrebaria ou cavalariça, a resposta fica mais fácil de responder.

Cocheira é a garagem para coches e carruagens. Em desuso por motivos óbvios. Outra definição é a área cercada reservada para tratar e alojar cavalos, muares e burros. Na parte coberta da cocheira ficam os cochos onde os animais comem a ração. A maior parte fica a céu aberto e, neste espaço eles fazem suas necessidades fisiológicas. Na parte coberto o asseio é diário. Nas outras áreas a limpeza é periódica. Se a limpeza for posterior a um dia de chuva, o cheiro não é nada agradável.

Não é só chão da cocheira que se mexer fede. Tem coisa que quanto mais se mexe, mais fede. Uma delas é ignorar a anistia que pôs fim ao período que, para alguns foi uma ditadura militar. Para outros foi regime militar. A Dona Presidente deu posse a Comissão da Verdade. Que verdade esta Comissão pretende encontrar?
Os militantes que pegaram em armas contra o Governo Militar e que estão no poder querem que a Comissão só apure os casos de abuso de poder dos agentes do Governo Militar. Tudo indica que deram um tiro no próprio pé. A Comissão da Verdade está dividida.

José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, é um dos membros nomeados pela Dona Presidente disse que a comissão deveria analisar todos os casos de violações. Tanto dos atos cometidos pelos agentes do governo quanto dos militantes comunistas que pegaram em armar para tentar tomar o poder.
Opinião diametralmente oposta está a da advogada Rosa Maria Cardoso. Ela disse que é contra a apuração de atos da esquerda armada. A razão é óbvia. A doutora advogada foi defensora da terrorista Dilma Rousseff no período que esteve presa por assalto a bancos, à casa do governador Adhemar de Barros e atentados com mortes, segundo nota da imprensa.

Esta comissão só não é mais desprezível e desnecessária porque não se chama Comissão de Alto Nível da Verdade. Daqui a dois anos termina o processo de apuração dos fatos ocorridos entre 1946 a 1988. Descobre que o governo Getúlio Vargas estava por trás do atentado a Carlos Lacerda. E daí? Que providência a Comissão da Verdade vai tomar?
Dois fatos históricos ensinados nas escolas são frutos da imposição governamental. Historiadores relatam em história não ensinada nas escolas que, com a Proclamação da República era preciso criar um herói. A princípio pensaram no primeiro presidente Marechal Deodoro da Fonseca. Optaram por criar a figura de Tiradentes, à imagem e semelhança de Jesus. O inconfidente nem morrer enforcado morreu.

Outra farsa criada é a do escravo rebelde chamado Zumbi. Veio da África como escravo. Aqui chegando foi reconhecido com príncipe, pois realmente era em seu país de origem e como tal foi tratado, tendo inclusive escravos à sua disposição.
Com tantas prioridades o governo vai gastar dinheiro com uma Comissão, que é uma imposição governamental, para apurar algo totalmente desnecessário. Escrever história é uma prerrogativa dos historiadores. Convém não mexer nesta cocheira, pois quanto mais se mexe, mais fede.