segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Riqueza da Nação


O Estado surgiu para servir à Sociedade. Para organizar a Sociedade foi preciso estabelecer normas. A primeira foi uma norma trabalhista e está no Livro Gênesis: o Eterno criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo.
De lá para cá, normas foram criadas, estão sendo criadas e serão criadas todos os dias. As normas fundamentais foram estabelecidas por Moisés e as dez leis não são as principais. Confúcio viveu cerca de 400 anos antes de Jesus e disse uma frase que é um verdadeiro aforismo: não faças aos outros, o que não queres que façam para ti. Só isto bastava para a Sociedade ser justa e fraterna. Algum tempo depois foi atribuída a Jesus uma frase com teor semelhante: amar o próximo como a si mesmo. Parece que não deu certo. Poucos se preocupam com os outros.
Atualmente, as normas são estabelecidas por leis, concebidas e aprovadas em fóruns competentes. Em nosso país, um destes fóruns é o Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, que juntos constitui o Poder Legislativo.
Acima dos Três Poderes constituídos existe outro Poder. Este Poder é formado pelas pessoas que fazem a Riqueza da Nação. Os empresários com seu empreendedorismo e a força de trabalho de seus funcionários. Lamentavelmente os políticos socialistas e comunistas, utilizando práticas maniqueístas, tentam separar esta união necessária para o desenvolvimento da sociedade e da nação: patrão e empregado.
Nossos representantes no Congresso Nacional são eleitos por sufrágio universal, cujas regras são estabelecidas por eles próprios. Aqui repousa a irresponsabilidade do empresariado. Nenhum produto que faz a Riqueza da Nação vem do Congresso. Arroz e carne vêm do campo, produtos industrializados vêm das fábricas e das empresas prestadora de serviços, enfim do trabalho.
Acredita-se que, parte do custo das campanhas políticas é financiada pelo empresariado. Fica a dúvida: será que o dinheiro sai dos bolsos dos empresários? Acredito que não. Na planilha de custo de produção de um produto ou de prestação de um serviço já está incluída, além dos impostos a ser recolhidos, dos encargos sociais, mão de obra e despesas operacionais, uma porcentagem a ser repassada aos políticos ou partidos em ocasião oportuna. Em outras palavras, quem paga é o consumidor final. Ao empresário resta apenas recolher aos cofres públicos os impostos e tributos.
Onde está o pecado? Se o patrão dá ordem a seu empregado porque lhe paga o salário, porque não dar ordem ao político que ele financiou? Os empresários não perceberam que o consumo é inversamente proporcional ao valor de mercado do produto. Quanto menor o custo de produção, maior o consumo. A maior parcela do custo de produção de um produto são os encargos sociais e impostos. O pecado é o seguinte: por que os empresários não ordenam a reforma tributária para baixar o custo Brasil para aumentar a produção e competitividade de nossos produtos tanto no mercado interno como no externo?
Em épocas passadas os Senhores Feudais e posteriormente os Senhores de Engenho ditavam as normas e eram fielmente seguidas pelos servos. Num certo dia treze de maio a categoria de servos foi extinta no Brasil. Infelizmente não foi da forma que preconizava o Imperador: incluir os ex-escravos na sociedade sem trauma social e financeiro.
A Casa Grande dos dias atuais fica no Planalto Central e o alojamento dos feitores é o Congresso Nacional. Os Senhores de Engenho do passado são os empresários de hoje. Produzem a Riqueza da Nação, mas não mandam. De certa forma a escravidão continua. Os escravos não estão no chão da fábrica ou na lavoura. Somos todos nós. Ao invés dos escravos que trabalhavam sem remuneração, por cama, mesa, banho e assistência médica, hoje pagamos impostos para receber os benefícios que os escravos recebiam gratuitamente. O que mais entristece, é o fato que somos nós que escolhemos os feitores do Congresso Nacional e o Senhor da Casa Grande. Hoje uma Dona.
Se os empresários sérios não derem um basta, a Senzala será ocupada por todos nós: patrões e empregados.