sexta-feira, 1 de maio de 2009

Infinito

O que é infinito? Todos sabem o que é. Mas ninguém sabe onde fica. Não é uma estrada que acaba no horizonte. O horizonte é a primeira estação desta estrada que não tem fim. Como na matemática. Reta é uma linha que acaba no infinito. Onde fica este lugar?

Este lugar fica onde todas as pessoas têm paciência. Nunca perdem a calma. Nem mesmo por problemas que lhes possam atormentar a vida. Este lugar é onde você está. Mesmo que falte educação, saúde e segurança. Para viver onde nós estamos é preciso ter uma paciência infinita.

Quem escreve, gostaria de escrever sobre assuntos diversos. Temas não faltam. Não há filão maior que escrever sobre meio ambiente. E não precisa ir à floresta amazônica. Nem à devastação da mata atlântica. Basta ir às margens do córrego Birigüizinho. Ou ao trecho urbano do ribeirão Baixotes. Ou escrever sobre cheiro insuportável, que ainda permanece, no prédio da cadeia pública desativada no centro da cidade de Birigui. E dá para escrever um romance, partindo de uma frase que está escrito na parede do pátio. O dinheiro compra tudo. Na favela ou na cadeia, mas não apaga a permanecia na cela. Fica a dúvida: a vida na cadeia educa ou revolta?
O compositor Hebert Viana, dos Pára-lamas do Sucesso, escreveu uma canção onde diz que o Luiz Inácio disse o Luiz Inácio falou: em Brasília existe mais de trezentos picaretas. Referindo-se aos deputados que apoiavam o governo, no período que o Luiz Inácio era deputado. Deputado inoperante, por sinal. Por mais que se queira, não dá para fugir deste tema. Ele não se esgota. Esqueçamos os trezentos, pois hoje são trezentos e um e mais outros tantos.

No município não tem deputado. Tem vereador. Usando a linguagem do Luiz Inácio, que hoje é presidente, quantos picaretas têm sua cidade?

Na cidade de Birigui existem cinco vereadores catalogados, registrados e com carteirinhas de picaretas, segundo a definição do Luiz Inácio. Legisladores que lêem a cartilha do Poder Executivo. E um que é o fiel da balança. Balança que blinda a má administração pública.

É impressionante a conduta dos picaretas, segundo a definição do Luiz Inácio. Eles se escrevem, para ter o direito de uso da palavra, de tal forma que possam quebrar os discursos de quem pode oferecer oposição ao Poder Executivo. Esta prática é usada em assembléia geral de sindicatos e em plenárias de partidos de esquerda. Deliberam sobre tudo, mas não constroem nada. Porque partidos esquerdistas e minoritários têm suas raízes plantadas em um copo de água. Não pensem que é uma prerrogativa da esquerda. Nenhum partido tem planos para a sociedade. O partido pensa em obter vitórias. Ganhar as eleições e daí, tirar dividendos. Alguém duvida?

Na última segunda-feira um fato pode mudar totalmente os rumos da política em Birigui. O vereador Aladim José Martins aniquilou os argumentos dos picaretas, segundo a conotação que o Luiz Inácio dá a quem é da situação. Foi firme nos seus argumentos, e respondeu à altura aos apartes. Foi possível perceber que, o bloco de vereadores que se opõem ao Poder Executivo não se opõe por se oporem, mas para que se dê transparência na administração. Se estiver tudo certo na administração da prefeitura, por que negar explicações solicitadas por requerimento dos vereadores? Tira-se daí uma conclusão lógica: algo não pode ser descoberto.

O que se tem a lamentar foi a retirada de uma proposta. Esta proposta permitia ao povo, digamos assim, apresentar projetos. Projetos que poderiam virar lei. Se aprovada, seria o primeiro passo para provar que, da forma que a Câmara está atuando não faz falta. É um peso morto.

Esta proposta é típica de quem não leu a Bíblia. Nem Karl Marx. O povo é conduzido. Leu simplesmente a cópia reprográfica da cartilha do partido. Ou caiu no conto da assessora, que todo parlamentar tem. Dá palpite, mas não sabe nada. Só ouvir falar.

Infinita é sua bondade de ler até o fim um recado a pessoas que jogam os recursos públicos no ralo, ou no bolso de algum assessor. E tanto eu como você nada podemos fazer. Porque o Promotor de Justiça não lê jornal.