domingo, 17 de outubro de 2010

Óbolo

O serviço público é um óbolo. Óbolo é uma moeda grega de pouco valor. Era comum em tempos passados doar uma moeda de pouco valor aos miseráveis. De certa forma continua sendo. Raramente alguém dá uma nota de cem reais de esmola.

Cem reais de esmola não é um óbolo, é uma doação, mas a população não deixa de doar pequenas moedas a quem precisa. Também doa, compulsoriamente, cerca de 35% do valor de um produto ou serviço ao governo em forma de imposto. É uma verdadeira doação, pois impostos são recolhidos como se o Brasil fosse um país do primeiro mundo, porém não temos a contrapartida de receber o serviço público de primeiro mundo.

A sociedade é amorfa. Molda-se e acomoda conforme a necessidade de cada grupo ou indivíduo. O setor da administração pública que maior mal causa à sociedade é a saúde. A reação da sociedade para se moldar a esta precariedade no atendimento à saúde foi a criação de planos de saúde. De um lado está o paciente que precisa de atendimento médico e hospitalar. Do outro está o profissional que não tem a devida remuneração do serviço público.

Assistência social é outro setor precário. A sociedade mais uma vez procura alternativas para se acomodar. Líderes comunitários organizam almoços beneficentes, rifas, bingos para angariar recursos e socorrer pessoas carentes ou não.

Trabalhos que eram essencialmente voluntários estão sendo profissionalizados. Algumas entidades de assistência estão utilizando o telemarketing para conseguir doações. Pode ser uma medida eficiente para arrecadar recursos, mas está longe de ser um ato de filantropia, entretanto é um ato válido e honesto.

Existem líderes comunitários que tomam outro caminho para arrecadar fundos. Não fazem jantares, quermesses, bingos ou rifas. O caminho obscuro e nebuloso que eles encontraram foi a criação de organizações não governamentais. Estes líderes se não forem políticos, estão ligados a partidos políticos.

Instituto Casa da Gente é um exemplo destas organizações. Fundada por um cantor do grupo musical Negritude Júnior, este instituto está sendo cobrado a ressarcir mais de 790 mil reais aos cofres públicos por inadimplência. O instituto ofereceu serviços à comunidade como forma de pagamento. Esta dívida é fruto de uma parceria entre o instituto dirigido pelo cantor e o Ministério do Esporte. O instituto e o ministério têm algo em comum. Ambos são administrados por militantes do Partido Comunista do Brasil. Recursos públicos não devem ser utilizados para prática de caridade oferecendo óbolos. Neste caso do Instituto nem pensar. É um valor muito alto para ser considerado esmola.

Não há registro na história que pessoas filantrópicas contraíssem dívidas para fazer caridade. Pessoas caridosas não, mas o governo do Brasil contraiu uma dívida de 200 milhões de dólares para custear a segunda fase do Programa Bolsa Família. O Banco Mundial informou que, na primeira fase o empréstimo para custear o programa foi de 572 milhões de dólares. Bolsa Família não é óbolo. É financiamento de propaganda partidária. Coisa típica do Partido Nazista. Saber utilizar a propaganda a favor dos interesses do partido.

Adrian Rogers, que foi pastor da Igreja Batista, disse: “É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tirar de alguém. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”.

A riqueza da nação é produzida pela parceria entre os empresários e os empregados. Nunca pelo governo. O que aconteceria a uma empresa que contraísse um empréstimo de 790 mil reais e ficasse inadimplente? Certamente seria levado às barras da Justiça e a pena não seria oferecer serviços à comunidade como pagamento da dívida. Quem empresta dinheiro tem que devolver dinheiro.

Serviço público não é óbolo. É obrigação do Estado.