sexta-feira, 15 de maio de 2009

Segregação

Treze de maio. Celebra-se o quê? Aparição na cova de Iria ou ficar livre de alimentar os escravos negros em troca de trabalho? É isto. Não houve abolição. Melhor celebrar a aparição. Porque, segundo a declaração de um dirigente da Consciência Negra, os negros preferem celebrar a luta de Zumbi.

Luta lembra força. Contra uma força existe outra de igual intensidade e de sentido oposto. Seria possível aplicar a Terceira Lei de Newton em comportamentos sociais? Na verdade não parece ser um comportamento social, mas disputas políticas de minorias, cujos dirigentes, querem ocupar um cargo na administração pública. Ou tirar proveito do erário público, desfrutando dos programas sociais de um governo medíocre, que não ampara cidadãos brancos ou amarelos pobres. Toda pessoa tem valor e não cor.

Dois amigos brancos foram passear pela Europa. Começaram por Portugal. Em Coimbra, sentaram-se na varanda de uma padaria. Como se fosse a “Ceia dos Cardeais”, de Júlio Dantas, cada um começou a descrever como seria a mulher ideal para si. Na peça de Júlio Dantas os cardeais contaram que deixaram o mundo profano e optaram pelo clero, por não ter conseguido conquistar o grande amor de suas vidas. Os dois à mesa da padaria descreviam suas pretensões. Para um, teria que ser esbranquiçada loira e de olhos azuis. Na pior das hipóteses, olhos verdes. O outro, negra. Na pior das hipóteses mulata. Tanto um como o outro não são racistas. É questão de feromônio.

A questão religiosa existe e não deve ser motivo de segregação. Porque é uma questão de fé. O propósito fundamental das religiões é organizar a sociedade. Talvez não se aplique nos tempos atuais. Convém lembrar que, religião não tem nada a ver com igreja aberta no salão da esquina, que antes era um boteco.

Embora o sol nasça no oriente trazendo luz e energia, o ocidente se sobrepôs. Impôs a cultura ocidental no oriente. As pessoas não lêem a Bíblia nem o Alcorão. Livros do oriente. Alguém que não lê, poderia imaginar como a religião é a base da sociedade na Índia? Na Índia é normal pertencer à casta de baixo. Pode ser que um dia a casta deixará de existir. Talvez num dia treze de maio. Interessante. Lá não tem negro nem branco. Qual é a cor deles? Usos e costumes fazem parte da história.

Os políticos e este movimento consciência negra estão criando a segregação racial no Brasil. Os negros têm mais direitos que os brancos. A Constituição “Cidadã” diz que todos são iguais. Os criadores da segregação baseiam-se no passado. Aquela velha história de que os brancos escravizavam os negros. Alguns ativistas, em seus discursos, querem jogar no ombro da Igreja a concordância da escravidão, a que os negros eram submetidos, pelo fato dela não ter se oposto a política econômica da época.

Nos nossos tempos atuais somos livres? Penso que não. A liberdade nos aprisiona. A atual política econômica, estabelece que todos deveriam se sustentar pelo suor de seu trabalho. Nem todas as pessoas, sejam brancas ou não, conseguem obter rendimentos suficientes para honrar seus compromissos mínimos de subsistência.

A Casa Grande não deixava faltar comida na senzala. Estratégia para manter a harmonia na fazenda. Hoje a Casa Grande não deixa faltar Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e todos os programas sociais que não elevam o nível social de ninguém. É um cabresto que a Casa Grande de nossos tempos usa para deixar no cativeiro a população pobre e dependente, que vive das migalhas subtraídas do erário publico.

Esta massa que aceita depender ou tirar proveito dos programas, que o governa chama de sociais, não estão entre os privilegiados negros e pardos. O povo pobre não tem reserva de cotas. Não tem direito de pedir terra para viver, porque são descentes de nenhum quilombo.

Felizmente o povo não demonstra atração pelas idéias racistas e segregacionistas que as reservas de cotas para negros e pardos estão sendo disseminadas pelos políticos. A resposta poderá vir nas urnas. Todos são iguais. A diferença é somente o feromônio.