O verbo escandalizar é eclético. É transitivo direto, bitransitivo e intransitivo. Provocar escândalo ou indignação e ferir os bons costumes são as ações do verbo escandalizar. O contrário de escandalizar é edificar. Provocar escândalo é uma ação mais fácil de realizar. Deveria ser dever de todos edificar templo à virtude e cavar calabouço ao vício, e à desvirtude. Sobretudo dos políticos que estão no poder.
Alguns fatos chocam a sociedade. Quando este fato é revoltante e inaceitável à consciência civilizada, este fato se enquadra em uma das definições de escândalo. Em épocas passadas era vergonhoso provocar escândalo. Recentemente um ministro do Governo do Japão pediu demissão do seu cargo. A razão foi o escândalo, que a imprensa causou ao informar, que o ministro apresentava sintomas de ter ingerido bebida alcoólica. Beber ou não, para quem tem a virtude com regra de vida, não importa. Foi o suficiente. Não basta estar sóbrio. É preciso transparecer que está sóbrio. Exemplo deste tipo, valorizar a virtude, deveria ser adotado por todas as pessoas. Sobretudo as pessoas que ocupam cargos eletivos.
A maioria dos municípios não tem uma receita suficiente para arcar com todas as necessidades da população. Entretanto a virtude de usar o dinheiro público, dinheiro que sai do bolso do povo, com parcimônia não é totalmente observado. Pelo contrário o desperdício é visto a olho nu. Não é preciso usar aparelhos para ver dentro das entranhas do aparelho administrativo montado nas prefeituras.
Se os Três Poderes são independentes, não dá para entender porque em algumas prefeituras há uma blindagem em torno do prefeito. Que o prefeito coloque obstáculos impedindo que a imprensa obtenha informações sobre fatos duvidosos é compreensivo. Não há virtude nesta administração. Mas por que os vereadores blindam o prefeito?
A principal função de um prefeito é defender os interesses do município. A palavra parcimônia volta a ser o foco das atenções. Para que realizar uma obra desnecessária? Acontece em algumas prefeituras. Prefeitos executam obras para que seu nome seja perpetuado na história. Algumas pessoas entram para a história do jeito que podem. Boris da Rússia tinha suas peculiaridades. O Presidente do Brasil pretende emprestar dinheiro, do povo brasileiro, ao Fundo Monetário Internacional. E o seu prefeito vai entrar para a história de que forma?
Faz tempo. Houve denúncia de irregularidade na prestação de contas dos Jogos Regionais na cidade de Birigüi. Sabe-se que algumas pessoas foram responsabilizadas, e demitidas, mas não se sabe qual vai ser o desfecho. A Câmara dos Vereadores de Birigui não teve interesse de saber a verdade dos fatos. Não houve Comissão Especial de Inquérito. O Poder Legislativo blindou o fato.
A Câmara de Vereadores também blindou seus pares. É uma pena, mas não houve Comissão Especial de Inquérito para apurar supostas irregularidades na reforma do prédio da Câmara Municipal. Se este fato tivesse acontecido no Japão o presidente não renunciaria ao cargo. Suicidava de forma brutal.
Será que a blindagem vai ser quebrada nesta nova Comissão Especial de Inquérito que terá a missão de descobrir se houve irregularidade no recapeamento das ruas de Birigui? Penso que não. O povo vai pagar o novo recapeamento das ruas, pagará também obras desnecessárias e o término da reforma da Câmara.
“Indignação, perplexidade ou sentimento de revolta provocadas por ato que viola convenções morais, sociais ou regras de decoro” são ações escadalizantes. Ações deste tipo não prerrogativa de dirigentes municipais. O Congresso Nacional regulariza um ato imoral: doar bilhetes a parentes foi institucionalizado. Parentes de políticos podem voar com passagens compradas com recursos dos impostos que o povo paga.
Saúde é um escândalo. Sobretudo em município onde o Secretário de Saúde ocupa o cargo em desconformidade com a sua graduação. Segurança é uma calamidade. Não há esperança de melhora. Se a Polícia trabalhar, vai prender quem o governo não quer ver preso. Trabalho de polícia é como enxugar gelo.
Ponto facultativo é um ato escanalizante. O povo vai trabalhar. O funcionário público municipal de Birigui vai receber o dia não trabalhado como se trabalhado tivesse.
