O
Estado surgiu para servir à Sociedade. Para organizar a Sociedade foi preciso
estabelecer normas. A primeira foi uma norma trabalhista e está no Livro
Gênesis: o Eterno criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo.
De
lá para cá, normas foram criadas, estão sendo criadas e serão criadas todos os
dias. As normas fundamentais foram estabelecidas por Moisés e as dez leis não
são as principais. Confúcio viveu cerca de 400 anos antes de Jesus e disse uma
frase que é um verdadeiro aforismo: não faças aos outros, o que não queres que
façam para ti. Só isto bastava para a Sociedade ser justa e fraterna. Algum
tempo depois foi atribuída a Jesus uma frase com teor semelhante: amar o
próximo como a si mesmo. Parece que não deu certo. Poucos se preocupam com os
outros.
Atualmente,
as normas são estabelecidas por leis, concebidas e aprovadas em fóruns
competentes. Em nosso país, um destes fóruns é o Congresso Nacional, composto
pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, que juntos constitui o Poder
Legislativo.
Acima
dos Três Poderes constituídos existe outro Poder. Este Poder é formado pelas
pessoas que fazem a Riqueza da Nação. Os empresários com seu empreendedorismo e
a força de trabalho de seus funcionários. Lamentavelmente os políticos socialistas
e comunistas, utilizando práticas maniqueístas, tentam separar esta união
necessária para o desenvolvimento da sociedade e da nação: patrão e empregado.
Nossos
representantes no Congresso Nacional são eleitos por sufrágio universal, cujas
regras são estabelecidas por eles próprios. Aqui repousa a irresponsabilidade
do empresariado. Nenhum produto que faz a Riqueza da Nação vem do Congresso.
Arroz e carne vêm do campo, produtos industrializados vêm das fábricas e das
empresas prestadora de serviços, enfim do trabalho.
Acredita-se
que, parte do custo das campanhas políticas é financiada pelo empresariado.
Fica a dúvida: será que o dinheiro sai dos bolsos dos empresários? Acredito que
não. Na planilha de custo de produção de um produto ou de prestação de um
serviço já está incluída, além dos impostos a ser recolhidos, dos encargos
sociais, mão de obra e despesas operacionais, uma porcentagem a ser repassada
aos políticos ou partidos em ocasião oportuna. Em outras palavras, quem paga é
o consumidor final. Ao empresário resta apenas recolher aos cofres públicos os
impostos e tributos.
Onde
está o pecado? Se o patrão dá ordem a seu empregado porque lhe paga o salário,
porque não dar ordem ao político que ele financiou? Os empresários não
perceberam que o consumo é inversamente proporcional ao valor de mercado do
produto. Quanto menor o custo de produção, maior o consumo. A maior parcela do
custo de produção de um produto são os encargos sociais e impostos. O pecado é
o seguinte: por que os empresários não ordenam a reforma tributária para baixar
o custo Brasil para aumentar a produção e competitividade de nossos produtos
tanto no mercado interno como no externo?
Em
épocas passadas os Senhores Feudais e posteriormente os Senhores de Engenho
ditavam as normas e eram fielmente seguidas pelos servos. Num certo dia treze
de maio a categoria de servos foi extinta no Brasil. Infelizmente não foi da forma
que preconizava o Imperador: incluir os ex-escravos na sociedade sem trauma
social e financeiro.
A Casa
Grande dos dias atuais fica no Planalto Central e o alojamento dos feitores é o
Congresso Nacional. Os Senhores de Engenho do passado são os empresários de
hoje. Produzem a Riqueza da Nação, mas não mandam. De certa forma a escravidão
continua. Os escravos não estão no chão da fábrica ou na lavoura. Somos todos
nós. Ao invés dos escravos que trabalhavam sem remuneração, por cama, mesa,
banho e assistência médica, hoje pagamos impostos para receber os benefícios
que os escravos recebiam gratuitamente. O que mais entristece, é o fato que
somos nós que escolhemos os feitores do Congresso Nacional e o Senhor da Casa
Grande. Hoje uma Dona.
Se
os empresários sérios não derem um basta, a Senzala será ocupada por todos nós:
patrões e empregados.