sábado, 1 de janeiro de 2011

Populista

Popular não é o mesmo que populista. Tudo que se refere ao povo é popular. Pessoas simpáticas tendem a ser populares. Nem sempre são conhecidas pela simpatia. Trabalhos voluntários, por exemplo, faz uma pessoa se tornar conhecida e admirada. Sem, entretanto, ser populista.

Samba é um ritmo popular. Jorge Aragão fez um arranjo popularesco, da obra “Ave Maria” de Gounod, em ritmo de samba sem que a composição tenha perdido o nível a que foi criado.

Infelizmente a palavra “popular” é usada para definir música de baixo nível e obras sem conteúdo intelectual. Também para definir a massa menos instruída da população.

Populista é pessoa que apóia ou segue o populismo. Quem segue certamente é um conhecedor da doutrina e utiliza dos métodos do populismo. Doutrina que pode ser mais nefasta do que favorável à sociedade.

Historiadores afirmam que esta doutrina, que pode ser de esquerda ou de direita, começou logo após a crise de 1929 na Argentina tendo como líder Juan Domingo Perón.

No Brasil coube a Getúlio Vargas utilizar esta marola que se tornou um tsunami. Marola no sentido de alvoroço. Até aos dias de hoje as criações do Pai dos Pobres ainda estão balizando algumas leis. Um dos princípios fundamental do populismo é amordaçar, engessar algumas instituições e favorecer outras.

Com a crise de 1929 a exportação de café caiu. Quem não se lembra das montanhas de café sendo queimadas por não ter preço e nem comprador. Getúlio aproveitou e inibiu o peso político que a oligarquia rural tinha sobre as decisões governamentais. Criou a legislação trabalhista favorecendo os trabalhadores urbanos.

Tudo evolui. Tanto o bem como o mal. O populismo também evoluiu. Para populistas a doutrina prega a defesa dos interesses das camadas menos favorecidas. O que se pode concluir é que estas ações têm cunho paternalista e o propósito não é ajudar a massa menos favorecida, de baixo nível cultural e escolaridade a sair do estado de pobreza. Pobreza econômica, cultural e escolar. O propósito é angariar apoio popular. Respondendo ao estímulo populista o povo tem uma peculiaridade impar. Aglutina-se em torno de uma figura carismática e a idolatra.

A publicidade estatal tem três propósitos. Uma delas é tornar público os atos realizados. A outra é a propaganda dos atos para evidenciar a conduta do político tornando-o um populista ainda maior.

O governo federal gasta por ano aproximadamente R$ 2,310 bilhões em publicidade e propaganda. Deste total publicado pela imprensa não estão incluídos o montante que as empresas estatais gastam com patrocínios culturais e esportivos.

Nada contra a figura populista do senhor Luiz Inácio, porque o seu antecessor gastou a mesma cifra. Quanto será que os governos estaduais gastam com publicidade? Quanto gasta em publicidade os 5565 municípios do Brasil? O que é mais importante: Pagarmos impostos para políticos se manterem no poder através de publicidade ou reverter estes recursos de R$ 2,310 bilhões em hospitais e sanear as contas das Santas Casas de Misericórdia?

Birigui, Araçatuba e outras cidades da região encaminham paciente para os hospitais de Barretos, Jaú e São Paulo. Com câncer muito menos agressivo pacientes morrem por falta de recursos. Em todas as cidades de nossa região existem grupos de senhoras que promovem jantares e outros tipos de eventos para angariarem recursos para os hospitais de câncer.

A Presidente foi curada de câncer. José Alencar está em tratamento. Você sabe quem paga a conta? O povo tem o mesmo tratamento que os políticos têm?

O terceiro propósito da publicidade estatal fica para outra ocasião.