sábado, 26 de julho de 2008

Energia

É praticamente impossível viver sem a energia elétrica. Nem dá para imaginar a falta para uso doméstico. Sem geladeira para conservação de alimentos, sem água quente para o banho de chuveiro, sem iluminação.

Não é para o uso doméstico que a energia elétrica faz esta falta quase impossível de se viver. É na indústria. E poderia ser no transporte também.

Duas hipóteses podem ter contribuído para que o transporte rodoviário tenha se desenvolvido no Brasil da forma que foi. A primeira foi a força que as montadoras exercem sobre os políticos. O presidente Juscelino Kubitschek está entre os primeiros a ceder e comprar esta proposta da indústria automobilística. A segundo hipótese é a falta de energia elétrica.

Tudo aconteceu na mesma época. Implantação da indústria automobilística e expansão das outras atividades industriais. Não houve expansão das ferrovias. Também não houve modernização da malha ferroviária, que perdeu espaço para o transporte rodoviário. Locomotivas elétricas só em três ferrovias: Estrada de Ferro Central do Brasil, Companhia Paulista de Estrada de Ferro e Santos-Jundiaí. Todas as outras usavam e continuam usando, precariamente, as locomotivas a diesel.

Se foi o lobby da indústria automobilista ou a falta de energia elétrica não sei. O fato que não havia oferta de energia para mover a economia.

Sem eletricidade não é possível obter alumínio. O processo de obtenção do alumínio é semelhante a hidrolise. Só para lembrar. Hidrólise é a separação do hidrogênio e do oxigênio da molécula de água. Se algum engenheiro mecânico descobrir um carburador que faça a hidrólise instantânea, será o fim do planeta. Será possível usar a água como combustível para motores de combustão interna. Para obter o alumínio coloca-se bauxita num forno, energiza as paredes e o alumínio se separa da massa de minério. Em poucas palavras é assim que funciona.

Faz alguns anos que o Brasil passou por uma crise de fornecimento de eletricidade. O governo, composto por políticos incapazes e incompetentes, obrigou o povo a baixar o consumo de energia elétrica, porque o governo não investiu em novas usinas. Medidas paliativas foram tomadas para o fornecimento de energia elétrica.

A construção de novas usinas voltou a fazer parte das primeiras páginas da mídia. Opções para produzir eletricidade não faltam: usina hidrelétrica, térmica, nuclear e eólica. Os recursos hídricos no Estado de São Paulo estão praticamente esgotados. Mas ainda é possível aumentar a capacidade de produção das usinas. Sabe-se que a CESP, saudosa Centrais Elétricas de São Paulo, já não é mais a mesma. Até o nome já não é o mesmo. A CESP não investe mais na produção de energia elétrica. O governo quer vendê-la. Por este lado não teremos aumento de produção de energia.

Usina térmica polui, mas é uma alternativa viável e é possível construí-la em poucos meses. Usar o vento é uma alternativa, mas depende da região. Restou a usina nuclear.

A maioria das pessoas não entende nada de energia nuclear, e esta maioria dá sua opinião. São contra a construção de tais usinas. Alguns vereadores estão querendo fazer aprovar lei que proíba a construção em seus municípios. A razão alegada é de que pode vazar radiação e contaminar o meio ambiente. Esta hipótese existe, mas é quase zero a possibilidade de isto ocorrer.

Já imaginaram o que pode ocorrer se a Usina Hidrelétrica de Marimbondo no rio Grande estourar? A força da água vai estourar a Usina Água Vermelha, em seguida Ilha Solteira, depois Urubupungá, antes da catástrofe final a Usina Porto Primavera e para finalizar a Usina de Itaipu.
Dá para imaginar, mas não dá para dimensionar o quanto será a destruição do sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.

O fato de ter ocorrido um acidente na Usina Nuclear de Chernobyl não significa que a obtenção de eletricidade utilizando energia nuclear seja um perigo para a sociedade e para o meio ambiente. Ninguém constrói uma aeronave acreditando que ela vai cair.

Os cientistas precisam continuar as pesquisas com energia nuclear e construir um reator nuclear tão pequeno que possa substituir o motor de um carro. Um pequeno reator vai produzir energia elétrica. Não haverá mais poluição da atmosfera nem haverá ruído dos motores, por parte dos veículos. Será o adeus a era do petróleo e das guerras comerciais.

Utopia? Pode ser. Júlio Verne foi à Lua.