segunda-feira, 19 de maio de 2008

CUSTO

O preço de uma pizza não é único. Cada tipo tem o seu preço. O mesmo tipo tem preço diferente de uma pizzaria para outra. A razão é conhecida por todos. O custo de produção. A mussarela usada em uma pizzaria com preços baixos, não é a mesma usada em pizzaria onde tem preços são maiores. A qualidade da matéria prima define o preço do produto. Outro fator é a habilidade do pizzaiolo e de seus auxiliares. No salão, o nível cultural e técnico dos garçons. Dois fatores: ingredientes caros e funcionários bem remunerados interferem no preço final do produto.

O preço de um produto não deveria entrar no cálculo da inflação. O preço de um produto é o custo de produção mais o lucro. Fora disto é usura. O mercado regula. Se o produto ou a mercadoria fica escasso, o preço sobe. Quem pode compra. Quem não pode não compra. O preço vai cair. Porque oferta e procura não tem nada a ver com custo do produto. Tolo quem compra.

O que acima está escrito não é nenhum tratado de economia. Também não foi a descoberta da pólvora. Foram trocas de opiniões de um grupo de pessoas que gostam de pensar e que estavam jantando numa noite de verão. E tudo começou com a pergunta de uma garotinha, muito evoluída: Por que o Sol é quente? Alguém lá respondeu: o Sol não é quente. Os cientistas pensam que é. O raciocínio dos cientistas é lógico. Só o fogo é quente e aquece. Até advento do forno de microondas. Depois desta resposta a imaginação foi longe.

Quanto custa a propriedade intelectual? Quanto Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig Von Beethoven receberam pelas suas obras? Os tempos eram outros. Hoje um compositor mediano pode ganhar uma fortuna.

Seguindo esta linha de raciocínio, os profissionais mais habilitados deveriam receber uma remuneração maior. Muito justo. Estudo, dedicação e estar se atualizando sempre têm de ser recompensado. E a recompensação é o honorário. O fato de um bom profissional ser procurado pelas suas habilidades ou pelas suas qualidades intelectuais não o coloca na cesta dos produtos sazonais. Os honorários de um bom profissional estão alicerçados no custo de seu intelecto.

Em alguns casos não há como pagar. Como pagar os trabalhos de um médico, que não deixou seu filho morrer? É impossível mensurar o valor de uma vida. Lamentavelmente os médicos não têm a devida remuneração. Trabalham em vários empregos para manter sua família e seus estudos que nunca param.

Conta-se que uma jovem garota de Birigüi, era tratada e medicada por problemas cardíacos. Mesmo medicada, os sintomas não melhoravam. Foram alguns anos de tratamento. A madrinha da garota morava em São Paulo. Não era rica, mas podia pagar a consulta a um médico de renome. Pediu que fosse para São Paulo para fazer uma consulta. Ela agendou esta consulta com o Dr. Euryclides de Jesus Zerbini. No dia e hora marcada o Doutor pediu a ela que desabotoasse a blusa. Ele auscultou o coração durante um ou dois minutos e disse: pode fechar a blusa. Voltou à sua mesa e disse: A senhorita deve procurar um médico reumatologista. Passo seguinte. O filho da madrinha perguntou ao Dr. Zerbini: Quanto devo pagá-lo pela consulta? Ele respondeu: Às quartas feiras eu não cobro de ninguém. Quanto poderia custar um ou dois minutos da vida do Dr. Zerbini? O Dr. Zerbini indicou um reumatologista e a garota ficou curada.

Calcular o custo de uma pizza é fácil. O pizzaiologo depende dos ingredientes e dos recursos para fabricação. Se a pizza não ficar boa, o freguês paga. Vai embora e talvez não volta mais.

Calcular o custo de um hospital não é fácil. Os médicos dependem dos aparelhos, dos instrumentais e dos funcionários que dão suporte. Como mensurar o custo para salvar uma vida?

A vida não tem preço. Infelizmente os políticos não pensam assim.

A Sociedade Civil Organizada lembra os judeus depois da diáspora. Ficaram séculos submissos a um governo qualquer. Tal qual.

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