domingo, 1 de junho de 2008

Midas



Júpiter tinha filhos com quase todas as deusas e com algumas mortais também. Um destes filhos chamava-se Baco. Chama-se deus não morre. Baco gostava de poesia, teatro e festa. Todo mês de fevereiro, em Atenas, havia uma festa em homenagem ao deus Dionísio. Dionísio é o nome que os gregos deram a Baco. Nestas festividades havia apresentações de poesia, teatro e competições.

Em Roma também existia uma festa em homenagem ao deus Baco. Um pouco diferente. Chamava-se “Liberais”. Nestas festas as mulheres liberavam-se dos bons costumes. Deixava o comportamento de mulher educada em casa e aceitava propostas indecentes. A liberdade era tanta que o Senado proibiu estas festividades, mas não adiantou nada. O povo não obedeceu a ordem estabelecida.

No Brasil, em fevereiro também tem festa. Ao contrário de Roma a festa não é proibida. É até incentivada pelo Governo, que oferece dinheiro e preservativos.

Uma vez Sileno, o pai de criação de Baco, bebeu tanto que se perdeu. O povo, que se socorre na ausência do poder constituído, levou Sileno ao Rei Midas. Midas sabendo quem era o bêbado o tratou com a maior hospitalidade. Passado alguns dias o levou ao deus Baco. Baco para agradecer o ato de Midas lhe deu o direito de pedir uma recompensa. Midas pediu que tudo que ele tocasse fosse transformado em ouro. Baco achou estranho, mas palavra de deus é palavra de deus.

Midas saiu eufórico do palácio do deus Baco, que ficava num planalto. Na primeira curva da estrada parou e pegou uma pedra, que se transformou em ouro. A euforia se estendeu por toda a manhã. Já estava no meio da tarde quando sentiu fome. Pegou uma maça, que se transformou em ouro. Pegou uma taça de vinho e bebeu ouro líquido.
Com medo de morrer de fome, pediu a Baco que retirasse este poder de transformar tudo em ouro. Baco consentiu e mandou o rei ambicioso a tomar banho na nascente de um rio. Ele foi e perdeu seu poder. Esta é a razão explicada pela mitologia da existência de ouro nos leitos dos rios.

Depois disto Midas abandonou a riqueza e trocou de deus. Escolheu Pã, um deus dos bosques. Um dia Pã e Apolo duelaram para saber quem era o melhor músico. O Rei Midas votou no seu deus. Apolo ficou furioso e lhe deu orelhas de burro.

No Brasil a mitologia é invertida. Na mitologia grega o rei abandonou a riqueza para viver como o povo vive. Aqui as pessoas almejam ser rei para sair da pobreza.

Não é o caso do Presidente da República que estava desempregado há décadas até ser eleito e hoje tem uma das maiores fortunas do Brasil, segundo dados da imprensa. Também não é o caso do filho do presidente. É o caso das pessoas que utilizam das benesses do poder para receber salário. Mesmo que estes salários durem um mandato.

Os políticos concedem aos seus assessores o poder de transformar tudo em ouro. Não o metal, mas o tráfico de influência, que vale ouro. O povo se submete ao expediente de pedir aos políticos ou a seus assessores pedidos para intermediar uma internação nos hospitais, remédios, cadeiras de rodas e tudo que estiver relacionado com saúde. Este tráfico que vale voto é executado todos os dias. Votos que valem ouro na vida dos candidatos é praticado fora do período eleitoral. O Ministério Público nada pode fazer se não houver uma denúncia formal. Notícias da mídia não e fonte de denúncia.

Quem procura riqueza? O povo ou o político?
Quem tem orelhas de burro? O povo ou o político?

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