segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Poder

Poder é tudo. Existe poder de todo tipo. Pátrio poder é aquele que os pais têm em relação aos filhos menores. Poder temporal é o poder do Papa relativo à soberania territorial da Igreja. Tem como contrapartida o poder divino.

Para os seguidores do parlamentarismo, um poder deixa saudade. É o moderador. Representava o quarto poder do Estado. No Brasil era exercido pelo Imperador. Este poder permitia intervenção em assuntos dos outros poderes para estabelecer equilíbrio político. Funcionava bem, mas foi extinto com a instalação da república.

De certa maneira este poder ainda existe. Não legalmente instituído. Dado a infinita influência que a imprensa e o jornalismo têm sobre a sociedade este poder continua intervindo nos assuntos dos três poderes constituídos. Nem sempre para o bem e também não consegue estabelecer equilíbrio político entre estes avarentos do poder.

Há décadas os militares derrubaram o governo e instituíram um regime duro. Algumas pessoas discordaram e provocaram uma contra-revolução armada. Perderam a guerra e foram presos. Outros conseguiram fugir para o exterior. Tanto os presos como os fugitivos eram minoria e não podia alegar ignorância sobre os atos duros que o governo estabeleceu para manter a ordem.

Terminado o regime militar estas pessoas voltaram com os mesmo propósitos. Tomar o poder. Desta vez não foi com arma que fura e mata. Foi o voto, que não deixa de ser uma arma com efeito retardado. Votamos hoje e temos os efeitos nocivos depois da posse do eleito.

Empossados estes exilados e ex-presidiários seus propósitos começaram a ser implantados. Um que pouco chamou a atenção da sociedade foi a indenização às vítimas da ditadura. Colocaram a raposa para tomar conta do galinheiro. A anistia e a concessão dos pagamentos à supostas vítimas são definidas pela Comissão de Anistia.

Os componentes desta comissão são pessoas ligadas aos que se intitulam perseguidos. Um destes perseguido chama-se Luiz Inácio. Nesta comissão só é observado o lado que eles estabeleceram que o correto. Dilma Rousseff e o Capitão do Exército Carlos Lamarca participaram da luta armada. Mataram e roubaram.

A Comissão de Anistia concedeu à viúva do Capitão alguns benefícios. O Tribunal de Contas da União vê irregularidades nas indenizações mensais pagas pelo governo federal. No caso da viúva, ela recebeu em 2007 o valor aproximado de R$ 903 mil referente ao soldo que Capitão deixou de receber por ter desertado das fileiras do Exército e optado pelo terrorismo. Além do valor retroativo, uma remuneração mensal de R$ 11.444,40. Outra possível irregularidade foi a promoção póstuma que o Capitão recebeu. De capitão foi a coronel. Só o Exército poderia ter promovido o Capitão e a major se fosse o caso.

O Tribunal de Contas fará revisão de 9371 casos de indenizações já concedidas. O TCU estabeleceu prioridade em três benefícios. O já citado Lamarca e dois outros nomes: os jornalistas Ziraldo Alves Pinto e Sérgio Jaguaribe. Conhecido como Jaguar.

Quem entra em briga sabe que pode bater como apanhar. Muitos naquela época eram contra o regime, mas a norma era aquela. Quem entrou na briga bateu ou apanhou.

A decisão do TCU de rever estas indenizações poderá reduzir ou cancelar quase R$ 4 bilhões. O povo nada tinha a ver da briga entre os terroristas e os militares. Os impostos são recolhidos para o custeio das necessidades do povo e não para benefícios de apadrinhados do poder. Para administrar os negócios do Estado, o poder dos políticos vem do voto.