sexta-feira, 27 de março de 2009

Templo

O que imaginar quando se lê a palavra Templo? Templo sagrado a Júpiter, para os romanos, Zeus para os gregos. Dando asas à imaginação, poderíamos acreditar que, os deuses da mitologia conversavam com os mortais em seus Templos. Ouvindo suas queixas e problemas, e num estalar de dedos todas as dificuldades cessarem.

Mitologia são relatos de mitos. Mitos podem não ter existido, mas causa comoção no povo. O Corpo Místico de Cristo existe? Para muitos é um mito. Para outros um dogma. Há também aqueles que não sabem do que se trata.

Nos dias atuais raramente alguém diz, que vai ao Templo orar. É usual dizer que vai à Igreja.
Não importa qual seja. Quem quer paz procura um Templo. O Templo não é somente a edificação. É uma edificação ocupada por pequenos deuses.

Quando alguém gosta de sua casa. Quando tem ao seu lado alguém que completa sua vida, e esta pessoa cultua a divindade, que cada um tem dentro de si, diz: minha família e eu vivemos num Templo. Pode ser uma casa de quatro cômodos ou um palácio.

Poucas pessoas acreditam que a lei é igual para todos. A lei é semelhante para todas as pessoas. Semelhante não é igual. À luz do direito a lei é igual para todos. Por que algumas pessoas são presas e outras não? É porque algumas Faculdades de Direito não ensinam direito. Alguns profissionais do Direito são diamantes. Outros carvão. Só para lembram que, tanto o diamante como o carvão são materiais compostos pelo mesmo elemento químico: carbono.

O fato de um transgressor da Lei ser preso ou não, depende do advogado contratado. Roubar é uma palavra muito forte. Pode ser que exista prefeito que não rouba. Roubar significa subtrair algo alheio. Locupletar é menos ofensivo. Este prefeito talvez não abarrote seus cofres com o dinheiro público, talvez ele contrate inúmeros funcionários sem concurso. Pode ser também que o prefeito não saiba que seus subordinados fazem comprar com preços superfaturados e nem que estes funcionários recebem propinas para efetuar a comprar em determinados fornecedores. O prefeito está roubando ou não? Para a Lei está, mas alguns prefeitos não são presos.

Em época de eleição roubam-se votos. Comprar votos é vender ilusões. Vender ilusões é locupletar. A forma de vender ilusões tem inúmeras versões. Iniciar obras desnecessárias, pintar as sarjetas, fazer circular as viaturas da prefeitura para simular eficiência dos serviços públicos. E uma ilusão que todos compram: construir casas para o povo. Toda cidade teve ter tido um prefeito que prometeu construir casas. Quem não quer ter o seu lar. O lar é o Templo para o abrigo, para o repouso e alimentação da família.

Quantos prefeitos vão tirar proveito da falácia que o Palácio do Planalto tornou público nesta semana? Como construir um milhão de casas? Só compradores de ilusões acreditam neste estelionato eleitoral. Deveria ser proibido usar a fé pública para locupletar. Locupletar não no sentido de torna-se rico, mas fartar-se de poder. É isto que dá a entender nesta antecipação da campanha eleitoral para Presidente da República.

O discurso é tão evasivo que o plano de construção de moradias não tem data para se iniciar. Não tem área para construí-las. Frase do Presidente: “A gente não tem que se preocupar com o tempo. Eu gostaria que a gente terminasse em 2009, eu sei que não dá. Se não der em 2010, que vá para 2011.”.

Mitologia são relatos de mitos. Quando falamos em mitos, lembramos de heróis como Hércules, um semideus. Lembramos dos deuses que cada um tinha a sua função. Deus da guerra, deusa da caça. Além dos bons deuses existiam os maus. São maus, mas não deixam de fazer parte da mitologia.

Na política também é assim. O político utiliza a publicidade para tornar-se um mito. Ele não nasce sendo um mito. O mito só existe se o povo assim o aceitar. O templo que o político habita não é o mesmo do povo.

Além da moradia, é preciso construir o Templo interior que cada um tem, para evitar o surgimento de deuses do mal na política.