quarta-feira, 28 de abril de 2010

Publicidade

Publicidade é a alma do negócio. Sem publicidade o produto pode não ser vendido e a empresa cair no esquecimento.

Em 1975 Sérgio Di Lacrocci, Alberto Saraiva, Renato Pereira e Benevides dos Santos criaram uma empresa para comercializar comida árabe. Caminharam juntos por algum tempo. Depois cada um tomou seu rumo. Alberto investiu em publicidade e marketing. Hoje é o proprietário da marca Rabib.

Naquela época estava na mídia uma peça publicitária do chocolate Toddy. As crianças brincavam na rua e um menino grandão agride um pequeno. O pequeno vai para casa. Pega um copo de leite e adiciona Toddy. Toma num único gole. Volta para a rua. Encara o grandão e vence a batalha.

Aconteceu o mesmo com o filho do Sérgio. Ele correu para casa. Pegou um copo com leite e adicionou Toddy. Tomou e voltou para a rua. Só que ele não venceu a batalha. A publicidade pode ser simbólica como enganosa.

Que sentido a Bíblia dá para luta de David contra Golias? Não parece uma peça publicitária onde um pequeno pode vencer um gigante?

Em Esaú e Jacó, Machado de Assis escreveu: a ocasião faz o furto, pois o ladrão nasce feito. Parafraseando Machado, quem aproveita da situação nasce feito, ou é fruto da ocasião?

A língua portuguesa está sendo dilacerada pelo governo, pois assinou um acordo, que favorece pessoas que não se preocupam em aprender. Em poesia ou publicidade erros gramaticais ou de grafias podem ser admitidos. Alguns acontecem por ignorância, outros de caso pensado.

Em nosso país a ignorância sobressai à cultura. Nas greves dos metalúrgicos do ABC, na década de setenta, apareceu uma palavra nos discursos dos líderes: peitar. Se fora utilizada por ignorância, os metalúrgicos queriam trombar de peito com os patrões. Caso contrário, os dirigentes dos sindicatos queriam subornar os patrões. Não há informações que os patrões foram subornados, mas corre o boato, desde daquela época, que os sindicalistas foram peitados. Todos eles ocupam cargos em Brasília.

A propósito, a isenção ou redução de IPI aplicado sobre veículos foi suspensa. Durante alguns meses os produtos fabricados pelos metalúrgicos tiveram isenção do imposto, para que pudessem ser desovados. Deve ter sido uma coincidência.

Aproximam-se as eleições. Época dos publicitários trabalharem. Publicitários vendem Deus ou o diabo. Tanto faz. Basta pagá-los.

O governo está veiculando uma publicidade sobre pena alternativa. Dá a entender que todas as crianças terão contado com pessoas ligadas ao crime. Para não penalizar drasticamente os futuros jovens delinqüentes, querem criar penas alternativas. O bandido do futuro não será mais preso.

O governo do Brasil trata o cumprimento da lei de acordo com sua conveniência e não do Estado. O governo da Itália pediu a extradição de um bandido mafioso. Extradição negada. O bandido continua vivendo no Brasil. O governo de Cuba pediu a extradição de atletas que participaram dos Jogos Pan-americanos e que pediram asilo para ficarem morando no Brasil. Extradição concedida. Bandido pode ficar. Atleta honesto não.

Publicidade quando quer incutir doutrina tem outro nome: propaganda. Por que o governo protege o bandido e seus filhos?

Todo voto é importante. Este ano os presidiários não condenados poderão votar. Da mesma forma os delinqüentes juvenis. Em oposição aos bandidos estão os policiais. Policiais em serviço não poderão votar. Bandido pode. Policial não.

Não adianta tomar um copo de leite com Toddy. Nem chamar David. A espada de Salomão que vai dividir ao meio a criança reclamada é o seu voto.