sábado, 10 de janeiro de 2009

Protocolo

Protocolo é um conjunto de normas que devem ser seguidas. Em sociedade um conjunto de normas de conduta chama-se etiqueta. Se alguém quiser comer de boca aberta fazendo aquele barulho característico, pode. Mas não faz parte das normas de boas maneiras. Pode-se beber o quanto quiser, mas não pode ultrapassar o limite, pois causar desconforto social não faz parte das normas de educação.

Tem gente que não se enxerga. Se for alguém do povo não se espera nada. Nas escolas não ensinam normas de boas maneiras e nem como se portar em público. O que não pode é dirigente público dizer o que pensa. Sem dar conta da extensão de suas palavras. Prefeitos ou vereadores, embora autoridades, não conta. São tantos que já são povo.

Quando o presidente do Brasil sai de férias e vai para o nordeste, a insolação lhe causa alucinações. Ele não pode se esquecer das regras protocolares que um chefe de Estado deve ter, e não dizer o que bem quer.

Todos devem se lembrar quando o presidente propôs acabar com a fome no mundo. Como pôde pensar em acabar com a fome no mundo se existe fome no Brasil? Não precisa procurar estas pessoas que passam fome debaixo dos viadutos de São Paulo. Cidade que abriga as maiores fortunas e miséria também. O Programa Fome Zero não deu certo. Todos os programas de ajuda é uma mesada que o governo concede ao povo para pagar os votos obtidos nas eleições, e não para resolver os problemas sociais.

A nova proposta do presidente é acabar com a guerra no Oriente Médio. “Nós, do Brasil, vamos trabalhar junto a outros países para achar um jeito daquele povo parar de se matar.” Foi o que ele disse lá no nordeste. Alguns jornalistas são da oposição. Ou sádicos. Fazem perguntas ao presidente, e ele responde. Expondo-se ao ridículo.

Se os assessores de protocolo do Palácio, funcionários de carreira, e não asseclas políticos, estivessem acompanhando o presidente em suas férias, certamente teria sido orientado sobre um relatório da ONU. Este relatório fornece dados sobre o índice de mortos em conflitos nos territórios judeu e palestino. Num determinado período o índice de mortos não chegou a 9 para uma população de 100 mil habitantes. Neste mesmo período, no Brasil, país da paz e abençoado por Deus, onde não há guerra, o índice é de 30 homicídios por 100 mil brasileiros.

O Partido dos Trabalhadores, defensores dos pobres e oprimidos, comparou o ataque a Faixa de Gaza a uma prática nazista. O presidente do PT disse em nota que o partido não aceita “a justificativa apresentada pelo governo israelense de que estaria agindo em defesa própria e reagindo a ataques.” Com estas palavras dá para entender por que houve o desarmamento. Os bandidos podem atacar. O povo e a polícia não podem contra-atacar. Tudo sob os olhos do governo.

Aqui, todos os dias cidadãos honestos são assaltados, roubados, furtados e mortos. A Anistia Internacional nunca se manifestou. Com a saúde precária e fome aqui, o governo vai mandar toneladas de medicamentos e alimentos para lá.

A ONU tem muita semelhança com as prefeituras municipais. Não faltam cabides de empregos. Há cabide de emprego que abriga um exército inteiro. Mas quem paga é você. Não a ONU. O Brasil que não resolve seus próprios problemas quer entrar para o Conselho de Segurança como membro permanente. Tem gente que não se enxerga.

Parece uma sina. O povo brasileiro é dirigido por pessoas que emergem de partidos políticos. Em outros países também. Estatísticas, no Brasil, ainda não são tão confiáveis. Imagine se for para levantar o nível cultural das pessoas que fazem política partidária. Qual seria o nível de escolaridade ou cultural? São estas pessoas que escolhem em quem vamos votar. Não existe nenhum balcão para reclamar. Também não há outra alternativa para escolha de nossos dirigentes. Será que não?