sábado, 21 de abril de 2012

Reflexão

Há textos que nos faz refletir sobre nossos atos. Atos praticados e os que deixamos de praticar e que por algum motivo modificou o rumo de nossas vidas. Estamos prestes a entrar num período que vamos escolher nossos dirigentes. É tempo para refletir. Os dirigentes públicos têm poderes para administrar dentro das normas estabelecidas e dos bons costumes.
Políticos utilizam as eleições para chegarem ao poder. Entretanto, depois de eleitos deixam os princípios democráticos e tornam-se tiranos. Verdadeiros déspotas. Lênin assumiu o governo através de uma revolução. Adolf Hitler foi eleito pelo povo. O povo russo não escolheu Lênin. O povo alemão escolheu Hitler. Ambos foram tiranos. Poucos se preocupam com os atos dos prefeitos e vereadores e se estão cumprindo suas funções dentro dos princípios democráticos, legais e morais.
Os tiranos não aceitam que seus atos sejam contestados, mesmo que o opositor tenha razão em seus argumentos. Berthold Brecht escreveu um texto contra a arbitrariedade, que foi e continua sendo parafraseado por muitos autores e jornalistas porque tem um conteúdo que continua atual.
Originalmente o texto tem formato de poema: “Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso. Eu não sou negro. Em seguida levaram alguns operários, mas eu não me importe com isso. Eu também não era operário. Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso. Porque eu não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho emprego, também não me importei. Agora estão me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.”.
Martin Niemöller foi um pastor luterano e como alemão conservador não via com bons olhos a política nazista. Naquele período ele escreveu este poema: “Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu me calei, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse.”.
Ninguém protesta. O povo cumpre suas obrigações pagando impostos, tendo a esperança que os dirigentes públicos cumpram as suas obrigações que, jurou cumprir ao tomar posse do cargo. O que será que estão pensando os eleitores do senador ligado ao contraventor de jogos ilegais.
Nos dias atuais este episódio do senador e o contraventor não é um escândalo isolado. Também não é uma prática dos tempos atuais. Para nossa reflexão, o discurso de Ruy Barbosa, quando era senador em 1914, continua atual: “A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação. A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as formas. De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”.