segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Proa

É comum piloto de aeronave particular perguntar ao patrão qual é a proa. Pessoas leigas à navegação ficam sem saber o sentido da pergunta. Todos sabem que proa é a parte dianteira de uma embarcação. O que o piloto quer saber do patrão qual o destino.

Proa também tem sentido figurado. Sentimento de orgulho, vaidade, presunção. Presunção é uma suposição que se tem por verdadeira. Opinião demasiadamente boa que algumas pessoas dão a si mesmas. Propriedade peculiar de candidatos ao pleito que se aproxima. Presunção é total falta de modéstia. Talvez a pior das vaidades.

Albert Einstein foi um físico e ninguém ousa dizer que ele não fora um cientista inteligente. Sua obra mais conhecida é a “Teoria da Relatividade”. Tão relativa que poucos a entendem.

Gino Meneghetti foi um ladrão e ninguém ousa dizer que ele não fora um bandido inteligente. Sua obra mais conhecida era roubar mansões subtraindo jóias. Não roubava pobres, mas não dividia o produto de seus roubos com a pobreza que lhe avizinhava. Foi preso inúmeras vezes e escapou da cadeia outras tantas.

Por definição ambos são inteligentes. Inteligência é a capacidade de conhecer, compreender, aprender e desenvolver uma atividade com eficácia. De onde pode vir a inteligência do povo? A maioria não entende física. Não rouba mansões. Não é presunçosa.

Proa tem o sentido figurado de presunção. Por incrível que possa parecer, dois candidatos à presidência da república quer suceder o atual presidente dando continuidade aos programas do governo Lula. Quanto à atitude da candidata da situação é aceitável, pois ela faz parte desta falange. Falange que cometeu atos ilícitos como mensalão. Será que é possível calcular quantos milhões de reais foram desviados dos cofres públicos para pagar propina aos parlamentares para aprovarem leis de interesse do governo?

Já o candidato da oposição não tem coragem de afirmar, em sua campanha, que o presidente da república sabia de todas as atividades que seu partido executava para aprovar leis no Congresso. Deve ser uma questão de marketing. Presunção é uma suposição que se tem por verdadeira. Em pesquisas de opinião, o povo tem a ilusão que o Luiz Inácio foi um grande presidente.

O povo ignora os fatos que acontecem nos porões da política porque não lê jornal. Nunca o presidente da republica vai colocar na sua suposta criação “Bolsa Família”, que é uma “Cesta Básica”, um item chamado jornal. Jornal publica a notícia nua e crua.

No rádio e na teve não foi veiculado o inchaço da máquina administrativa do governo federal. O presidente criou ministérios, secretarias e cargos para abrigar apadrinhados. As nomeações iam saindo sem critério algum. O exemplo mais marcante foi a nomeação dos apadrinhados da ANAC. Ninguém era do ramo da aviação. Houve caos aéreo.

Inchar a máquina administrativa não é prerrogativa do Planalto Central. No município também ocorreu. Criaram secretarias e cargos para abrigar apadrinhados. Erário público municipal indo para o ralo.

Dinheiro existe, segundo o governo, mas o Sistema Único de Saúde continua sendo a pior maneira de cuidar das pessoas que não tem plano de saúde ou riqueza. A Santa Casa de Birigui realizará uma campanha para arrecadar alimentos. A população fará doação, mas o governo não vai mandar dinheiro. Coincidência ou não o Secretário de Saúde não é do ramo. Mas é do partido do presidente da república.

Você é o piloto de sua vida. Que proa tomar? Alguns vão seguir a proa traçada pela falange do mensalão. Outros escolherão a proa da sensatez.