sábado, 7 de fevereiro de 2009

Paciente

Há pessoas que não são nada pacientes. Por quaisquer motivos se irritam. Estes impacientes deixam transparecer, que sua vontade ou ponto de vista está acima dos outros mortais. Por outro lado, existem pessoas que não se abalam. Estão sempre serenos. Ser paciente é um ato de sabedoria.

Existe um outro grupo de pacientes. São aqueles que têm a saúde debilitada. Algumas doenças nós as procuramos. Outras, não sei quem que as manda. Talvez seja um ato da natureza. A natureza é um conjunto de normas imutáveis. E ela não perdoa qualquer tipo de mudança sem prévia consulta.

Ninguém perguntou se podiam derrubar todas as perobas e todas as aroeiras. Não existe mata ciliar. Muita gente não sabe o que é um pé de ingá. A natureza responde à altura.

Faz alguns anos que o setor de podas de árvores da cidade de Birigui convocou uma reunião para decidir sobre a poda de árvores. Não fui. Porque a pauta da reunião era poda. O motivo é pessoal. Sou contra a poda de árvores.

É próprio das pessoas. Quando surge um problema ou ele é colocado na gaveta, para o próximo administrador resolver. Ou ele é abandonado. Tanto as companhias de eletricidade como as prefeituras não têm interesse em criar uma alternativa para deixar as árvores frondosas como naturalmente deveriam ser. Optam por mutilá-las.

O meio ambiente é um paciente calado. Não reclama. Age. A resposta a estas agressões tem gosto de vingança. Em breve muitas praias deixarão de existir. O efeito estufa está aí. As áreas urbanas contribuem com uma média diária de quatro graus Celsius. A população de Birigui não cumpre e a prefeitura não faz cumprir uma lei que determina o plantio de árvore em frente a casa imóvel.

Em Birigui existe uma Associação que luta pela preservação do meio ambiente. A AGA já fez levantamento sobre nos córregos. O esgoto doméstico continua sendo lançado in natura no ribeirão Baixote. Em épocas passadas uma das administrações iniciou a construção de uma lagoa de tratamento. Felizmente não saiu a construção no local determinado. A área é muito próxima do perímetro urbano. Por que será que a administração optou por lagoa de tratamento?

O local ficou lá, na foz do córrego Biriguizinho, abandonado. Tão abandonado que a população achou-se no direito de despejar móveis, cachorro morto, entulho e todos e quaisquer objetos indesejáveis.

Nunca ninguém pensou em transformar aquela área num reservatório de água. Recentemente uma matéria da Folha da Região informou que aquele espaço servirá para receber entulho. E que depois de aterrado será criado um local para recreação. Recreação é uma necessidade para a população, mas a água é imprescindível. Poderia ser utilizada, tanto para tratamento e posterior consumo humano, como para uso em estado bruto para lavar as emporcalhadas ruas de nossa cidade. Visto que varrer com máquina não limpa nada.