Laboratório
de química tem aquele cheiro característico. Se você estiver fazendo uma visita
a um laboratório de química e lhe oferecerem um copo de monóxido de di-hidrogênio
para beber você aceitaria? Com este nome? Nem pensar. Mas se você estiver com
sede, pode beber. É água. Líquido essencial à vida.
Birigui
é uma cidade privilegiada. Tem água de superfície em abundância. Mesmo com a
falta de cuidados os córregos, desafiando as obras dos homens, continuam
correndo, sem que suas águas sejam utilizadas.
O
córrego do BTC, e sempre o chamarei assim, aquele que passa dentro do Birigui
Tênis Clube, que se chama Córrego da Piscina, continua firme. Não sei como está
resistindo. Só pessoas antigas, do tempo que aquela área era rural, poderiam nos
dizer onde realmente é sua nascente. Hoje a água aparece sob a calçada em
frente ao número 525 da Rua Bandeirantes. Pode ser vista porque há uma grade
que funciona como boca de lobo. As condições adequadas para uma nascente já não
existe mais. O mesmo ocorre com o Córrego Biriguizinho. Coitado, nasce de um
verdadeiro bueiro no cruzamento da Av. João Cernack com a Rua Padre Geraldo
Goseling.
No
Parque das Paineiras há uma nascente. Esta sim está dentro das normas de
proteção de nascentes. Outrora, o Sr Nicolau utilizava esta mina para criar
peixes. Até pouco tempo atrás o reservatório estava intacto. Um dirigente
público arrombou um dos lados e atualmente suas águas não são utilizadas para
nada. Poderiam aumentar este reservatório, urbanizar a praça, pois a nascente
fica em uma praça e utilizar a água para lavar as ruas, por exemplo. Mas a água
corre para o Córrego Nunes e se perde.
Faz
parte da Bacia do Córrego Biriguizinho os seguintes córregos: Parpinelli,
Jofer, Vendrame, Nunes e BTC. Suas águas são despejadas no Ribeirão Baixotes
sem ser utilizadas. Verdadeiro desperdício.
Inúmeras
regiões da Terra sofrem com o flagelo da seca. Falta água de superfície. Nestas
regiões a alternativa é perfurar poços. Não é o caso de nossa cidade. Por que buscar
água no subsolo, se temos em abundância na superfície? É aceitável a existência
de poços para eventual emergência, mas não explorá-la comercialmente, como está
sendo feito.
Retirar
água do subsolo causa algum problema na superfície? Estudiosos afirmam que o
centro da Cidade do México está afundando porque houve abertura de poços de
maneira desordenada, causando o rebaixamento do lençol freático. O problema não
é do nosso prefeito. É do prefeito mexicano.
A
voçoroca não é só um buraco provocado por erosão pluvial. Pode aparece uma cratera
de um momento para outro. Sem aviso prévio. A preocupação não é com voçoroca ou
rebaixamento do lençol freático e sim utilizar a água de superfície preservando
a água do subsolo.
Ibirá
é uma cidade de águas medicinais. Algumas de suas fontes não jorram mais água.
Dizem que a mina secou porque o lençol freático baixou. Será que a causa são os
poços abertos sem a real necessidade? Os problemas dos outros estão ficando
perto de nossa cidade.
Analisando
a história de Birigui dá para notar que os dirigentes públicos não planejam o
futuro da cidade. Um faz outro desfaz. O Lago “A Raquete” foi aterrado.
Trocaram água, que é essencial à vida, por grama, que só serve aos animais.
À
esquerda da foz do Córrego Biriguizinho há uma área em que a Prefeitura ocupa
como depósito de entulho. Por que não utilizar aquela área como reservatório de
água para ser usada em nossas torneiras? Sendo uma área grande, pois sua
extensão seria da ponte da Rua Egídio Navarro até a ponte da Av. Joaquim
Ciciliatti, que cruza o Córrego Baixotes, não serviria somente para captação de
água, poderia ser usada para lazer.
Projeto
existe e é viável. Só falta boa vontade.