Filigrana são
particularidades sem importância ou de valor insignificante.
Algumas expressões
retratam muito bem uma situação. Enxugar gelo. Tendo em vista que falta
educação de berço, o povo suja as ruas com papeis e todo tipo de sujeira. O varredor
de rua limpa e meia hora depois ela já está suja novamente. Este mesmo povo
vota.
O trabalho da Polícia
também é assim. Prende o bandido e não demora muito tempo ele já esta na rua
cometendo outro crime. Novamente a Polícia o prende e novamente ele vai para a
rua cometer outro crime e tudo se repete. Felizmente a Polícia não se cansa de
repetir o mesmo ato inúmeras vezes com o mesmo bandido.
Outro profissional que
sofre desta síndrome é o Juiz de Direito. Como cidadão, ele tem convicção de
que o bandido deveria ficar preso, mas como sua função é promover a justiça
segundo a lei, o delinquente é posto em liberdade inúmeras vezes.
De certa forma, o
jornalista está entre estes profissionais que enxugam gelo, denunciando todos
os dias atos de corrupção, assaltos, roubos, furtos e uma infinidade de
acontecimentos que ferem a lei. Algumas vezes a Polícia toma conhecimento e
age. Raramente o Ministério Público toma as devidas providências tendo como
fonte de informação notícias da imprensa. Razões devem existir.
Enxugar gelo é um
sacerdócio. Repetir a execução de um trabalho e não perder o ânimo é sem dúvida
uma vocação. A Polícia Civil e a Polícia Federal faz um trabalho que a
população só fica sabendo quando a imprensa publica os atos das investigações.
As que chamam mais a atenção são as investigações sobre corrupção. É para
desanimar quando advogados utilizam de filigranas para desqualificar provas
contra pessoas, ditas importantes, corruptas e corruptoras.
O Artigo Quinto da
Constituição Federal diz: todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza. O inciso segundo diz: ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei. E reserva também o
direito de não produzir provas contra si.
É prerrogativa da Polícia
Federal investigar crimes de corrupção. Evidentemente que toda investigação
dever ser sigilosa, por motivos óbvios. Para nós, leigos no direito, é patético
utilizar desta artimanha de procurar finos fios que entrelaçam as investigações
para desqualificar provas. Nenhuma Polícia fica bisbilhotando a vida de
cidadãos honestos. Só de bandidos.
Corrupção é tema de
manchetes em quase todos os jornais. E por falar em corrupção as eleições estão
chegando. Junto com pleito também está chegando as transgressões da Lei
Eleitoral. Alguns aspirantes a candidato já estão em campanha. A Justiça
Eleitoral já multou alguns. Multar não seria pouco? Ideal seria torná-los
inelegíveis? Quem transgride as normas não dever ser um representante do povo.
Ou será preciso que um cidadão honesto entre com um processo na Justiça
Eleitoral, com seus próprios recursos, para que a lei seja cumprida e correndo
o risco de ser ameaçado e perseguido?
Ameaça e perseguição já
está se tornando uma rotina contra jornalista em nossa região. O Inciso Quarto
do Artigo Quinto da Constituição Federal diz: é livre a manifestação de
pensamento. O jornalista informa à população o fato ocorrido.
Quando a notícia
envolve “Coronéis da Política”, estes déspotas não contratam advogados para defendê-los,
fazem ameaças a jornalistas e radialistas. Utilizam de filigrana. Aquelas
particularidades sem importância ou de valor insignificante para tentar
desqualificar o valor da imprensa.