domingo, 3 de agosto de 2008

Desbarrancando

Parece que há sinais no horizonte de que o governo está desbarrancando. Está desbarrancando, mas não vai cair. No Brasil a Justiça é severa. Embora exista o Supremo Tribunal Federal e juízes que vendem sentenças. Ela vai até as últimas instâncias para garantir que a justiça seja feita. Pode demorar cinqüenta anos. Não importa. Para os políticos oito basta. É o caso do prefeito de Araçatuba. Foi condenado mas não perdeu o cargo.

Na esfera federal existe a blindagem em redor do Presidente da República. Então é preciso criar novas situações, para que o foco das atenções seja desviado do Palácio do Planalto.

Quanta inabilidade. O Ministro da Justiça, que possivelmente será indicado para o Supremo Tribunal Federal, defendeu a punição para militares, policiais e agentes que tenham praticado tortura, assassinatos e violações dos direitos humanos durante o regime militar.

O Ministro argumenta que estas práticas não são crimes políticos e sim crimes comuns, porque nem nos manuais das Forças Armadas e nem da Polícia há autorização para tortura. Razão por que os autores não podem ser anistiados.

Como toda moeda tem duas faces, havia quem se opunha ao regime militar. Nunca, em tempo algum houve autorização para assaltar, roubar e até matar em prol de uma causa. Quantos bancários sofreram o terror de serem assaltados por grupos de terroristas? Quantos morreram? A ministra da Casa Civil foi anistiada, mas os funcionários do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros não receberam nenhum dote, nem indenização por terem sido assaltados pela ministra, ou por seus comparsas.

O mundinho do Partido dos Trabalhadores, de todos os seus aliados e também de todos os medíocres da doutrina de esquerda, é tão pequeno que abrem espaços para discussões ultrapassadas e sem platéia. Desculpe. Existe platéia sim. Os clientes do advogado-mor do Partido dos Trabalhadores, aquele que abre processos contra o Estado brasileiro pedindo indenizações milionárias para supostos perseguidos pelo regime militar.

Sem o programa Bolsa Família, que foi e continua sendo um estelionato eleitoral, um cabresto para prender o eleitor no curral do Partido que está no poder central, o atual Presidente da República não teria sido reeleito. Como este programa está começando a afundar, os marqueteiros de plantão do Poder Central têm que procurar alternativas para mostrar que o governo está atuante.

Há algumas semanas a manchete dos jornais e tele-jornais foi a Lei Seca. A Lei Seca é pano de fundo. Os acidentes diminuíram. O motivo não foi porque os bêbados deixaram de beber bebidas alcoólicas e dirigir. Com o bloqueio para fiscalizar a quantidade álcool, os agentes de trânsito encontraram outro fato. Os motoristas inabilitados, com carteira de habilitação vencida deixaram de circular. Segundo este agente em entrevista para a televisão o número destes motoristas é considerável. Mas quem vai ganhar o troféu é a Lei Seca.

A tolerância zero para o álcool ao volante tem mais simpatizantes do que opositores ou de pessoas que não têm coragem de dizer em público que intolerância e intolerável. Já dizia o Chacrinha que nada se cria. Tudo se copia. Por que não copiar o que o prefeito de Nova York faz com relação ao crime? A prefeitura paga quinhentos dólares para cada denúncia da localização de bandidos. O prefeito de Newark copiou e melhorou o prêmio. Ele paga mil dólares. A denúncia é anônima, mas o cidadão consegue receber o prêmio sem ser identificado. Ele recebe através de terminais eletrônicos dos bancos usando uma senha fornecida pela prefeitura após a captura do bandido.

Estelionato é crime. As cadeias estão repletas de estelionatários. Por que o Bolsa Família é estelionato? Porque estão distribuindo dinheiro público a famílias inabilitadas. A imprensa já fez esta denúncia há tempos. Para constatar basta ficar próximo aos terminais da Caixa Federal ou nas Lotéricas. As prefeituras deveriam abrir um serviço “Disque-denúncia” para receber informações de irregularidades tanto do Bolsa Família como para outras. O pagamento do prêmio para denúncias concretas seria pago aos moldes da Prefeitura de Newark.

É uma alternativa para desbarrancar a corrupção e o clientelismo eleitoreiro.