sábado, 20 de novembro de 2010

Desoneração

A Lei de Murphy não se aplica na política. Se algo está determinado para dar errado, na política dá certo. Lembrando uma das definições da lei não aplicáveis na política. “Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultarem em catástrofe ou em conseqüência indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la.”

Nesta semana ocorreu o julgamento do elemento acusado de ter matado o prefeito Celso Daniel. Para o promotor Francisco Cembranelli Celso Daniel morreu por se tornar um estorvo a corruptos em Santo André. E disse mais. Há provas de desvios de verba para campanhas do Partido dos Trabalhadores, incluindo a que elegeu Luiz Inácio em 2002. Passaram-se oito anos e o que era para dar errado para o Partido dos Trabalhadores, por causa da corrupção em Santo André, não deu. Luiz Inácio ficou oito anos e teremos mais alguns anos de Dilma.

Já para outras pessoas o que tiver que dar errado, dará da pior forma. Todas as pessoas envolvidas no caso Celso Daniel tiveram suas vidas ceifadas. Morreram, supostamente, por saberem demais. Por que será que elas foram executadas? Foi a aplicação da lei. Deu errado para eles.

Título de uma matéria no O Estado de São Paulo: Dilma planeja corte de impostos sobre folha. Fica a dúvida. A Lei de Murphy se aplica na política? A esperança é que não se aplica.

Não foi publicado pela imprensa de como será o corte de impostos. Esta diminuição de impostos está baseada em proposta do governo de Luiz Inácio, que previa um corte de oito e meio por cento da contribuição previdenciária.

Que é preciso fazer uma reforma na previdência todos os segmentos da sociedade concorda, mas cortar receita de uma instituição que cuida da aposentadoria. Celso Daniel morreu por se opor à corrupção e o que se sabe sobre ele, não era demagogia.

Desonerar a folha de pagamento de uma empresa, para diminuir o custo Brasil é começar propondo reforma concretas. A primeira proposta concreta não é o recolhimento para a previdência. Por que não começar com a extinção do recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço? Deixar de recolher não significa perder o direito da indenização. As regras continuam as mesmas.

Custo Brasil na folha de pagamento é pagar quarenta por cento do saldo do FGTS, para o empregado e mais dez por cento para o Governo. Todos os impostos e encargos são pagos pelo consumidor. O consumidor por sua vez procura um produto bom e barato.

Se estivéssemos em época de campanha eleitoral poderíamos pensar que era uma peça publicitária. Vender a imagem de que o governo vai cortar imposto, mas esta medida visa somente equilibrar a balança cambial.

Na outra ponta desta discussão estão os ex-colegas do Luiz Inácio. Os sindicalistas já estão atentos e são contra esta medida proposta por Dilma. As centrais sindicais concordam com a redução do recolhimento, desde que haja uma compensação com outros recursos para a previdência.

O Tiririca criou jargão que servirá para todas as atividades. Será que o povo sabe o que um sindicalista faz? Um dia o povo ficará sabendo. Neste episódio de desonerar a folha de pagamento, os sindicalistas têm inúmeras proposta. Uma delas é a volta da CPMF. A outra é mais nefasta para o custo Brasil. Eles acreditam que vinte por cento de recolhimento da folha de pagamento para a previdência é pouco. Os sindicalistas querem que a base de cálculos seja sobre o faturamento da empresa.

Como a Lei de Murphy não se aplica na política, o que está prevista para dar errado não dará. Desonera a folha, mas onera a empresa. Desonerou o que?